Prefeito explica não ter como conceder aumento maior, mas aguarda o Congresso para melhorar índice
Ao anunciar um reajuste de 5% nos vencimentos dos servidores da Prefeitura de Aracaju – número abaixo da inflação dos últimos 12 meses, que ficou na casa dos 8,5% -, o prefeito de Aracaju, João Alves Filho (DEM) admitiu que o percentual não contempla os servidores, mas explicou que diante da crise que vive os municípios brasileiros não tem como ser diferente – pelo menos neste momento. “Eu reconheço que este não é o reajuste ideal. Pela primeira vez, estamos dando um reajuste que é abaixo da inflação. No entanto, tenho a plena consciência que os funcionários efetivos são a parte forte do município, pois são permanentes. Eu sou passageiro”, reconheceu o prefeito.
João Alves afirmou, contudo que ainda existe esperança de os servidores terem um reajuste melhor. Segundo ele, representando os prefeitos do Nordeste, apresentou várias sugestões ao Congresso Nacional, visando recursos para que os municípios possam dar melhores aumentos aos seus servidores. As propostas estão sendo avaliadas e discutidas pelos parlamentares e, uma vez, ao menos uma delas seja aprovada, o índice de 5% será revisto. “Darão recursos adicionais sem mexer no Tesouro Nacional. Dando certo, como estou otimista, quarta-feira vamos ter um novo encontro com todos os prefeitos, acredito que vai acontecer. Algumas sugestões serão acatadas. E isso acontecendo, nós vamos dar um aumento bem maior”, acredita João.
Diante da reação adversa do presidente do Sepuma, Nivaldo Fernandes, que indignado com o índice gesticulava e resmungava alto, enquanto o prefeito concedia entrevista, o que pode ser o indício de mais uma greve, João Alves disse que estava ponderando frente aos servidores. “Acho que tenho condições de falar porque, desde o primeiro momento, temos um diálogo aberto. Negociação permanente. Recebemos os sindicatos a qualquer dia. Agora, peço a compreensão. Vamos ter resultados nestes 30, no máximo, 60 dias. Neste três anos criamos este respeito com os funcionários – inclusive pagamos dívidas que estavam há anos sem sucessivos prefeitos respeitarem. E quero fazer muito mais. Mas posso assumir, no momento, o que podemos fazer”, disse.
João Alves citou como exemplo de uma das sugestões que podem render um melhor reajuste nos vencimentos dos servidores, a chama da dívida ativa. “Temos uma fila de bancos oficiais que querem comprar essa dívida. Eles têm nos procurados. Temos R$ 1 bilhão. Basta um percentual deste para podermos dar aumento. É uma alternativa que não mexe no dinheiro da União”, disse. O Projeto de Lei aumentado o vencimento dos servidores da PMA será enviado chega à Câmara Municipal de Aracaju, na próxima segunda-feira 15, para ser apreciado e votado pelos vereadores.