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João Alves manda o recado nas entrelinhas: cogita, sim, disputar o governo do Estado, em 2014

João Alves: dando a dica

Por Joedson Telles

Em política, passa despercebida aos que dão de ombros à ciência do poder, mais por ignorância que sapiência, a faculdade dos seus agentes valerem-se da retórica para não deixar rastro de quaisquer informações que julguem inadequadas para o momento, mas substanciais no sentido de conseguir capitalizar politicamente de alguma forma num futuro não tão longínquo.

Tendo este juízo trivial a povoar a mente, difícil é se permitir persuadir que não deixou o governador em exercício Jackson Barreto (PMDB) mais atônito (atormentado mesmo?) o fato de o recuo do deputado Augusto Bezerra espelhar bem mais uma futura posição de João Alves, no tocante à eleição de 2014, que a própria avaria do apoio do deputado do DEM na Assembleia Legislativa.

Grita pela obviedade o fato de o prefeito de Aracaju sobrevoar o chamado céu de brigadeiro à custa não apenas de um combustível chamado pesquisas favoráveis para o governo, mas, sobretudo, valendo-se da indefinição crônica que permeia alguns, se não a maioria, dos nossos políticos em ano pré-eleitoral. Todos sonham com João no palanque. E, mais ainda, em não ser ele o candidato.

E, assim, na primeira classe, João segue voando alto, apostando em ser o melhor prefeito do Brasil, cujo currículo, ironicamente, o mantém como favorito para deixar a PMA rumo ao governo do Estado. Sem as críticas, que deveriam chegar nas asas da oposição, e com os afagos dos governistas, ambos com objetivos iguais de fazer a chamada média,  apostando no reconhecimento em forma do apoio do DEM em 2014, João segue tranquilo e não define sua posição para o próximo pleito.

Reflui pela retícula, entretanto, o sentimento a predominar no popular Negão em persistindo o quadro. De forma seca: é João 2014 ou, no mínimo, tem harmonia com a veracidade aquela história de bastidores que repousa na tese de haver um contrato de gaveta entre o prefeito e o empresário José Edivan do Amorim, no sentido de João ficar na Prefeitura e apoiar uma possível candidatura do senador Eduardo Amorim (PSC) ao governo do Estado. Por que João não lavou as mãos no caso Augusto x JB? Eis a indagação chave.

Ao tomar partido, aconselhando Augusto a cair fora, a não colar em JB, argumentando que isso passaria à sociedade que o DEM poderia ter se definido pelo PMDB, João manda o recado nas entre linhas: cogita, sim, disputar o governo. Ou, no mínimo, pensa com carinho em marchar com o PSC. Em ambas possibilidades, frustração para o PMDB. Evidente que tudo isso pode dar em nada. João pode muito bem emplacar Mendonça Prado, ou outro aliado, na chapa encabeçada por JB, expulsar o PT do palanque na força da densidade eleitoral, e continuar na PMA, apostando em eleger JB e tê-lo como aliado. Sobretudo se o PT rachar com o PMDB em nível nacional, como se respira em Brasília, a tese ganharia força.

A política, a propósito, já exibiu novelas mais impensáveis que PMDB e DEM de braços dados pelas ruas, pedindo voto para JB. Santinho de Jackson Barreto com a foto de João. Lógico que a oposição faria um carnaval de fazer inveja a Salvador. Às escolas de samba do Rio de Janeiro. Minorias no PT tomariam remédio de pressão. Todavia, em se confirmando o quadro, valerá o voto na urna. E, caso JB dispute mesmo o governo e seja vitorioso na chapa majoritária desenhada aqui, não será a primeira aliança espelhando incoerência a vencer uma eleição. A sociedade, em sendo assistida, tende a ter memória curta. Mais vale ações em sintonia com a demanda social que retórica bonita que não chega a lugar nenhum. O povo parece cansado de políticos que falam demais em ideologia, mas, na prática, não resolvem nada, exceto para os seus.

Modificado em 24/07/2013 08:54

Comentários (1)

  • ELE NÃO ESTA CONSEGUINDO RESOLVER A SITUAÇÃO DO TRANSPORTE EM ARACAJU, IMAGINE NO ESTADO TODO