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João Daniel lamenta falta de controle do uso de agrotóxicos e alerta para os riscos

A alta concentração de agrotóxicos nos alimentos que chegam à mesa dos brasileiros diariamente, sem que haja um controle efetivo desses venenos aplicados em sua produção por parte dos órgãos federais, estaduais e municipais, foi alertada pelo deputado federal João Daniel (PT/SE), na Câmara dos Deputado. “Isso é muito grave e grandes empresas, o agronegócio e os intelectuais aqui nesta Casa e em outros locais defendem a necessidade do uso de agrotóxico sem restrição”, lamentou.

Ele destacou que, em artigo recentemente publicado, a Califórnia classificou o herbicida Roundup Glifosato como cancerígeno. Em contrapartida, observou João Daniel, aqui no Brasil este é um dos principais agrotóxicos utilizado sem nenhum controle e vendido em qualquer local. “Nos Estados Unidos, esse agrotóxico teve sua venda proibida. Foi comprovado por estudiosos e órgãos americanos que esse agrotóxico é cancerígeno. Não estou falando que foram órgãos de Cuba e, sim, órgãos dos Estados Unidos”. A Agência de Proteção Ambiental da Califórnia informou que pensa em reclassificar o glifosato – ingrediente tóxico ativo do herbicida Roundup – por saber que provoca câncer.

O Roundup é utilizado nos cultivos de todo o mundo e é o mais conhecido dos antipragas dos EUA. Embora a empresa sustente que seu produto é seguro, muitos anos de investigação relacionam o Roundup com inúmeros problemas de saúde e do meio ambiente. Em junho passado, a França proibiu a venda do herbicida em lojas de jardinagem devido à inquietação por sua toxicidade.

O deputado João Daniel alertou que grande parte dos alimentos que chegam à mesa dos brasileiros está contaminada por agrotóxicos. Ao destacar outra publicação – “Sem controle, alimentos circulam no país com agrotóxico irregular” –, o parlamentar lamentou que a fiscalização dos níveis de veneno em frutas, legumes e verduras aqui no país não seja mais abrangente e rígida. Hoje, existe a pesquisa por amostragem feita pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

“No entanto, essa ela atinge uma pequena parte dos produtos produzidos e mesmo assim até um terço deles é reprovado por conter níveis de agrotóxicos acima do tolerado ou com venenos não permitidos”, afirmou. Ele citou como exemplo a análise da amostragem da Anvisa em 2014, que mostrou que 31% dos alimentos típicos da cesta básica que circularam em São Paulo tinham agrotóxicos proibidos ou em quantidade acima da permitida para os produtos.

O Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do planeta. Na safra de 2013/2014 foram utilizados cerca de 1 bilhão de litros, o que representa uma média de cinco litros de agrotóxicos por habitante, de acordo com especialistas. O mais grave é que entre as substâncias usadas no país estão algumas potencialmente cancerígenas, algumas já banidas da União Europeia e de países como China e Índia.

De acordo com João Daniel, isso aumenta ainda mais os riscos à saúde. Problemas que vão desde lesões e irritações na pele e olhos, além de malformações congênitas, dificuldades respiratórias, alterações no sistema hormonal e imunológico e até câncer.

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