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Rejeitado nas urnas, mas denunciado por colocar a faca no pescoço de João: eis Anderson Góes, o novo na política

Anderson Góes: devendo explicações

Por Joedson Telles

É praxe a cada eleição sucedermos no lugar comum que reza a necessidade ululante de a sociedade optar pelo novo para materializar a velha frase que dias melhores virão. Evidente que não deixa de ter certo sentido apostar em mudanças por mãos não viciadas. A política, de fato, carece do púbere. Entretanto, o desafio soa descobrir até que ponto um político jovem corresponde mesmo a uma mutação de mentalidade salutar às necessidades inerentes a uma sociedade ansiosa por ações positivas, lastreadas na ética com a coisa pública. Dito de outra forma: apostar no primeiro jovem que se apresenta com uma boa oratória seria a certeza de se estar lapidando os nossos representantes públicos, ao ponto de atingirmos objetivos sonhados?

Neste terreno minado por natureza, louvemos o sábio eleitor que não creu nas palavras bonitas do jovem professor Anderson Góes, e o rejeitou nas urnas seguidas eleições. O secretário do Meio Ambiente da Prefeitura de Pirambu, a menos que tenha desistido de ser eleito para algum cargo, precisa dar convincentes explicações à sociedade a qual pedirá voto, em breve, sobre as graves denúncias feitas contra ele não apenas pelo secretário municipal de Comunicação da Prefeitura de Aracaju, o jornalista Carlos Batalha, mas também pela professora e secretária de Governo, também da PMA, Marlene Calumby.

“Há mensagens no celular da secretária Marlene provando que Anderson exigiu cargos. Ela denunciou no rádio que ele não queria um emprego, mas cargos”, diz Batalha, detalhando que seria cargos com altos valores na PMA. Inclusive cargos para dividir o dinheiro com a sua própria esposa. Por mensagem de celular? Com mulher no meio? Mama em onça. “Participei de programas e ele não me desmentiu. Disse para ele tomar cuidado por ser um jovem e poder comprometer seu futuro político”. Por certo, Batalha pulou a passagem de O Príncipe em que Maquiavel sugere deixar o inimigo se estrepar ao som do silêncio cúmplice.

Os dois secretários saíram em defesa do prefeito João Alves que vem sendo bombardeado em setores da mídia por Anderson Góes. Ao Jornal da Cidade, por exemplo, ele disse que está aguardando que o prefeito diga a que veio. “Faltam projetos em todas as áreas”, disse o então “aliado” como se tivesse a coerência de um Iran Barbosa, um Francisco Gualberto, um Rogério Carvalho ou outro adversário de João, que o critica, mas nunca bateu à sua porta para pedir-lhe nada. Leia-se: cargos por mensagens.

A menos que tenha provas irrefutáveis de que está sendo caluniado, que os secretários de João Alves estão a mentir, o que parece improvável, a julgar pelos debates radiofônicos, o jovem Anderson Góes acaba de carimbar sua carreira política: ficará marcado como mais um que só olha o próprio umbigo. Aliás, fita também o da mulher. Um político que nutre a ideia que o contribuinte é um otário que deve trabalhar para bancar vencimento de quem, como diz Batalha, não quer um emprego, mas um cargo. Lamentável. É natural aliado participar do governo. Até cobrar esta participação, sobretudo quando tem peso na eleição. Mas querer receber sem trabalhar na tora? Mísero.

Todavia nada como o tempo para revelar quem é quem ainda que retóricas tentam o contrário. O jovem Anderson fez duras críticas ao governador Marcelo Déda. E em cima disso ficou conhecido do eleitorado, que esperto, parece ter enxergado bem antes o que somente agora o próprio Anderson trata de desnundar.

Na verdade, Anderson, além de direcionar críticas ao governador Marcelo Déda, críticas estas, em se confirmando a faca no pescoço, sem a menor credibilidade, não teve (não tem?) o que oferecer a um político consagrado como João, Déda, Valadares, Eduardo, Jackson Barreto para exigir nada. Deixemos de demagogia. Numa campanha majoritária conta dinheiro e voto. E não é preciso detalhar aqui que nestes terrenos Anderson Góes está longe, muito longe, de poder corresponder às expectativas de qualquer líder que se aventure numa eleição para o Executivo.

Em tempo, concluo observando que Anderson Góes apareceu para o eleitor sergipano batendo em Déda, mesmo sabendo que na biografia do governador não consta que ele sequer tenha cogitado pôr a faca no pescoço de um gestor, visando colocar dinheiro público no bolso sem trabalhar. Aliás, mesmo seus mais ferrenhos adversários nunca ousaram colocar sua honestidade em xeque. Na política, o tempo e a ironia disputam pau a pau quem consegue desmoralizar mais os que se valem da incoerência para ludibriar a sociedade tentando chegar lá.

Modificado em 04/07/2013 15:38

Comentários (1)

  • Discordo plenamente de sua análise. Acredito que o professor Anderson serviu para desviar o foco do momento de patinação da gestão de João neste início. O que Batalha tentou fazer com ele foi desprezível. Acusar um jovem sério que entrou no ar para cobrar posições claras da prefeitura foi lamentável. Fui e serei eleitor de Gois, acredito nele e lhe digo que ele não foi rejeitado nas urnas. Ter 3 mil votos com o estilo de eleição que temos é muito difícil.