Ao ser entrevistado na Globo News pelo jornalista Valdo Cruz, nesta terça-feira, dia 23, o senador Alessandro Vieira (Cidadania) ratificou, a necessidade da implantação de uma CPI no Senado Federal com o objetivo de identificar a irresponsabilidade do Governo Federal em relação à pandemia. Ele explicou que, no primeiro momento, vários países erraram e não aplicaram as medidas corretas de prevenção ao coronavírus, mas depois corrigiram. Porém, no Brasil, salienta o senador, “por incompetência e covardia eleitoral estão persistindo no erro”.
“É muito claro que a gente vive um processo de boicote na aquisição de vacinas, uma vez que o Brasil, que tem a vocação para programas de vacinação e tem o SUS, esteja tão atrasado no processo de imunização da população. Ainda tem o processo de incentivar o cidadão brasileiro a ir às ruas. Estamos três meses sem o auxílio emergencial por uma decisão política do governo. Eu conversei várias vezes com o ministro Paulo Guedes. Essa política feita deliberadamente, que no primeiro momento foi entendida como erro, hoje é crime. Escolher contaminar os brasileiros deliberadamente é crime. Isso precisa ser apurado. A gente já entendeu que esse governo só se move por pressão”, declarou.
Para Alessandro, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM), tem retardado a instalação da CPI por nutrir a esperança que o governo Bolsonaro foque na gestão – o que, para ele, é uma esperança vazia. “O presidente Pacheco vai ter que compreender que, ao não cumprir esta obrigação, vai se colocando no limite da cumplicidade da má gestão do governo Bolsonaro”, alertou.
Flávio Bolsonaro
Alessandro ainda comentou os motivos que levaram ele e o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos) a discutirem em um grupo de Whatsapp, na última segunda-feira. Segundo Alessandro, o senador Flávio fez uma postagem, que não condiz com a verdade, conclamando aos cidadãos a denunciarem fraudes juntos a hospitais que estariam escondendo vagas de leitos.
“Eu fiz uma cobrança porque esse tipo de postagem que desfoca a realidade só serve a interesse eleitoreiro. Quando eu fiz a provocação para que ele saísse da mansão e fosse a um hospital é porque qualquer cidadão minimamente lúcido que colocar o pé em um hospital e conversar com um profissional de saúde vai rejeitar essas mentiras. Os profissionais de saúde estão literalmente se matando tentando salvar vidas. O Brasil só vai se curar dessa doença com vacina e verdade”, afirmou.
Finalizando, o senador, que também foi acometido pelo Covid-19 nos últimos dias, reafirmou seu compromisso em não deixar a mentira prosperar e de trabalhar com muito esforço e união para resolver os problemas sem o uso da mentira.
“Meu compromisso tem sido reforçado pela dor dessas mais de 300 mil famílias que perderam seus entes. Essa turma acha que vai conseguir enganar a população a base de mentira. O governo errou, persiste no erro e é preciso corrigir esses erros com medidas concretas. Vacina, vaga de UTI e capacidade de atendimento. Não reconhecer isso e ficar investindo em narrativas de ataques a governadores e prefeitos é criminoso”, disse.