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“Minha geração não se sente acolhida pela atual gestão da OAB”, lamenta advogada Niully Campos

Niully: querendo mudanças na Ordem

Por Jozailto Lima

Há três anos e meio, a capelense Niully Campos, 27 anos, é uma advogada sergipana. Desenvolta, desinibida e propositiva, ela vai, como diria Caetano Veloso, “metendo o cotovelo e abrindo o caminho” no mercado da advocacia local meio que por conta própria. Ao deus-dará.  Niully Campos se sente um símbolo exemplar de uma nova-novíssima geração de advogados que chegou ao mercado “num tempo e num momento de vacas magras quando o assunto é proteção, encaminhamento e anteparo a jovens profissionais” por parte da Ordem dos Advogados do Brasil, secção local. Niully Campos admite que não sofreu muito mais, porque desde que pisou o pé no batente da profissão teria visto a debilidade dos atuais gestores e marcou forte para encontrar espaços e demarcar seu caminho como uma jovem criminalista. Ou penalista. Fez especialização em Direto Penal e em Processo Penal. Mas, por tudo isso, ela tem uma muito crítica em relação ao modelo administrativo da OAB/SE. “A minha geração não se sente acolhida pela atual gestão da OAB. Há uma insatisfação geral por parte dos colegas advogados, sobretudo entre os jovens advogados, porque a atual gestão da OAB é inerte no que se refere à defesa de nossas prerrogativas e omissa na defesa da população”, diz ela. Mas para Niully, essa gestão “inerte” tem dias contados. “Eu quero uma Ordem forte, que defenda as prerrogativas dos advogados, e socialmente atuante, comprometida com as causas sociais. Acredito em Henri Clay e no grupo dele fundamentalmente por duas razões. Primeiro, porque o Movimento 11 de Agosto, liderado por Henri Clay, surgiu no seio da advocacia sergipana como resposta aos desmandos da atual gestão da Ordem. Depois, porque me reconheço no amor que ele tem pela advocacia. Mais do que isso: conheço a história pessoal e profissional de Henri Clay, que sempre lutou pela advocacia em Sergipe e no Brasil. Não bastasse, ele é notadamente um líder. Forte e destemido, capaz de reunir e motivar os advogados”, diz ela. Veja a entrevista concedida por Niully Campos ao Universo.

Como é que a sua geração vê a atual gestão da OAB/SE?
A minha geração não se sente acolhida pela atual gestão da OAB. Há uma insatisfação geral por parte dos colegas advogados, sobretudo entre os jovens advogados, porque a atual gestão da OAB é inerte no que se refere à defesa de nossas prerrogativas e omissa na defesa da população, nas causas socialmente relevantes.

A senhora teria exemplos práticos?
Basta citar dois exemplos que, ao meu ver, são emblemáticos, demonstram a atuação equivocada da atual gestão da Ordem e criam uma sensação de impotência em nós advogados, que não nos reconhecemos em nossa entidade. O primeiro é o caso do renomado advogado criminalista, Dr. Evaldo Campos, que necessitou do apoio de um movimento independente para que a Ordem pudesse fazer um desagravo em seu favor, quando teve prerrogativas desrespeitadas. O outro caso emblemático foi a esdrúxula atuação da OAB, que se manifestou pela legalidade do aumento abusivo do IPTU pela Prefeitura de Aracaju, na contramão de todas as outras entidades, a exemplo do Ministério Público, que inclusive ajuizou ação contra a cobrança ilegal. A atual gestão da Ordem afasta e desmotiva o jovem advogado. Nós amamos a OAB, mas não neste modelo que temos hoje.

A Ordem tem feito algo institucional para recepcionar, valorar e potencializar o advogado recém-egresso das faculdades e recém-ingressado na profissão e na entidade de classe?
Eu desconheço ações com esse objetivo. O jovem advogado inicia sua atuação profissional sem qualquer apoio por parte da Ordem. Mas muito me animam as propostas da Chapa 02 neste sentido, colocando os jovens advogados no centro do amparo.

 

 

“Através do Movimento 11 de Agosto, eu e muitos colegas advogados pudemos, juntos, debater as agruras do dia a dia profissional e construir as propostas e soluções para a melhoria da Ordem”

 

 

 

Mas os advogados antigos, os medianos e os jovens têm algum tipo de culpa por terem deixado a instituição chegar a este tipo de desleixo, de desvalorização do protagonismo? 
Não acredito que a culpa seja do jovem advogado, nem especificamente de qualquer faixa etária. Atribuo esse atavismo aos atuais gestores. Esperamos ser recebidos por nossa Casa e necessitamos de estímulo para a participação ativa na entidade. Mas a atuação da OAB protagonizada pela atual gestão segue na contramão do que nós, jovens advogados, ouvimos sobre o passado da OAB/SE.

O que a senhora sabe do passado da Ordem?
Sabemos que a OAB/SE sempre foi referência para as demais seccionais no País, que sempre esteva na vanguarda da defesa da sociedade. Como no caso da anulação do concurso do Tribunal de Justiça de Sergipe, ou da luta contra a transposição do São Francisco, ambos ocorridas na gestão de Henri Clay Andrade. Ouvíamos falar à época, ainda como universitária, da força da advocacia sergipana. Hoje a situação é bem diferente e a responsabilidade está principalmente no comando pouco democrático e omisso da atual gestão da Ordem.

Em sua época de faculdade, havia algum programa da OAB/SE que interagisse com os acadêmicos de maneira direta? E a senhora acha necessário isso?
Existia sim, e acho necessário que retorne a haver. A OAB sempre promovia visitas dos universitários à Ordem, bem como palestras e seminários voltados para o estudante de Direito. É fundamental essa aproximação. Tanto para que o estudante já conheça e estreite a relação com sua futura entidade, bem como para que a Ordem auxilie na formação do futuro profissional advogado.

Qual é o modelo de Ordem que a senhora espera para a sua geração e para a sociedade?
Eu quero uma Ordem forte, que defenda as prerrogativas dos advogados e socialmente atuante, comprometida com as causas sociais. Para isso, a atuação da Ordem precisa ser desburocratizada. Necessitamos de uma OAB próxima do advogado, que resolva com eficiência e agilidade as nossas demandas. No mesmo sentido, é indispensável a democratização da gestão na entidade, autonomia para as representações da Ordem nas mais variadas regiões do Estado, estímulo para a participação ativa da mulher advogada e do jovem advogado.

Qual o grau de confiabilidade do projeto do candidato Henri Clay Andrade e do grupo dele em face da promessa de uma “OAB Forte, de Novo?”
Eu acredito em Henri Clay e no grupo dele fundamentalmente por duas razões. Primeiro, porque o Movimento 11 de Agosto, liderado por ele surgiu no seio da advocacia sergipana como resposta aos desmandos da atual gestão da Ordem. Depois, porque me sinto representada por Henri Clay, me reconheço no amor que ele tem pela advocacia. Mais do que isso, conheço a história pessoal e profissional de Henri Clay, que sempre lutou pela advocacia em Sergipe e no Brasil. Confio nesse grupo para unir a classe e para resgatar o prestígio da advocacia sergipana.

A senhora conhece em que grau o projeto dele e do grupo dele?
Conheço o projeto liderado por Henri Clay porque o projeto foi construído coletivamente, e eu estava lá, como mulher e como jovem advogada, já tendo voz e opinião. Está aí uma diferença fundamental para mim. Eu participei ativamente da construção das propostas do projeto através do Movimento 11 de Agosto. Eu e muitos colegas advogados pudemos, juntos, debater as agruras do dia a dia profissional e construir as propostas e soluções para a melhoria da Ordem. Estive ao lado de advogados como Cezar Britto, Adélia Pessoa, Inácio Krauss, Aurélio Belém, Maurício Gentil, dentre outros que, para mim, são referência de vida e de atuação profissional.

Qual foi a impressão que Henri Clay deixou na sua pessoa durante os eventos de pré-candidatura?
Enxerguei em Henri Clay um verdadeiro amor pela Ordem, pela advocacia. Não bastasse, ele é notadamente um líder. Forte e destemido, capaz de reunir e motivar os advogados. E tudo isso se confirmou na campanha e em eventos magistrais, como o último debate da TV Aperipê, no qual nos sentimos diante de um advogado com visão de estadista.

Modificado em 19/11/2015 06:22

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