Por Joedson Telles
O que dizer quando o guerreiro é vencido? Quando a esperança joga a toalha e sai de cena? Quando um sorriso é obrigado a ceder o lugar a lágrimas? Quando a retórica das retóricas é silenciada covardemente à força, mas não sem antes causar um dor memorável? Falar que Déda se foi como herói? Como um símbolo da batalha pela vida? Que lutou além das suas forças, mas estava certo quando, prevendo o pior, cunhou a frase “quando forem colher os sorrisos dos sergipanos lembrem de mim”? O que dizer?
O que dizer quando uma doença maligna, cruel, fria maltrata sem piedade e acaba por destruir os sonhos de um político jovem? De um pai de família? O que dizer quando achando pouco destrói sua vida e, por tabela, joga uma dor sem tamanho no colo de familiares e amigos? Falar que todos têm o seu dia especial? Que nascemos com selo de validade? Óbvio, não?
O que dizer quando todo um projeto social perde o seu maior líder? Quando os companheiros ficam órfãos da sua melhor cabeça? Quando todo um sacrifício resulta no que não era esperado? No que era mais temido? Quando o vento teimou em soprar na direção contrária? Dizer que a vida sorrir para uns e rir de outros? Plagiar o poeta e garantir a continuidade do show de todo o artista? É isso? Ou como diz Gil: “se eu quiser falar com Deus tenho que aceitar a dor… tenho que lamber o chão…”
O que dizer quando oramos, oramos, oramos mais, entretanto parece que Deus não nos escuta? Que não temos sequer crédito para sermos ouvidos? Deus sempre decide da melhor forma? É isso? Nem sempre temos discernimento espiritual para entender o que é melhor? Deus no seu infinito amor nunca falhou e nunca falhará, mas não temos preparo suficiente para entender o real sentido da vida?
É isso, sim. Pura verdade. Mas, no momento da dor, qualquer ser humano fica impotente. Cego espiritual. O sofrimento apronta das suas. O próprio Jesus na crucificação chegou a perguntar: “Eli, Eli, lama sabactáni?” – “Deus meu, Deus meu, por que me abandonaste?” Imagine nós, que vivemos a um oceano de distância da santidade do mestre?
A dor de perder Déda, este sergipano ímpar, é impossível de descrever. Sobretudo para familiares e amigos verdadeiros. O conforto, no entanto, é certo. O sofrimento nos aproxima de Deus. Tem o poder mágico de nos oferecer a oportunidade de conhecer a verdade e se libertar. E Déda viveu este paradoxo. Espiritualmente falando, teve o privilégio de sofrer de forma prolongada e, assim, ter tempo suficiente para saber que o sentido de viver é aceitar Jesus Cristo como senhor e salvador. O resto é mera questão de tempo para espelhar o verbo no passado.
1 Comentário
Izabel Mendonça Barreto Prado liked this on Facebook.