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Gualberto não quer João Alves no palanque, mas parece jogar a toalha

Gualberto: decisão coletiva

Por Joedson Telles

Provocado sobre o futuro do PT em Sergipe, caso PMDB e DEM façam mesmo uma aliança, visando 2014, o deputado estadual petista Francisco Gualberto observou que a decisão será coletiva, mas, enquanto militante, não defende PT e DEM no mesmo palanque por questões ideológicas pra lá de conhecidas. Inclusive agressões.

Apesar de não titubear individualmente, Gualberto insistiu em evidenciar que a decisão é de grupo. E usando da honestidade, não escondeu que pode ser, sim, mais uma vez, voz vencida.

“Uma questão dessa será definida pelo conjunto do partido e, obviamente, tem a ver com toda conjuntura outros aspectos de um projeto. Não posso antecipar agora o que vai acontecer. Vamos ter paciência e construir a casa pela base”, disse valendo-se da metáfora.

Lembrando que não concordou quando o partido se coligou com o PSC, visando a governabilidade do governo Déda, em 2007, e, posteriormente, em 2010, manteve o acordo pela reeleição do governo petista, o deputado salientou que não coloca sua posição acima da realidade por ser impossível.

Nitidamente, Gualberto parece jogar a toalha. Realista, perpassa nas entrelinhas a certeza que o PMDB, a exemplo do que deixou claro o deputado Zezinho Guimarães, só não fechará acordo com João Alves se este último optar por outro caminho. Coerente, Gualberto não adere à moda “esqueçamos que batemos em João a vida toda, e rezemos para o povo olvidar também”.

Evitando ser multado por andar na contra-mão dos interesses da maioria do seu grupo, o petista ratifica as críticas feitas a João Alves e a outros políticos da chamada direita, mas, astuto, evita criticar quem pensa o contrário. Não apenas por ter o perfeito conhecimento do tamanho da sua força política dentro do PT, mas, sobretudo, pelo fato de não querer pagar a conta de uma possível derrota de Jackson Barreto, tendo João como adversário.

Resumindo, Gualberto não quer ver a cara de João. Ou doutor João, como chama. Mas teme, neste momento, ser um dos responsáveis direto pelo fracasso dos entendimentos para a aliança sonhada.

Uma coisa é certa, internauta. O namoro Jackson e João está apenas no início. E nada, saliente-se, garante que chegará ao altar como deseja a maioria do PMDB, e a minoria da minoria no DEM. Pode ser apenas algo republicano entre o governador em exercício e o prefeito de uma capital.

Agora uma coisa é certa: Gualberto não está só. Tenham certeza. O PT está dividido. Se há quem se agarre ao mel inerente ao poder, quem se acostumou em pouco tempo em ser governo, há também quem não abra mão da realidade construída historicamente sob a retórica da ideologia inversa das legendas. Aqueles que enxergam DEM e PT como líquidos imiscíveis. E aí só tempo para definir vitórias e derrotas.

Modificado em 14/06/2013 10:32