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Laércio Oliveira sobre a necessidade da reforma política: “Televisão virou palanque eletrônico: quem tem recurso sai na frente, enganando o eleitor”

Laércio: prioridades na reforma política

Por Joedson Telles

Provocado sobre a necessidade de a reforma política sair do papel, o deputado federal Laércio Oliveira (SDD) afirmou que o atual sistema político faliu, virou um mercado. Um ambiente onde os partidos são negociados. “As siglas partidárias estão postas em uma discussão de quem dá mais. As ideologias partidárias sumiram. Saudosos os tempos quando a gente tinha os partidos com suas ideologias montadas. Quem era da Arena, por exemplo, não mudava para o MDB”, lembrou Laércio.

O deputado acredita que esta forma de fazer política levando em conta a ideologia pode ser retomada com a reforma política em discussão. “A questão do fundo partidário, inclusive a Câmara acabou de aprovar um aumento, é um desrespeito grande à sociedade brasileira. Eu sou radicalmente contra, porque as organizações quando se formam são a partir do interesse de cada um. Se eu quero ajudar o (partido) Solidariedade a crescer, eu ajudo, eu contribuo”, disse o deputado.

Laércio observa, no entanto, que, do jeito que está, alimenta-se um comércio muito grande – com as pessoas enlouquecidas país a fora, buscando assinaturas, fundando um partido, e, no ano seguinte, mesmo se não tiver representação nenhuma – nem na Câmara, nem na Assembleia e nem no Senado -, recebe pelo menos R$ 500 mil de fundo partidário.

O deputado do SDD defende também que o voto seja facultativo, dando o direito à sociedade de decidir se quer votar ou não. “A televisão virou um palanque eletrônico onde quem tem recurso para fazer programas com alta tecnologia sai na frente, porque acaba enganando o eleitor. Eu acho que isso precisa de um regramento. As pesquisas influenciam demais no voto do cidadão. Precisa ter um critério para elas, que hoje são desenfreadas. Sobre coligação, precisa mudar essas regras. A gente podia simplificar a reforma política. Quem teve o maior número de votos, esse é o eleito. A sociedade só entende isso. Não entende um candidato que tem 100 votos e outro que tem 60, o que tem 60 entrar e o que teve 100 não. Entende a gente, que é do meio político. Mas o povo não entende”, garante.

O deputado tem consciência das dificuldades de aprovar uma matéria no Congresso Nacional que contrarie interesses de alguns deputados que são beneficiados pelas atuais regras do jogo. Entretanto se mantém otimista quanto à aprovação da reforma política. “Acho que antes de legislar para sociedade, há um interesse em si. Se aprovar o modelo, vai ser bom ou ruim? Se for ruim e bom para sociedade, desfaz e vai para outro modelo que seja bom para ele (o político) em primeiro lugar. Eu acho que isso é uma situação que a gente vive, e não sei de que forma a gente resolve”, disse.

Laércio Oliveira salientou, por fim, que há um documento para aprovação de uma comissão visando à aprovação da reforma política. “Mas eu já ouvi algumas conversas setorizadas dentro da Câmara onde o parlamentar não tem interesse que as eleições sejam feitas de uma vez só, mas de dois em dois anos. Imagine a fortuna que se gasta para fazer eleição a cada dois anos? Os próprios políticos na sua grande maioria rejeitam esse modelo porque sai de uma eleição, e, praticamente, começa a pensar na outra. Eu ouvi grupos de colegas conversando, dizendo que esse modelo não pode passar, que tem que ter eleição a cada dois anos porque tem o controle maior da base eleitoral. Esse risco a gente precisa correr e superar”, acredita.

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