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“Quem tiver duas túnicas, reparta com quem não tem; e quem tiver comida, faça o mesmo”

Por Joedson Telles

Na Bíblia, em Lucas, capitulo 3, encontramos a pregação de João Batista focada no batismo de arrependimento para remissão dos pecados, preparando o caminho do Senhor Jesus. Chama a atenção, sobretudo, o versículo 10, quando após ouvir as palavras do orador a multidão o indaga:

– O que havemos, pois, de fazer?

João Batista é seco:

– Quem tiver duas túnicas, reparta com quem não tem; e quem tiver comida, faça o mesmo.

Posteriormente, o Senhor Jesus ratifica a coerência da palavra de Deus. “Mestre, qual é o grande mandamento na lei? E Jesus disse-lhe: amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mateus 22: 36-39).

A túnica, obviamente, representa qualquer bem material. Qualquer coisa palpável que o dinheiro é capaz de comprar. Mas é possível imaginar uma pessoa que vive num mundo capitalista dando uma das suas túnicas à outra pessoa? Insanidade pura, não?

Mas, na verdade, não se trata de insanidade. Mas de amor ao próximo. Empatia com a necessidade alheia. E fé. Acreditar em Deus. Na Sua palavra. Não apenas no sentido de obedecer em si, mas também de levar em conta que a própria palavra mostra que o fundamental é obedecer aos mandamentos de Deus e apostar na salvação, que vem de Deus e não tem dinheiro que compre. Vamos à Bíblia:

“Não andeis cuidadosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer ou pelo que haveis de beber; nem quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o mantimento, e o corpo mais do que o vestuário? Olhai para as aves do céu, que nem semeiam, nem segam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta. Não tendes vós muito mais valor do que elas? E qual de vós poderá, com todos os seus cuidados, acrescentar um côvado à sua estatura? E, quanto ao vestuário, por que andais solícitos? Olhai para os lírios do campo, como eles crescem; não trabalham nem fiam. E eu vos digo que nem mesmo Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles. Pois, se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe, e amanhã é lançada no forno, não vos vestirá muito mais a vós, homens de pouca fé? Não andeis, pois, inquietos, dizendo: Que comeremos, ou que beberemos, ou com que nos vestiremos? Porque todas estas coisas os gentios procuram. Decerto vosso Pai celestial bem sabe que necessitais de todas estas coisas. Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas”, disse Jesus. O texto está em Mateus 6:25:33.

Aos olhos de uma pessoa que não vive pela fé, tais palavras do Senhor Jesus só aumentam o delírio. Somos reféns demais do dinheiro. Escravos do material que ele proporciona comprar para tamanha espiritualidade. Para exercitar a fé a este ponto. Entretanto, não é preciso entender de teologia para testemunhar algo que joga luz sobre o tema: o dinheiro não muda os planos de Deus. Ou o destino, para quem prefere.

Apenas com dinheiro, uma pessoa pode compra um apartamento cobertura ou um palácio, mas jamais um lar feliz. Um homem pode investir numa mulher bonita de rosto e de corpo, inteligente e independente financeiramente, mas quem garante o amor? A fidelidade? A paz? Quem tem dinheiro suficiente para pagar pela vida, se livrando, assim, da morte? Qual o milionário que escapou da velhice? Quantos exemplos temos de pessoas ricas, mas limitadas em se tratando de cardápio por conta de alguma doença que o dinheiro, mesmo proporcionando os melhores médicos e hospitais, não teve forças para vencê-la? Aí a pessoa deseja, por exemplo, um camarão pistola, uma lagosta, sei lá, tem a grana para pagar, mas se comer passa mal na hora. E tem que se contentar com o mesmo franguinho que o desempregado da esquina compra com o Bolsa Família.

Quantas pessoas beberam vinhos ou whisky caros por anos e anos, mas, perderam a saúde e, hoje, sequer colocam na boca um gole de uma cerveja nacional? Vi outro dia num site que uma garrafa de whisky Macallan 46, o clássico, custava só 460.000 dólares. Sabe o que é ter essa grana toda “sobrando” para se dar ao luxo de beber este líquido de inimaginável sabor para a maioria dos mortais, mas ser doente e ficar apenas no pensamento, igualzinho a quem não tem grana?

Quando João Batista fala em repartir ou quando testemunhamos perdas como as descritas nos parágrafos anteriores, Deus fala conosco do mesmo assunto: a nossa dependência total Dele, e não de coisas materiais. Pensem nisso.

Deus no comando.

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