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João e a decisão de disputar o governo do Estado

João: reflexão até último segundo

Por Joedson Telles

Não, internauta. Não se trata de o prefeito de Aracaju, João Alves Filho (DEM), ter decidido deixar o cargo para entrar na disputa com os já declarados pré-candidatos, o senador Eduardo Amorim (PSC) e o governador Jackson Barreto (PMDB). O suspense continua e quem conhece João sabe que ele aguardará a plaquinha cunhando quantos minutos o árbitro dará a mais na partida para decidir no último segundo do jogo. É o estilo João.

O título, na verdade, resume o momento de reflexão que vive o prefeito. Um homem que já governou o Estado por três vezes e lidera todas as pesquisas para governar pela quarta vez não pode deixar de nutrir o desejo de ser candidato. Em se tratando de João Alves mais ainda. Ao longo da sua história, desafio parece ser um vocábulo recorrente. Dispensa lembrar aqui.

Se a decisão repousasse apenas no terreno da coragem, do risco de trocar o certo pelo duvidoso, o posto de prefeito da capital por ficar sem mandato, em caso de derrota, como alguns teimam em colocar, João Alves seria, sim, pré-candidato. Não há a menor dúvida. Para quem, como já disse, governou Sergipe três vezes, e está como prefeito pela segunda vez, arriscar ficar sem mandato jamais pode simbolizar um velório. Ainda mais quando a possibilidade enseja tornar prefeito o leal amigo – inclusive de projetos – José Carlos Machado.

O problema, insisto, não é falta de coragem ou temer prejuízo ao projeto. As histórias de João e Machado – ou a história de João e Machado – sepulta quaisquer dúvidas neste sentido. Aliás, a julgar pelas cobranças que fez recentemente a Gorette Reis, por conta dos problemas na Saúde, Machado seria, acredito, até mais rigoroso com o cumprimento das promessas da dupla frente a população, quando da campanha, em 2012. O problema, na verdade, creio, está no macro.

Uma vez decidindo ser candidato, João Alves sabe que terá dificuldades para aglutinar forças para a suposta candidatura sem ceder  a vaga de senador. E a senadora Maria do Carmo ainda não se manifestou sobre o assunto. Presumi-se que ela tenha interesse na reeleição. Todavia, apesar das pesquisas favoráveis também ao seu nome, João e Maria seria uma chapa um tanto “isolada”, e, óbvio, com pouquíssimo tempo de TV – algo que poderia comprometer o projeto, já que os principais adversários teriam bem mais partidos e, em consequência, bem mais tempo no ar. Num país cujas eleições cada vez mais são decididas por marqueteiros que têm na TV o principal trunfo, o tempo nunca foi tão precioso e decisivo.

Evidente que João Alves já demonstrou, em outras eleições, ter forças, mesmo sem ter a maioria ao seu lado. Mas cada eleição é uma história. É certo também que o senador Antônio Carlos Valadares (PSB) poderia trair JB e reforçar a suposta chapa João e Maria emplacando seu filho, o federal Valadares Filho, como vice. Mas aí sugeria um outro problema: o palanque nacional. Caso tanto o tucano Aécio Neves quanto Eduardo Campos (PSB) sejam, de fato, candidatos a presidente da República, obrigatoriamente, João e Valadares precisariam estar em palanques diferentes. Ou não? Daria para caminhar juntos e resolver esta questão de palanque em Sergipe?

Mas, voltando à Maria, na possibilidade dela não querer disputar a reeleição, João Alves teria mais abertura para respirar, já que teria duas vagas na majoritária para oferecer e os bons números nas pesquisas para atrair forças para seu possível palanque. Tudo isso e, evidente, outras coisas mais são pontos de reflexão do prefeito João Alves Filho neste momento para tomar sua decisão de entrar ou não na disputa. Até o prazo final para a chamada desincompatibilização, João Alves continuará blindado. Tendo tempo para refletir com tranquilidade. Segue sendo o sonho de consumo dos possíveis futuros adversários, Eduardo Amorim e Jackson Barreto. Pelo menos no tocante a um deles a certeza é 100%.