body { -webkit-touch-callout: none; -webkit-user-select: none; -khtml-user-select: none; -moz-user-select: none; -ms-user-select: none; user-select: none; }

Manifestantes prontos para ato contra a reforma da previdência

Manifestação é também contra cortes em verbas das universidades públicas

Por Joedson Telles

O presidente da Central Única dos Trabalhadores de Sergipe (CUT/SE), Rubens Marques, o professor Dudu, assegura estar tudo pronto para que haja uma grande manifestação nas ruas de Sergipe em sintonia com os demais pontos do Brasil, nesta sexta-feira, dia 14. Os atos são contrários à proposta de reforma da previdência e outras ações do Governo Federal – como contingenciamento de verbas que seriam destinadas às universidades públicas.

“Na quarta-feira, da semana passada, aconteceu a 4ª reunião das Centrais e das Frentes Brasil Popular e Povo sem Medo, para que essa greve geral funcione de acordo com o planejado. A gente tem na pauta prioritária a reforma da previdência, que não pode passar, mas também tem a pauta dos cortes do governo na educação. Esse corte não atingiu somente os institutos federais e as universidades. Ataca também a educação básica. Estamos atuando com duas frentes”, explicou.

De acordo com Dudu, a maioria dos sindicatos já convocou assembleia e deliberou pela greve. “O movimento estudantil, como não precisa publicar edital e nem comunicar à Justiça, se reúne e delibera. Vamos contar com o apoio maciço dos estudantes. A greve geral, na verdade, acontece em dois momentos: às 10 horas de hoje, as centrais já começaram a reunir as plenárias e, à meia noite, se dirigem às garagens de ônibus. Ao amanhecer o dia, tem ação nas rodovias com o trancamento em pelo menos sete pontos, entre rodovias federais e estaduais, tem o comércio e os bancos. O Sindicato dos Bancários já deliberou pela greve. No comércio, vai ter uma ampla mobilização, a partir das 7h, fazendo um corpo a corpo junto aos comerciários para que eles não entrem para trabalhar. É importante que eles entendam que é hora de colaborar. Se não houver a unidade da classe trabalhadora, e essa reforma passar, vai ser o caos”, disse Dudu.

Segundo o presidente da CUT/SE, a concentração para a manifestação será, a partir das 15 horas, na praça General Valadão, no centro de Aracaju. “Ainda vamos definir o final do ato. Nossa expectativa é que apareçam lá pessoas que não estão ligadas a movimento sindical, a partidos, a associação. Gente espontânea, porque aí vamos ter o termômetro de como a sociedade está vendo essa questão da reforma da previdência. É público e notório que o governo está investindo pesado na grande imprensa para tentar convencer a sociedade brasileira de que a reforma é boa, e isso é grave”, alerta.

Segundo Dudu, durante os últimos dias, sindicalistas promoveram atividades em vários pontos como, por exemplo, nos terminais rodoviários, no centro comercial e na periferia. “Conversando com as pessoas, a gente percebeu que boa parte da sociedade acredita que a reforma é para acabar com os privilégios. Mas o que vai ser mantido com a reforma são os privilégios. Quando começamos a explicar a sociedade fica em dúvida. É melhor em dúvida do que a favor da reforma. Na quinta-feira passada foi aprovado o relatório da reforma, mas no relatório eles mantêm tudo que estava no projeto original, como, por exemplo, diminuir a contribuição do BP de R$ 900 para R$ 400. A aposentadoria rural também. Eles não levam em consideração quem acorda às 3h da madrugada para trabalhar. Não foram levados em consideração trabalhos considerados especiais. O governo não tem nem ideia do que seja aposentadoria especial. É para as pessoas que sofrem um impacto maior e tem uma redução da expectativa de vida por conta daquele trabalho”, disse.

Dudu citou como exemplo uma pessoa que trabalha “na boca de uma fornalha de uma siderúrgica”. “Está sentenciado a morrer mais cedo. Quem trabalha numa fábrica de química está propenso a morrer mais cedo. Imagine o nível de tensão de uma pessoa que trabalha num carro forte e tem receio de sofrer um assalto ou até morrer. O governo demonstrou não conhecer nada do mundo do trabalho e coloca todo mundo para aposentar com o mesmo tempo de contribuição e de idade. Essa reforma é uma catástrofe”, lamentou.

Universo Político: