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Márcio Macêdo: “É preciso construir a unidade para renovar o PT”

A corrente interna do PT “Construindo Um Novo Brasil” realizou, em Aracaju, na noite desta quarta-feira (23), uma plenária de análise da conjuntura política. Liderado em Sergipe pelo secretário nacional de Finanças e Planejamento do partido, Márcio Macêdo, o agrupamento discutiu também o resultado do pleito municipal e o processo de eleição interna da sigla, que ocorrerá no próximo ano. O prefeito reeleito de Nossa Senhora da Glória, Chico dos Correios, e a vice-prefeita eleita de Aracaju, Eliane Aquino, participaram do encontro, que reuniu mais de 200 militantes e lideranças políticas no auditório do Sindicato dos Bancários.

“É hora de mobilizar o Estado inteiro debatendo a conjuntura, a situação do PT e a necessidade que temos de nos organizar e nos preparar para o futuro. É preciso fazer debate em todos os municípios. A crise só se vence com participação, com debate coletivo. É esta a contribuição que queremos dar”, afirmou Márcio Macêdo.

Ele avaliou a situação do partido no Estado. “O PT, em Sergipe, encolheu. Já chegamos a ter oito prefeitos, desta vez elegemos três; já tivemos 12 vice-prefeitos, agora serão cinco; já tivemos 67 vereadores, a partir do próximo ano serão 34. Então, é preciso rediscutir o partido. Precisamos ter consciência disso e encarar a realidade. Há uma crise de gestão e de condução no nosso partido. Não estou apontando culpados, mas é preciso ter consciência de onde estamos para podermos avançar”, ressaltou.

O representante da Direção Nacional do PT defendeu a construção da união interna. “É preciso iniciar um processo de construção da unidade, é o melhor caminho, mas é preciso ter maturidade para unir as forças e construir. Não sei se vai ser possível, mas este é o melhor cenário. Estou disposto a dialogar com todas as forças, sem veto a ninguém”, reforçou.

“Renovação partidária”

Neste sentido, Márcio se disse “otimista” com o processo de renovação partidária, com a realização do processo de eleição interna. “Tem que mudar mesmo, não se pode ficar agarrado aos cargos no PT. É preciso fazer uma renovação completa, sacudir o partido de baixo para cima e de cima para baixo. O PT tem que ter coragem de fazer um balanço dos 13 anos apontando as perseguições e injustiças, mas também reconhecendo seus erros”, destacou.

“Sou do PT que fez o Bolsa Família, o Mais Médicos, o Luz para Todos, o Prouni, o Minha Casa Minha Vida, o Brasil Sorridente, o partido que tirou o Brasil das garras do FMI, que retirou 40 milhões de brasileiros da pobreza. Mas também temos que fazer um balanço dos nossos erros, conversar sobre o que ocorreu, fazer um balanço sincero, um diálogo profundo com a militância. Esta é a oportunidade nos será dada no Congresso do partido, com proposta de organização partidária para nos reencontramos com o sonho que encante a nossa militância e que possa encantar a Nação. Estou otimista, sairemos desta crise”, ponderou.

Conjuntura

Márcio Macêdo ressaltou que o PT vive “o momento mais difícil” da sua história. “As elites cansaram de nós, não suportaram os avanços que o PT e seus aliados trouxeram para o país. No primeiro sinal de crise e descontentamento das ruas, as elites, apoiadas pela oposição, pela grande mídia, por setores do Judiciário, do Ministério Público e da Polícia, criaram a instabilidade para concretizar um golpe de Estado”, disse. O resultado disso, frisou ele, “é a criminalização da política e a recessão e depressão no país”.

Ao avaliar o governo de Michel Temer, o ex-deputado o definiu como “fraco, moribundo, sem estatura e sem liderança”. “É um governo fraco, não tem estatura, não tem liderança, mesmo blindado pela mídia, mas que não consegue ser bem visto pela população”, afirmou.

Ele defendeu que o PT e os movimentos sociais e populares precisam reagir às medidas neoliberais que estão sendo tomadas pelo atual governo. “A PEC 241/55, congelando o orçamento por 20 anos, vai cortar recursos da Educação, da Saúde, dos programas sociais e investimentos. Está provocando uma quebradeira nos Estados. Temos que reagir. A receita de Temer é atrasada, é a do neoliberalismo. O que não conseguiram implantar com FHC vão tentar agora. Este modelo não passaria nunca pelas urnas, só com um golpe. Ao lado disso, há uma onda conservadora no mundo inteiro. Este é o resultado da negação da política. Mas tenho a sensação de que este governo vai cair. Temer não se sustenta”, avaliou.

Aracaju

Em seu discurso, Márcio ainda comemorou o resultado da eleição em Aracaju, destacando a vitória de Edvaldo Nogueira (PCdoB) e Eliane Aquino. “A vitória em Aracaju foi importante para consolidar o projeto político, que começou com Déda. Vamos retomá-lo. Para isso, é importante darmos apoio à gestão, que, acredito, será qualificada para atender o anseio da sociedade. Foi muito especial a eleição em Aracaju, encheu os nossos corações de emoção e amor pela política”, definiu.

Unidade

A vice-prefeita Eliane Aquino também defendeu a unidade interna do PT. “A gente só vai avançar se nos reconstruirmos. Se a gente continuar com o mesmo pensamento de luta e briga, e olhar o PT só pela guerra interna não iremos avançar muito”, afirmou.

Ela ponderou que “há uma grande responsabilidade na mão de todos nós com Aracaju”. “Quem andou nas ruas viu o quanto que a cidade está abandonada. Ao mesmo tempo viu a população nos recebendo com um sorriso no rosto, com esperança. O município está completamente devastado, então será preciso fazer aquilo que passamos a campanha inteira falando, que é melhorar a vida das pessoas”, reiterou.

Modificado em 25/11/2016 06:05

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