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“Até o final do ano, vamos ter uma rejeição ainda maior do presidente”, diz Rogério

Senador não vê perfil em Eduardo para ser embaixador. “Cargo requer muita qualificação”

Por Joedson Telles

Provocado sobre uma pesquisa realizada pelo Datafolha, que aponta que 70% dos brasileiros reprovam a indicação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL/SP) à Embaixada do Brasil nos Estados Unidos por seu pai, o presidente Jair Bolsonaro (PSL), o senador Rogério Caralho (PT) não se disse surpreso com o repúdio. “Avalio como natural essa reprovação porque representa um certo nepotismo que foi tão combatido pelo bolsonarismo, que iria entrar no Estado para acabar com o nepotismo, com a corrupção… Que iria fazer a nova política. E isso é a cara da velha política… Até o final do ano, eu acredito que vamos ter uma rejeição ainda maior do presidente”, assegura.

Rogério Carvalho avalia que Eduardo Bolsonaro, mesmo que não fosse filho do presidente, não tem perfil para ocupar o importante posto. Segundo  o senador sergipano, trata-se de um cargo que requer muita qualificação e uma formação bastante ampla. “A Escola Rio Branco e a formação de diplomatas no Brasil são levadas muito a sério. Ser embaixador de um país como os Estados Unidos, em Washington, está lidando com questões complexas que dizem respeito ao mundo inteiro. É sempre reservado para um diplomata em final de carreira, que acumulou, ao longo de sua trajetória, muita experiência. Portanto, eu acho que seria mais adequado um diplomata de carreira ocupando a função”, explicou.

Sobre a crítica do senso comum no sentido de o presidente Jair Bolsonaro agir dando a entender que coloca os interesses familiares sobre os do país, Rogério argumenta a questão é ainda mais séria. “Eu diria que é Bolsonaro colocando o seu pensamento em detrimento de uma construção histórica de país e de nação, que é muito mais grave do que só colocar os interesses de sua família. É não considerar toda uma construção histórica – e querer destruir um país inteiro para fazer prevalecer sua vontade e a vontade de sua família. Ele declarou que quem manda é ele. Esse autoritarismo não está sendo bem recebido pela sociedade brasileira”, observou o petista.

Indagado se a pesquisa também revela que o eleitor brasileiro está despertando, Rogério Carvalho respondeu que, devagarinho, a sociedade como um todo está começando a reagir às declarações absurdas e às posições retrógradas, reacionárias e ultrapassadas que são manifestas pelo presidente e pelo seu entorno.

“Aos poucos, a gente começa a ver setores a sociedade se posicionando, se manifestando de forma contrária a essas manifestações. Eu acredito que a rejeição dele deve aumentar e mais setores devem manifestar sua insatisfação em breve, por conta dessa postura autoritária e ultrapassada, que não contempla o tempo que a gente vive e nem o que as pessoas esperam do presidente no exercício da função. As pessoas esperam que um presidente da República siga uma certa liturgia, que tenha uma certa postura, e isso não está sendo aprovado pela declarações e posições que ele defende, que são ultrapassadas, e, às vezes, desrespeitosas com o cargo que ele ocupa”, finalizou.

Modificado em 05/09/2019 19:19

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