“O que mais me chateou foi à questão relacionada ao processo seletivo, que culminou ontem àquela questão relacionada com a paciente oncológica. O que eu entendi é que Almeida não teve a preocupação de entender o impacto financeiro de um processo seletivo onde ele resolveu trabalhar com a possibilidade de contratar 1.985 profissionais para área da saúde”, disse Belivaldo.
Belivaldo explicou que solicitou ao então secretário de Saúde a relação do impacto na folha, mas nunca foi atendido. “Ele não me trouxe. Depois marcamos para oito dias após porque ele disse que um assessor dele estava viajando e somente esse assessor teria as informações. Eu já tinha feito um estudo e mostrei a ele os números do impacto financeiro que iria causar. Perguntei a ele: o que eu vou dizer agora diante de 16 mil pessoas que fizeram a inscrição? Ele disse que diante dos números era uma situação difícil”, lembra Belivaldo.
O governador lembrou, então, a Almeida que a responsabilidade que o governo precisa ter e levantar informações sobre o impacto. “Ele me passou que o impacto seria R$ 40 milhões na folha e, na verdade, era R$120 milhões. R$ 120 milhões ano significa dizer quase 3 pontos percentuais a mais do que diz respeito ao limite de pagamento de pessoal perante a Lei de Responsabilidade Fiscal. Estamos em 48,5%. Passar de 50% a lei obriga que demita servidores. Ele se diz o gestor do mundo todo, mas conversa mais do que faz. Eu quero que ele me prove que planejou fazer um processo seletivo”, disse o governador.
Assegurando que não pretende “dar calote em ninguém”, Belivaldo disse que, se tiver que anular o concurso, o governo devolverá o recurso. “Se tiver a necessidade real de contratar, vamos ver qual o quantitativo, mas vou anular tudo que foi feito até hoje porque não sei qual a comissão que ele criou. Só sei que, graças a Deus e a experiência que tenho, fui iluminado para chamá-lo no gabinete para dizer que não homologasse o resultado do processo seletivo até me mostrar os números”, disse.
Segundo Belivaldo, na verdade, o processo seletivo deveria ter sido feito pela Secretaria de Estado do Planejamento. Mas… “o todo-poderoso resolveu fazer pela secretaria dele porque conseguiu convencer o governador Jackson Barreto a baixar um decreto dando poderes para que ele pudesse agir de forma independente. Ele agia da forma que queria, não sei se pela intimidade com o ex-governador. A Secretaria de Saúde estava se tornando uma ilha e ele é quem decidia o que tinha que fazer. Com esse decreto ele tomava as decisões que achava que tinha que tomar”, revelou.
Estilos diferentes
Belivaldo Chagas voltou a salientar o peso da diferença nos estilos para que Almeida Lima deixasse o governo. “Cada um tem seu jeito próprio, e eu tenho pressa para ver o que precisa acontecer em relação à saúde do estado como um todo. Acho que já perdemos muito tempo. Almeida resolveu sair atirando agora para tudo quanto é lado, mas tentou me agradar o tempo todo para não sair da secretaria. Eu só ouvia da parte dele a preocupação com obras. Ele prometeu que, em janeiro, o hospital de Glória estaria funcionando, e estamos em maio e até agora nada. Eu não sentia por parte de Almeida uma segurança em relação ao que deveria realmente acontecer. A gente vai observando, discutindo e pedindo resultado, mas as coisas não aconteciam”, disse.
Do Universo, com informações da Mix FM