De acordo com o parlamentar, a problemática do sistema do transporte público não envolve apenas a estrutura, com carros sucateados, superlotados e sem acessibilidade.
“A falta de segurança também é muito grave. Conversei com uma mulher que estava indo trabalhar e foi abusada. Ela disse que ficou com medo de denunciar e afirmou que o caso faz parte da rotina das mulheres. A vítima lembrou que os ônibus ficam superlotados e não têm câmeras de segurança e nem guardas nos terminais, o que facilita a ação dos criminosos. Ou seja, o constrangimento faz parte da rotina dessas mulheres que precisam do transporte para fazer as suas atividades”, lamenta o Ricardo Marques.
441 casos nos últimos dois anos
Os crimes de importunação sexual registrados em Sergipe já somam 441 casos nos últimos dois anos. Os dados são do Anuário Brasileiro da Segurança Pública de 2022, publicação feita pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).
Segundo a delegada Marcela Souza, da Delegacia de Atendimento a Grupos Vulneráveis (DAGV), o crime de importunação sexual, que foi instituído em 2018 corresponde a condutas sem o consentimento da vítima. A delegada diz ainda que o aumento no número de casos se deve à conscientização para que as vítimas denunciem.
“Qualquer mulher vítima do crime de importunação sexual deve denunciar de forma anônima pelo 181, pelo 190 ou pelo 180. A mulher também pode procurar a delegacia mais próxima de sua casa, contar o que aconteceu e fazer o boletim de ocorrência”, orientou.
Em Aracaju, há o Departamento de Atendimento a Grupos Vulneráveis (DAGV) que funciona em regime de plantão 24h. Há delegacias especializadas nas cidades de Barra dos Coqueiros, Estância, Itabaiana, Lagarto, Nossa Senhora do Socorro, Nossa Senhora da Glória, Propriá e São Cristóvão. As denúncias também podem ser registradas nas delegacias próximas da residência da vítima.
Modificado em 13/07/2022 17:56