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Prefeituras sergipanas fecharão as portas em protesto contra a crise

Nesta segunda-feira, dia 21, os prefeitos sergipanos voltaram a se reunir para debater medidas de mobilização contra a crise financeira. Liderados pelas três entidades sergipanas, Federação dos Municípios do Estado de Sergipe (Fames), Associação dos Municípios da Barra do Cotinguiba e Vale do Japaratuba (Ambarco) e Associação dos Municípios da Região Centro Sul de Sergipe (Amurces), os gestores aprovaram o fechamento das prefeituras por um dia. A paralisação acontecerá, na terça-feira, dia 29, e somente a saúde permanecerá funcionando. Neste mesmo dia, os prefeitos farão uma mobilização na Assembleia Legislativa, para chamar atenção dos parlamentares.
Para o prefeito de Nossa Senhora de Lourdes e presidente da Fames, Fábio Andrade, as mobilizações são importantes para levar a conhecimento de todos as dificuldades dos municípios. “Estamos em uma situação de calamidade. Temos orientado os associados a cortarem despesas, mas o problema não se resolve. Nosso objetivo agora é chamar atenção da população e dos parlamentares para nossa causa”, explica.
“Vamos nos movimentar, fazer barulho e mostrar à sociedade a realidade dos municípios. Além disso, precisamos pressionar os parlamentares para que o Pacto Federativo saia do papel. Nós temos vontade de trabalhar, mas não temos recursos para cumprir com nossas obrigações”, afirma o prefeito de Pedrinhas e presidente da Amurces, Zé de Bá.
O prefeito de Divina Pastora, Sylvio Maurício, destaca que as quedas constantes nos repasses federais impossibilitam o planejamento e dificultam a gestão. “Todos sabem que sem planejamento nada funciona. E como vamos planejar se não sabemos quanto iremos receber? A união tem devorado os municípios. Estamos prestes a pedir falência, brigando para conseguir pagar o salário dos servidores. Se a empresa não pode funcionar, ela fecha. Com as prefeituras não será diferente”.
DIFICULDADES
O prefeito de Poço Verde, Thiago Dória, afirma que o município precisou optar entre manter seu compromisso com os servidores ou ficar em dia com os fornecedores. “Só tenho cinco secretarias, as outras foram extintas, e reduzi o número de cargos comissionados, mas ainda é uma luta fechar as contas. Semana passada, por exemplo, reuni todos os fornecedores para explicar a atual situação financeira de Poço Verde e mostrar porque foi necessário escolher entre a pagar a folha de pessoal ou os fornecedores. Hoje, não temos condições de arcar com as duas despesas. Esclareci que quem quiser continuar fornecendo ao município será pago pela prefeitura, mas, infelizmente, não há previsão de pagamento”, explica.
No município de Gararu o quadro não é diferente. “Em Gararu, a situação é a pior possível. O município está quebrado, os débitos acumulados ao longo de anos e queda do FPM só agravam o quadro. Fizemos tudo, enxugamos o máximo. Cortamos gratificações, demitimos pessoal e ainda assim não sabemos se teremos como pagar a folha de setembro. Porque se a despesa sobe e arrecadação cai como mantemos as contas em dia? Nosso problema é financeiro e só se resolve com a liberação de recursos”, garante o prefeito Toinho de Rolemberg.
DECISÕES
Além do fechamento das prefeituras, os gestores decidiram enviar uma Carta à Confederação Nacional dos Municípios (CNM), cobrando ações intensas de ajuda aos municípios, e um Cartão aos parlamentares sergipanos pedindo apoio ao movimento municipalista. Ficou acertado ainda a criação de uma comissão com representantes das três entidades municipalistas para visitar o Ministério Público, Tribunal de Contas e Tribunal de Justiça de Sergipe para mostrar a verdadeira realidade dos municípios. Os prefeitos optaram também pela adesão ao fechamento da ponte, em um momento oportuno, em parceria com Alagoas. Se Alagoas fechar, os sergipanos também participarão do ato.

 

Modificado em 22/09/2015 06:05

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