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Quando o ego de certos pastéis de vento não suporta ver uma dançarina roubando a cena

Por Joedson Telles

Vejo no site do jornal Diário de Pernambuco que Carla Perez, aquela ex-dançarina de uma banda baiana e o seu esposo, o Xanddy, vocalista de outra banda baiana, ecoaram os protestos das atrizes globais contra a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), através da qual homens públicos condenados pela própria suprema corte como ‘mensaleiros’ (leia-se ladrões) podem se livrar da cadeia que os próprios ministros entenderam que lhes era devida.

Evidente que não é tradição cantores de pagode, muito menos dançarinas, e, sobretudo ex-dançarinas, meterem o dedo na sopa cozida na cozinha de nenhum dos poderes. Em se tratando de Judiciário, o mais acessível à população, mas o mais hermético aos olhos do senso comum, nem é bom falar.

Todavia, penso ser positivo qualquer cidadão brasileiro ecoar a grita lúcida pela moralidade, ainda que não tenha histórico de protestos e nem as ferramentas adequadas para isso. Melhor que espelhar a esmagadora maioria dos artistas de pagode, que dão de ombros para os problemas do Brasil, focando apenas seus próprios sucessos. E o dim dim, lógico.

O curioso é que não faltarão, com certeza, falsos moralistas, tirados a inteligentes, mas, que no fundo são limitados e, sobretudo frustrados, tentando puxar o fio da crítica, do desprezo ou mesmo da ironia frente ao fato de Carla Perez emergir na polêmica. A prepotência e a falta do senso crítico sobre si mesmo ofuscam, nestes momentos, aos seus próprios olhos, o papel ridículo que se assume, ao tentar diminuir as pessoas, quando estas colocam em prática a chamada livre manifestação garantida na Carta Magna.

A pobreza de espírito continua pairando solenemente em solo brasileiro. A inveja idem. Não duvidem. O ego de certos pastéis de vento não suporta ver uma dançarina roubando a cena. É como se o frustrado imaginasse a si próprio, e não o bumbum de Carla Perez, agora suas ideias, nos holofotes. Querem a todo custo o reconhecimento de algo que acreditam ter, mas que passa distante: talento. Aliás, livro pode dar bagagem, mas não talento. Este só Deus.

Para finalizar, reproduzo a frase de Carla Perez, que incomodou: “Morre a moral, a ética e a justiça. Em seu lugar fica a impunidade! Esse é o nosso Brasil”, disse a loura, matando de inveja seus críticos, que sem eco nem dentro da própria casa, devem pensar: “nunca um bumbum pensou mais que cabeça de gente que, exceto apontar o dedo, não produz nada de positivo para o país”. No caso em tela, o silêncio cúmplice de praxe soa a serventia da casa.

Modificado em 21/09/2013 20:45