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Policiais erram e o contribuinte paga a conta?

Gilmar: boa intenção, mas a conta deve ser dos PMs

Por Joedson Telles

Na manhã desta quarta-feira 9, na Ilha FM, o repórter Alex Carvalho colocou no ar uma senhora indignada, depois que teve a casa invadida por policiais militares, segundo ela, sem ordem judicial. Os PMs teriam algemado o marido dela e outros familiares, revirado a casa em busca de algo. Humilharam toda a família, que dormia no momento da ação policial. Tudo porque os policiais tinham em mãos uma foto de um suspeito, que, ao final, não se comprovou se tratar de algum membro da família. Nos estúdios, o radialista Gilmar Carvalho, de pronto, solicitou o telefone das supostas vítimas da arbitrariedade que os policiais teriam cometido e prometeu no ar colocar um advogado para que a família entre com ação por danos morais.

Nada mais correto e minimamente justo. O detalhe é que, se de fato cabe a ação por danos morais, em vez de os policiais, que no caso teriam sido arbitrários e despreparados, pagarem a indenização, Gilmar Carvalho só falou em ação contra o Estado. Ou seja, o senhor e a senhora que fita estas linhas e sustentam o Estado com os seus impostos devem pagar pela suposta ação arbitrária dos policiais. “A culpa não é dos policiais é de quem orientou”, justificou Gilmar Carvalho.

Aí eu pergunto: se tudo se passou como a vítima narrou para o repórter Alex Carvalho e, por tabela, para os ouvintes da Ilha FM,  será que alguma criança acredita que os policiais, de fato, não sabiam que estavam agindo de forma arbitrária? Recorramos ao senso comum e perguntemos: se fosse na casa um deputado, um juiz, um governador havia “orientação” no mundo para que as cenas fossem idênticas – inclusive uso de algemas? Não é preciso responder.

A intenção do radialista Gilmar Carvalho é boa, evidentemente. Tentar minimizar o suposto dano causado à família pelos policiais é exemplo de cidadania. Entretanto, creio que, em vez de penalizar a sociedade, a indenização, se for comprovada a arbitrariedade, insistamos, precisa pesar no bolso de quem, de fato, errou – até para evitar futuros equívocos dos agentes públicos. Enquanto uns errarem e outros pagarem a conta continuaremos sendo dados viciados a favor da casa de apostas.

P.S. É possível imaginar uma pessoa orientar um condutor a pegar o volante embriagado e, ao ser parado por uma blitz policial, o condutor, por sua vez, escapar da Lei Seca, mesmo o bafômetro acusando a infração, argumentando que foi orientado a dirigir mesmo tendo ingerido álcool? A polícia passaria a mão em sua cabeça e iria atrás do orientador? Coisa para quem acredita no velhinho Noel. Ou não?

Modificado em 09/10/2013 10:11