Déda chora, ao admitir possibilidade de não estar presente às inaugurações do Proinveste

“Quando vocês forem colher os sorrisos (dos sergipanos por conta das obras) lembrem de mim”

Por Joedson Telles

O governador Marcelo Déda (PT) emocionou as pessoas que lotaram o auditório da Codise, na manhã desta segunda-feira 13, ao colocar em xeque a sua presença quando das inaugurações das obras do Proinveste – cujos Projetos de Lei foram sancionados hoje em solenidade bastante concorrida que reuniu situação e oposição. Déda, que desde que descobriu ter câncer no estômago se divide entre o tratamento da doença e o trabalho e optou por não deixar o governo, não segurou as lágrimas, chegando a interromper a fala tomado de emoção.

“Não sou engenheiro. Sou advogado. Mas tem obras que eu planejei. Escolhi fazer. E o coração fica pesado porque eu queria estar lá (na inauguração). Muito mais do que para cortar a fita. Muito mais que vaidade. Eu queria estar lá para ver aquilo que me fez entrar na política, ver o sorriso do meu povo”, disse Déda, que ao explicar que a sua maior angustia era fazer a obra e não colher o sorriso dos sergipanos foi às lágrimas sob um forte aplauso.

Após enxugar os olhos, Déda recuperou um pouco do emocional, tomou fôlego, pediu perdão e continuou o discurso. Salientou que em muitos momentos trabalhou contra a vontade dos seus médicos. “É um esforço que faço. Minha maior satisfação é poder colher o sorriso nos rostos dos sergipanos. Fico triste em não poder ir a todos os atos de entrega de obras e inaugurações, pois este é um momento de muita alegria. Obras que a gente tem aquele carinho. Então, é um espinho não ver esses sorrisos. Quando vocês forem colher os sorrisos lembrem de mim”, finalizou o discurso Déda.

Antes de entrar na parte emocional, Déda agradeceu a todos os políticos sergipanos que se somaram à causa, definida pelo próprio Déda como uma vitória para Sergipe. “O estado de Sergipe não poderia ficar de fora de um programa cuja principal e talvez única finalidade seja viabilizar investimentos de infraestrutura, educação, segurança e desenvolvimento econômico”, disse Déda. Na mesa, além do próprio Déda e aliados como o secretário da Casa Civil, Silvio Santos, os deputados federal, Márcio Macedo e  Rogério Carvalho e o seu líder na Assembleia Legislativa, o deputado Gustinho Ribeiro, sentou representantes da oposição: o senador Eduardo Amorim, o deputado federal Laércio Oliveira, os deputados Angélica Guimarães e Venâncio Fonseca e o prefeito de Aracaju, João Alves. “Me sinto feliz. Foi uma negociação transparente, séria e ética”, disse o governador.

Representante da oposição com direito a palavra.a presidente da Assembleia Legislativa, Angélica Guimarães, falou da alegria em se fazer presente ao momento ímpar da história de Sergipe. “Este é um momento histórico na minha vida pública e me sinto contemplada pela contribuição que ofereci para aprovação deste projeto”, disse, observando o gesto de evolução dos políticos sergipanos. “Os conflitos foram resolvidos com os líderes sentados à mesa, e não no campo de batalha. Esta é, realmente, uma grande conquista”, ratificou, desejando saúde ao governador.