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“Essa manifestação não defende o Brasil”, afirma presidente da ACESE

“Muito menos o trabalhador. Busca atender objetivos de segmentos”, completa

Por Joedson Telles

Presidente da Associação Comercial e Empresarial de Sergipe (ACESE), Marcos Pinheiro disse ao Universo que a manifestação programada para esta sexta-feira, dia 14, não tem um propósito claro. Segundo ele, por mais que os organizadores levantem uma pauta, ela não é discutida, e apenas agrava o momento econômico que vive o Brasil, prejudicando as vendas, os trabalhadores, as escolas…

“Coloquemo-nos no lugar do caminhoneiro, que espera a greve passar e perde um dia de viagem para ver sua família, o trabalhador, que permanecerá cumprindo seu expediente, mas que a frota reduzida o obriga a sair mais cedo de casa e, ainda assim, correr o risco de chegar atrasado. Essa manifestação não defende o Brasil e muito menos o trabalhador. Ela busca atender objetivos de alguns segmentos, sem que haja um real debate acerca da situação acerca do rombo que a previdência se encontra”, disse Marcos Aurélio.

O presidente da ACESE espera que a manifestação não provoque o fechamento do comércio, cujas vendas caíram, nos últimos dias, por conta do tempo. “Buscamos compensar os mais de 10 dias de chuvas, que prejudicaram as vendas do comércio, principalmente no Centro de Aracaju, que decidiu manter o pleno funcionamento na próxima sexta-feira, 14, mesmo diante do indicativo de manifestação. O empresariado acredita que este não é o momento de paralisar suas atividades, mas de estimular que os negócios voltem a crescer em todo o país”, explicou.

Sobre a possibilidade de a segurança dos comerciantes e consumidores ser colocada em xeque, uma vez que já houve manifestações nas quais aconteceram incidentes, Marcos Pinheiro afirma que há uma truculência que pode ou não estar associada aos protestos. “E isso nos preocupa. Contudo, é importante lembrar que vivemos numa democracia e as decisões de cada um devem ser respeitadas. Mas confiamos na segurança pública de nosso Estado, que sabemos que garantirá a ordem necessária em caso de excessos. O que não pode acontecer é que trabalhadores e negócios sejam forçados a interagir e/ou fechar as portas de forma conivente com tal manifestação”, disse.

Bolsonaro 

Referindo-se aos seis primeiros meses do governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL), motivação da manifestação, sobretudo a proposta de reforma da previdência, Marcos Pinheiro observa que o presidente e seus ministros têm encontrado uma enorme dificuldade. “Eu diria que gigantesca, proporcional ao tamanho do país. Temos um país impregnado de raízes que usam uma forma de fazer política baseado num modelo que não é mais viável. São mais de 25 anos usando uma forma de fazer política que, convenhamos, gera entraves ao nosso desenvolvimento. Mas confiamos que o quadro técnico que compõe o governo é capaz iniciar o processo de reconstrução do nosso país”, acredita.

Por fim, o presidente da ACESE comentou a polêmica envolvendo o então juiz, hoje ministro da Justiça, Sérgio Moro, e o coordenador da força-tarefa da Lava Jato, o procurador Deltan Dallagnol. “Não considero um vazamento, considero que houve uma ação criminosa. Vejo aí uma total inversão de valores. As gravações que foram distribuídas anteriormente mostravam, na época da Lava Jato, um conluio que renderam um quadro catastrófico que quase destruiu a Petrobras e a confiabilidade de nosso país para investimentos, agravando seriamente nosso eixo econômico. Agora, vemos agentes públicos trocando informações estratégicas para combater o crime organizado que estava impregnado na administração pública. É lamentável que haja uma inversão de valores nesse contexto”, disse.

Modificado em 13/06/2019 20:48

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