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Movimentos sociais e a nova ordem

Por Gentil Melo

O movimento sindical e os movimentos sociais organizados enfrentam a pior crise do período pós-redemocratização, caracterizados por ações sociais e coletivas de caráter sociopolítico e cultural com propósito viabilizar formas distintas da população se organizar e expressar suas demandas. Exerceram um papel protagonista nas décadas de 70 e 80, contra o regime militar, quando articulados e com o apoio dos movimentos de base com forte inspiração na Teologia da Libertação conseguiram pautar e assegurar vários direitos sociais que foram reconhecidos e estabelecidos na CF de 1988.

A partir dos anos 90, novas formas de associações sociais surgiram com práticas mais institucionalizadas dando uma nova configuração aos movimentos, caracterizadas pelo deslocamento da ação nas ruas para a esfera administrativa, não só este movimento, mais o surgimento e crescimento das ONG’s, cooptação de lideranças sindicais, criação de fóruns e conselhos, deslocamento para um eixo menos reivindicativo para propositivo contribuíram para o movimento perder visibilidade e entrar num processo de descrença perante a sociedade.

Nos anos 2000, tal realidade se agrava tomando proporções incertas aos movimentos organizados, no primeiro momento as conseqüências das mudanças no mundo do trabalho decorrente das inovações tecnológicas e das tecnologias de informação, associadas a este fenômeno globalizado convivemos com o aprofundamento da adoção de políticas públicas pelos governos de cunho neoliberais restringindo o papel do Estado a arrecadar, tributar e discriminar os movimentos, deixando única e exclusivamente ao mercado o controle da oferta e demanda por bens e serviços essenciais à sociedade, um mercado seletivo, excludente que privilegia o capital financeiro em detrimento do capital produtivo.

Atônitos à nova realidade os movimentos com seu vasto conhecimento acumulados durante décadas tentam se reinventar para fazer enfrentamento aos novos desafios numa sociedade globalizada e tecnologizada. Os movimentos sociais organizados ainda continuam sendo o coração, o pulsar da sociedade capaz de propor e disputar projeto emancipatório e civilizatório que tem como horizonte a construção de uma sociedade democrática e sem injustiças sociais.

Gentil Melo é servidor da UFS, contador e cientista social

Modificado em 02/08/2018 19:31

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