Por Joedson Telles
Na manhã desta quinta-feira, dia 3, o presidente do Sindicato dos Jornalistas de Sergipe, Paulo Souza, voltou a desafiar o vereador Agamenon Sobral a abrir mão de sua imunidade parlamentar para que, na Justiça, apresente provas da grave acusação que fez, no dia 13 de novembro deste ano, na tribuna da Câmara Municipal de Aracaju, envolvendo jornalistas sergipanos. Segundo o vereador, toda a imprensa, repita-se: toda a imprensa, recebe propina para ficar calada frente ao que ele mesmo define como a ‘caixa-preta’ do Ipes.
Num debate travado, na Mix FM, hoje, Paulo Souza chamou o vereador de irresponsável e o desafiou apresentar provas. Atônito, Agamenon sequer respeitou a vez de o jornalista se manifestar e tentou desqualificá-lo por apresentar um programa radiofônico do Sintese, antigo desafeto do vereador. Abrir mão da imunidade, entretanto, nada. O vereador corre disso como o diabo corre da cruz.
Dentro do equilíbrio que o posto exige, Paulo Souza fez a coisa certa. Todavia, duvido que o vereador Agamenon Sobral tenha a coragem de aceitar o desafio, e abrir mão da tal impunidade, quer dizer, imunidade. Tampouco apresente prova alguma de que toda a imprensa recebe propina. Aliás, neste mesmo espaço, não apenas fiz o mesmo desafio ao parlamentar como também solicitei os documentos para, desmoralizando seu juízo, publicar tudo sobre a tal ‘caixa-preta’ aqui no Universo. Isso no dia 13. Há quase um mês. Até hoje, porém, o vereador só blá, blá, blá. Documento que é bom, nada.
E sabe o motivo? Trivial: ele não tem documento algum. Falou e fala besteira. Ofendeu e ofende. Usou e usa do sensacionalismo barato. Mas não sai do lugar. Aliás, deu um tiro no pé, já que, ao fazer a denúncia, obviamente, ficou na obrigação de apresentar as provas. Como não o faz, permite o direito de qualquer um ajuizar que age de forma leviana, irresponsável, como disse Paulo Souza, ou atua de forma política, ofuscando provas sabe-se lá qual o motivo. Se o vereador tem, de fato, algo sobre o Ipes, o que o impede de repassar à imprensa e, aí, sim, atestar quem tem ou não coragem de divulgar?
O que acontece, note-se, é que não existe nada. O vereador viajou numa maionese estragada e não tem humildade para reconhecer o erro. Sustenta algo que não existe, subestimando inteligências. Como homem público, Agamenon precisa levar mais a sério as denúncias que faz. Só falar mediante provas e evitar generalizar. Parar de agredir as pessoas. De amealhar animosidades. Neste ritmo, caminha a passos largos para entrar precocemente na lista dos políticos que com seus atos preservam a conhecida frase “só vota nele quem não o conhece”.
Modificado em 03/12/2015 09:00