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Valadares pavimenta saída do grupo governista. E quer pela porta da frente

Valadares: independência

Por Joedson Telles

O senador Antônio Carlos Valadares (PSB), um dos homens mais inteligentes do Brasil, quando o assunto é política, pavimenta sua saída do grupo governista. Em se confirmando o desejo do seu coração, e o acordo com João Alves ir além das conversas (para alguns só falta ser oficializado), com o gesto de colocar os cargos que tem no Governo do Estado à disposição do governador, ele diz claramente que está a cogitar não pisar no palanque de Jackson Barreto. Vale lembrar que Eduardo Campos, pré-candidato a presidente da República pelo mesmo PSB de Valadares, fez o mesmo com a presidente Dilma Rousseff e aconselhou aliados a seguirem a cartilha. O maior nome do PSB nacionalmente quer e precisa ter um palanque em Sergipe.

Esperto, Valadares, entretanto, não ofusca que, em isso acontecendo, quer deixar o grupo pela porta da frente, se dando ao luxo de jogar a conta no colo do PT.  Aliás, já deixei isso claro neste espaço, no calor da exoneração de Luciano Pimentel da Caixa Econômica. Está manifesto. Só mesmo uma grande dose de ingenuidade ou interesse político para engolir essa história de colocar cargos à disposição e continuar aliado. O sentido da política não deveria ser, mas é interesse pessoal. Ninguém faz aliança sem ganhar. Político precisa de voto assim como nós mortais precisamos de oxigênio. E, mais uma vez, não deveria ser, mas cargos são sinônimos de voto. A cultura da política, seja qual for o partido, o estado… é nomear aliado – o que nem sempre quer dizer o mais preparado. A diferença é apenas no percentual de nomeações. Mas haja padrinhos e afilhados na política nacional…

… No campo macro, é evidente que o governador Jackson Barreto faz o seu papel, ao fazer vistas grossas para os planos e ações de Valadares. Não cabe a JB, mas aos jornalistas, aos analistas políticos esclarecerem à sociedade o que está acontecendo. Não sonegar nada. A sinceridade de Jackson, o estilo JB, neste momento, só agravaria o problema dentro de sua própria casa. Seria usar gasolina para apagar incêndio. JB, creio, deve continuar tentando reforçar o cimento do grupo que precisa estar robusto para encarar a campanha mais importante da sua vida.

Todavia, Jackson deve também estar atento: pode contabilizar um prejuízo sem limites, caso deixe de considerar a possibilidade de Valadares está no palanque adversário. Particularmente, acredito que JB sabe disso mais que este modesto observador. E sabe também que o tempo é seu maior inimigo. O problema deve ser mesmo o tal do baralho. Talvez não exista a chamada carta na manga com poder suficiente para dizer a Valadares – bem ao estilo JB – que a sua saída não deixará em xeque o chamado “projeto das mudanças”.

P.S. JB deve contar com uma frase do próprio Valadares para evitar que o desenho chegue ao mundo real e a coisa complique: “política é a arte do cão”.  Ou seja, muita coisa ainda pode acontecer.

Modificado em 27/01/2014 10:54