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PT junta os cacos, tenta se encontrar. Descobrir qual o papel que a vida lhe reserva

Por Joedson Telles

Veja o que disse a ex-primeira dama Eliane Aquino à Mix FM e foi repercutido no site Universo político.com, depois entro em campo.

“Não estou aqui para brigar e não quero briga. Ou entro para unir todo mundo e virarmos um grupo, mas se for para brigar e disputar não quero isso. Quero paz, só isso. Vou continuar militando como sempre militei. Agora essa questão da candidatura, se for interesse do partido ótimo, se não deixem outras pessoas serem candidatas como já estava programado”, afirmou Eliane.

No gramado. Honestamente, quanto mais vivo a política mais fico surpreso com suas minudências ímpares. Em sintonia, os inseparáveis botões logo tratam de meter o bedelho: “será que depois de tudo que Eliane Aquilo viveu precisa mesmo passar por essa exposição pública – com direito ao constrangimento que está desenhado?”

Achando a indagação insuficiente, os botões vão mais além. “Se é flagrante desde o começo que uma candidatura ao Senado exige do aventureiro além de densidade eleitoral, poder de aglutinação dentro do grupo e poder de fogo financeiro, por que não analisar o perfil da vítima antes de as vísceras serem expostas? É vocação para o mal? ” Oh botões… Sempre andando em terras evitadas pela conhecida corja que vive a serviço.

O PT, que levou uma longa vida para chegar ao poder, se despediu melancolicamente com a morte precoce de Déda, no ano passado, e com a consequente perda (esperada?) de espaços no governo que outrora mandou. Não surpreende que esteja a juntar os cacos, tentando se encontrar. Descobrir qual o próximo papel que a vida política sergipana lhe reserva.

Pueril, para escrever o mínimo, contudo, este novo PT age como quem colocou na cabeça que pode eleger, facilmente, o próximo senador da República e, nas próximas eleições, disputar a Prefeitura de Aracaju – e até tentar voltar ao Palácio do Governo do Estado. Tudo certo. Salvará sua própria pátria num piscar de olhos. Mas, sem quadros, parece não perceber que subestima numa tacada só o próprio Jackson Barreto, João Alves, Valadares, Eduardo Amorim e os aliados mais fortes desta turma que não nasceu ontem.

Neste processo, o PT mete os pés pelas mãos – como no episódio da exoneração de Luciano Pimentel da Caixa Econômica Federal, e ao não mexer uma palha para que o PSB permaneça aliado, dando, assim, o discurso sonhado por Valadares para voltar ao grupo de João Alves como vítima, e, de quebra, facilitando o fortalecimento do grupo adversário.

Mas, voltando a Eliane Aquino, o PT, e é mais óbvio que a água molhar, jamais a escolheria para disputar o Senado, agora em 2014. Nos tempos da internet, também não tem desculpa para argumentar, só agora, que a ex-primeira dama não é filiada – e ainda inverter o processo e cobrar provas dela. Mesmo assim, o partido deixou a especulação crescer. “Desorganização ou necessidade de pegar carona em emoções que ninguém gostaria de ter tido à custa da desgraça alheia?”, dão sinal de vida os botões.

Na verdade, o PT prefere não tocar no assunto. Descarta Eliane, que já disse não querer criar problemas, e discute um nome tentando minimizar o estrago manifesto na recepção positiva à alternativa que antes dava frissons só de pensar. Dito de outra forma aos menos atentos: ao expor Eliane – ou no mínimo não fazer nada para evitar o constrangimento – e ainda dividir-se em torno da ideia de aceitar aliança com o histórico adversário João, o Negão, atônito, o PT não consegue ofuscar seu medo de as urnas revelarem com maestria que a legenda em Sergipe voltou a ser pequena.

Comentários (1)

  • Ouvi atentamente a fala de Eliane Aquino e percebi que o bom pensamento ainda pode prevalecer no PT: Tenho esperança e vou esperar, até porque tudo isso aí tem data.