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Sem apelar para baixarias, Ana Lúcia rechaça violência contra mulher que tentou casar sem calcinha

Deputada cobra atitude da CMA contra Agamenon, que defende surra na noiva

Ana Lúcia: na defesa das mulheres

Por Joedson Telles

Sem precisar apelar para baixarias, a deputada estadual Ana Lúcia (PT) rechaçou veementemente a ideia de dar uma surra seguida de um banho sal em uma mulher que tentou casar em uma Igreja Católica, em Maceió (AL), sem estar usando calcinha. O castigo foi proposto pelo vereador Agamenon Sobral (PP) sob o argumento de a noiva aprender a respeitar a igreja. “Espero que a Câmara de Vereadores tenha uma atitude em relação a isso, porque o fato de uma mulher ter transgredido valores e normas convencionais da sociedade num recinto religioso, cabe à própria igreja convocá-la e buscar que ela resigne, porque está rompendo com valores da sociedade. A outra coisa é um parlamentar ir para tribuna dizer que uma pessoa deve ser surrada e depois tomar um banho de sal, com requintes de truculência”, lamentou.

Segundo Ana Lúcia, a mídia dá o maior espaço para a divulgação do fato, que passa como uma coisa neutra, mas é preciso observar, salienta, que se trata de uma autoridade ajuizando. “Aquelas pessoas que já receberam desde que nasceram uma negação violenta de direitos ou então de brutalidade, que independe da classe social, passa a ser certo porque é uma autoridade que está dizendo isso. Tem gente que sorrir, que acha que isso é certo, e a gente precisa pautar isso, mas tem que ter medidas para inibir isso, porque se não inibir fica sem limites, e se ficar sem limites cada vez mais se acentua a violência ao invés de conseguir atitudes e comportamentos de paz”, disse.

Ana Lúcia disse ainda que a paz no atual sistema é o povo começar a aprender a respeitar a diferença, as divergências. “Ter tolerância, ter argumento de disputa, e não desqualificação. Desqualificar com adjetivos e argumentos violentos não pode ajudar a combater a violência. Nós que representamos a população devemos ter muito cuidado com o que a gente diz porque vamos estar provocando uma coisa que só faz prejudicar a sociedade, que não ajuda a resolver o problema da sociedade. Isso é muito grave”, disse.

A deputado salientou que, principalmente a partir do governo Lula, as mulheres foram tomando coragem e estão denunciando a violência. Observou que, em 2013, forma quase 600 mil notificações das mulheres, e o maior índice é violência física. “São quase 60% das notificações para a Secretaria Nacional de Políticas para Mulheres. A violência psicológica também é muito forte, com cerca de 30%. Nós precisamos estar discutindo isso, hoje é dia do combate a violência contra a mulher. O homicídio é tão grande que virou feminicídio. É um fenômeno internacional do século XXI. As mulheres estão tomando coragem, rompendo barreiras e denunciando”, disse.

De acordo com Ana Lúcia, existe uma equivocada visão em certos homens como se fossem proprietário das mulheres. “O ciúme, a questão financeira, são vários fatores que contribuem para fortalecer essa visão masculina de violência, de propriedade, que também é uma visão do próprio sistema capitalista. É um sistema que estimula muito a aparência, não é o ser, é o ter, estimula o consumo, estimula através das músicas, das danças, da comunicação, seja através da televisão, estimula muito a violência. Inclusive estou com uma lei, e conclamei a presidência da Casa que priorize a aprovação dessa lei ainda nessa legislatura, porque a presidente e uma deputada, que proíba que o dinheiro público pague qualquer show que tenham músicas e letras que estimulem a violência, que estimulem o preconceito contra a criança, contra o idoso, contra o adolescente, contra o homossexual”, disse”, disse.

Modificado em 25/11/2014 17:32

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