Além de Jackson Barreto, receberam a Grã-Cruz apenas duas outras personalidades: o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, e o presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Piauí, desembargador Giorgi Alan Machado Araújo. A Ordem do Mérito destina-se a personalidades e entidades nacionais e estrangeiras que tenham se tornado dignas da gratidão, admiração e reconhecimento por parte do povo e do governo do Piauí.
A trajetória política de Jackson Barreto e a luta contra a ditadura e a favor do Estado Democrático de Direito foram fundamentais para a concessão da honraria ao sergipano. Em seu discurso, o governador pontuou as semelhanças político-sociais entre Sergipe e Piauí, com destaque para a determinação característica do nordestino.
“Quero iniciar falando da minha alegria e da minha honra em estar recebendo a maior honraria que o governo do estado do Piauí. Recebo e agradeço ao governador Wellington Dias e ao povo do Piauí em nome de todo povo de Sergipe. Quando soube que ia falar nessa solenidade, comecei a refletir sobre os pontos de identidade que unem os nossos povos, piauienses e sergipanos. Fomos forjados nas lutas. Nossos ancestrais derramaram seu suor, suas lágrimas e até o seu sangue na busca de um estado e de um país, onde pudéssemos viver em baixo dos ideais que iluminam a humanidade desde sempre, e que são os ideais da liberdade, da igualdade e da fraternidade. São nossas diferenças que nos tornam tão iguais”.
Jackson lembrou a infância pobre e o papel da educação em sua formação política. “Euclides da Cunha já ensinava que nós nordestinos, somos antes de tudo, fortes. Somos fortes, somos trabalhadores, somos aguerridos e lutadores. Foi essa força que nos trouxe até aqui. E quando eu olho para o passado, vejo que o passado ainda não passou. Foi ele que abriu o caminho que nos conduziu à vida pública e foi essa trajetória que possibilitou que um menino nascido no interior de Sergipe, filho de uma professora do estado e de um dono de bodega, enfrentasse todos os desafios da vida que insistiam em dizer que ele não podia, e estivesse aqui hoje recebendo com humildade e emoção essa homenagem como governador de Sergipe, e dizer para todos vocês, em alto e bom som, sim, nós podemos. Acreditem”.
A luta em favor da democracia também foi ressaltada. “Valeu as lutas contra a ditadura, que em nenhum aspecto deixou saudade e que espero que fique enterrada para sempre no passado. A luta pela redemocratização do País, pelas Diretas Já, pelo voto que dei como deputado federal no colégio eleitoral, elegendo Tancredo Neves e acabando de vez com o período militar.Valeu os mandatos de vereador por Aracaju, de deputado estadual, deputado federal por quatro mandatos, prefeito da minha querida e amada capital, Aracaju, por duas vezes, vice-governador de Sergipe e governador do meu estado, eleito pelo voto do meu amado povo. Tudo valeu a pena e faria tudo de novo porque acredito que o papel do governador é cuidar das pessoas. Nós cuidamos das pessoas”.
Em seu pronunciamento, o governador do Piauí, Wellington Dias, exaltou a trajetória de Jackson, falou da sua vida dedicada às lutas pela democracia e pelas causas sociais. “Quero agradecer a esse grande brasileiro, Jackson Barreto, pela sua dedicação pelas causas democráticas e dizer que sua trajetória nos inspira e faz com que tenhamos motivação para enfrentarmos nossa jornada”.
Ordem do Mérito Renascença
Instituída em 1973 e regulamentada em 1975, a Ordem do Mérito Renascença é a mais importante comenda do Piauí, tendo como Grão-Mestre o governador do estado. A medalha é oferecida nos graus Grande Colar, Grã-Cruz, Grande Oficial, Comendador, Oficial e Cavaleiro. Neste ano, 99 pessoas foram condecoradas, recebendo o título pessoalmente das mãos de Wellington Dias.
Diante da homenagem, Jackson manifestou gratidão e falou do sentimento de fraternidade do povo sergipano em relação aos piauienses.
Dia do Piauí
Após a declaração da independência do Brasil em 1822, algumas regiões do país, sobretudo no Norte e no Nordeste, não conseguiram se libertar de fato da dominação portuguesa. Para o Piauí, a emancipação só aconteceu no ano seguinte, tendo como marco a Batalha do Jenipapo, ocorrida no dia 13 de março.
O confronto ocorreu às margens do riacho Jenipapo, opondo partidários da independência e a resistência portuguesa, que era liderada pelo major João José da Cunha Fidié. Além da população do Piauí, maranhenses e cearenses participaram da batalha. A disputa terminou com uma grande baixa entre os brasileiros e com uma vitória aparente dos portugueses. No entanto, a tropa de Fidié perdeu parte significativa de seu arsenal, o que os levou a buscar um novo acampamento. Na nova localização, os portugueses foram cercados e obrigados a render-se em 31 de julho.
Enviado pela assessoria
Modificado em 20/10/2017 07:41