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Jackson está disposto a ir fundo contra Gilmar Carvalho

Gilmar: alvo de ações movidas por Jackson Barreto

 

Por Joedson Telles

O governador em exercício Jackson Barreto (PMDB) emite claros sinais de que, se depender dele, o radialista Gilmar Carvalho não apenas terá que desembolsar uma boa grana como também passará um bom tempo na grade. JB não digeriu bem a história de “ficha suja”. E não é muito difícil perceber a indigestão.

Começa pelo óbvio fato de bater à porta da Justiça com duas ações – uma cível e outra penal – debaixo do braço. Conta também a sua presença, na última quarta-feira 28, ontem, por tanto, na 8ª Vara Cível, onde houve a primeira audiência, mesmo sem ter obrigação de estar lá. Poderia, a exemplo do próprio radialista, confiar na presença do advogado. Mas JB quis ir atestar tudo in loco. Olhar nos olhos da juíza Dalquíria de Melo Ferreira e tentar perpassar pessoalmente o sentimento de ter tido a honra atingida.

Como se isto não bastasse, JB não apenas recusa quaisquer acordos pelo restabelecimento da paz, descartando a retratação proposta pela defesa de Gilmar, como também ainda externa as pintas do desejo de não recuar, claramente, nas palavras que envia à sociedade via a jornalista Cássia Santana, da Infonet.

“Ficha suja é pra quem foi condenado e eu não fui condenado em nenhum processo. Foram várias as agressões desonrosas para atender a interesses da rádio onde trabalha com o objetivo de humilhar, constranger e enfraquecer politicamente o governador em exercício. Não aceitei a retratação porque ofensa à honra não tem sentido um simples pedido de desculpa, é um problema que se resolve com decisão judicial”, lê-se na Infonet.

A essência da polêmica seria a venda da então Energipe durante o governo Albano Franco. “No Jornal da Ilha FM, Gilmar fez críticas lembrando a adesão de Jackson, em 1998, ao então governador Albano Franco, depois da venda da Energipe”, lembra o site do próprio Gilmar, o Nenoticias. Entretanto, não apenas isso, mas outras críticas que o radialista vem fazendo a JB, inclusive por estar à frente do Governo do Estado, teriam motivado JB.

O sentimento de JB estaria ligado à tese de que o radialista falou (e fala) demais ao microfone na febre de desgastá-lo, em prol de uma suposta candidatura do aliado Eduardo Amorim, ao governo do Estado. Apesar de o senador nunca ter revelado sequer esse desejo, os próprios aliados não pensam em outra coisa.

As falas de Gilmar, escutadas como agressões pelo alvo JB, vão além da honra pessoal, na ótica dele expressa nas ações. Nitidamente, também martelam sua cabeça como uma forma de jogá-lo contra o eleitor. Ilhe dar a fama de ‘ficha suja’ à porta de uma eleição que o próprio JB já se declarou pré-candidato a governador. E, evidente, mais desgaste que a publicidade negativa de político corrupto num programa com a audiência que tem o Jornal da Ilha, impossível. Ainda que o mesmo JB já tenha dito, outro dia, que Gilmar tem audiência, de fato, mas não credibilidade.

O lado positivo da polêmica, se é que pode ser encontrado, talvez seja o fato de como se trata de dois homens civilizados, conhecedores da ciência jurídica, buscou-se o caminho da Justiça, quem, de direito, tem não apenas a competência, mas o dever constitucional de jogar luz sobre os fatos. Com a imparcialidade de praxe, lógico.

Creio, por fim, que seja qual for o resultado, a sociedade sairá ganhando. E não apenas por se tratar de dois políticos e apenas um deles sair da história ileso: grita o bom senso que um político não pode ser acusado de “ficha suja” num país onde todos são inocentes até que provas contrárias sejam apresentadas. Do mesmo jeito, um radialista  sério não pode se furtar a desmascarar um corrupto, mas, evidentemente, mediante provas irrefutáveis. Eis o enigma mais cristalino que nunca.

 

Modificado em 01/09/2013 09:36