Dalton Avancini foi acusado de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa pela operação Lava Jato. Em acordo de delação premiada, Avancini comprovou a participação da Odebrecht e da Andrade Gutierrez no esquema de cartel das empreiteiras, além do pagamento de propina para diversos projetos, como o contrato da obra de terraplanagem da Refinaria Abreu e Lima (RNEST).
Preocupado com a falta de investimentos dentro do país e os numerosos contratos no exterior, Fábio Reis questionou o motivo da preferência por essas obras e se isso é um facilitador para desvios de recursos. “O que justifica tantas contratações no exterior com dinheiro brasileiro?”, questionou o parlamentar.
Avancini justificou as vantagens de investir em obras no exterior como a receita obtida em moeda mais valiosa que o real, como o dólar, por exemplo, e a política de governo que estimula o financiamento. Ele alegou que a falta de infraestrutura no Brasil é o principal impasse na escolha por investimentos dentro do país.
A respeito dos desvios de recursos públicos por meio de contratos com o BNDES, Dalton Avancini não se aprofundou em sua resposta e se limitou a dizer que o principal conhecedor de irregularidades são os órgãos contratantes, não as empresas que participam da construção ou os bancos financiadores. “O banco é financiador e tem critério de controle, mas não a ponto de saber se está tendo algum conluio na licitação”, disse.
A CPI do BNDES investiga supostas irregularidades envolvendo o banco entre os anos de 2003 e 2015, relacionadas à concessão de empréstimos suspeitos e prejudiciais ao interesse público. O próximo convidado a comparecer à CPI é Júlio Marcelo de Oliveira, procurador público junto ao Tribunal de Contas da União, em audiência que será realizada quinta-feira, dia 8.