body { -webkit-touch-callout: none; -webkit-user-select: none; -khtml-user-select: none; -moz-user-select: none; -ms-user-select: none; user-select: none; }

Religião se discute, sim

Por Joedson Telles

Dizem que religião não se discute. Não discuto isso, “com respeito à redundância”. Mas o programa do jornalista Pedro Bial, “Na Moral”, na madrugada desta sexta-feira 11, na Globo, com representantes de três religiões, um ateu, o jurista sergipano Carlos Britto e ao som do sambista Arlindo Cruz mostrou que é possível, sim, debater  o assunto em alto nível. O tema foi o Estado laico. Lamentável mesmo só o fato de uma pessoa ainda duvidar da existência de Deus. Misericórdia. Mas o polêmico pastor Silas Malafaia, bem ao seu estilo, tratou de enquadrá-lo.

Num dos pontos mais acirrados do debate, o cara que teima em desconhecer a existência Deus, usou a expressão banhos de sangue, ao longo de anos, culpando a religião por isso. Também salientou que a separação do Estado e da religião se iniciou na Revolução Francesa. Não prestou. Citando a Rússia e países da Ásia, Silas Malafaia jogou em rosto que regimes políticos que optaram pela exclusão de Deus protagonizaram os maiores genocídios da história.

“Quem deu banho de sangue na humanidade foram aqueles que tinham o ateísmo como base. A revolução que aconteceu na Rússia, que matou mais de 70 milhões de pessoas, a revolução da China, que matou mais de 50 milhões de pessoas”, disse Malafaia.

O sergipano Carlos Britto, que gravou sua participação, mandou bem. “O que faz do Brasil um Estado laico é ser religiosamente leigo. O Estado não pode patrocinar, não pode favorecer, nenhuma seita, nenhuma confissão, nenhum culto religioso, embora ele assegure proteção aos crentes”. Ao final, o babalorixá Ivanir dos Santos tentou obter um sim de Malafaia, ao convidá-lo a participar da “Caminhada pela Liberdade Religiosa”. O evangélico lembrou que sua religião também sofre preconceito, inclusive os pastores que são chamados de ladrões, mas prometeu que, se não houver política no meio, estará lá, sim.