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Zezinho deve revelar as forças ocultas. Ou não existem?

Por Joedson Telles

Toda a polêmica criada em torno das declarações do senador Valadares postadas no site Universo Político.com quase jogou no esquecimento uma pérola: o deputado Zezinho Guimarães, ao ventilar que “forças ocultas” estariam a dificultar a aprovação do Proinveste na Assembleia Legislativa, deveria nominar os personagens – sob pena de ser responsável por arranhões danosos à imagem da Casa. Ou mesmo suscitar a possibilidade de os mais lúcidos cogitarem que as tais forças ocultas sequer existem. As palavras do deputado foram infelizes e colocaram o respeito e a credibilidade da Assembleia em xeque frente a quem se deixar levar por qualquer juízo de valor sem checar a veracidade da informação.

O deputado sugeriu ainda que “perguntassem” à presidente da Casa, a deputada Angélica Guimarães, por que tanta demora em colocar os projetos em votação. Pisou na bola outra vez. Como deputado legitimado pelas urnas, Zezinho não precisa pautar a imprensa para obter informações que julga importantes. Deveria usar a tribuna da Casa e, ele mesmo, perguntar – até para dar à presidente o direito de se defender. Qual o problema? Evidente, que a imprensa poderia fazer a indagação por conta própria. Faz parte do ofício. Mas Zezinho é representante do povo e tem prerrogativa para não precisar de porta-voz.

Aliás, ao tomar conhecimento da notícia, na manha da última quinta-feira 11, lá mesmo na Assembleia (no momento em que Zezinho passava a pérola a dois repórteres, eu entrevistava o capitão Samuel ao lado), já havia indagado os deputados Zeca da Silva e Augusto Bezerra, em momentos distintos, sobre o fato de o Proinveste ainda não ter sido votado.

Ambos explicaram a mesma coisa: a presidente Angélica Guimarães não tinha como fazer isso antes de destrancar a pauta – o que somente foi feito ontem com a votação dos vetos do governador. É o regimento. Diante da coerência de ambos, e da evasiva de Zezinho, sem citar nomes, optei por não divulgar a história. Nada contra quem o fez. Deus deu livre arbítrio a todos. Todavia, acredito que informação abstrata precisa ser checada ao máximo. Confirmada para chegar ao internauta com precisão. Sem dar margem para comentários que possam por em xeque credibilidades.

A propósito, ao ser provocado sobre o assunto, na semana passada, o presidente do PTB, o empresário Edvan Amorim, assegurou que há dois jornais de Aracaju cujas páginas políticas estariam vendidas ao governo. Da mesma forma, jornalista no bolso. Também pecou. Deveria nominar, já que não existem apenas dois jornais em Sergipe e há vários jornalistas políticos. Mas não deixa de ilustrar a necessidade de a mídia  sempre apresentar os fatos calçados em provas testemunhais ou materiais.

Longe de querer ser exemplo, já pensou se o Universo, ao invés de revelar as declarações polêmicas de Valadares dando o nome do autor apenas postasse que “forças ocultas atribuem aos deputados a doença de Déda?” Mereceria a mesma credibilidade? A repercussão que a matéria teve em outros órgãos? A mega indignação vista ontem na Assembleia, provocando, inclusive, uma moção de repúdio ao senador?

Edvan Amorim não escondeu que as declarações de Zezinho podem atrasar o Proinveste. Não creio e nem torço por isso. Mas em acontecendo, todo o sacrifício que o governador Marcelo Déda, mesmo doente, fez, quando assumiu as negociações, temendo que os deputados rejeitassem a matéria outra vez, terá sido inútil. Será que Zezinho gostaria de carregar este peso?

Modificado em 30/04/2013 19:00

fabio: