body { -webkit-touch-callout: none; -webkit-user-select: none; -khtml-user-select: none; -moz-user-select: none; -ms-user-select: none; user-select: none; }

Governo Jackson Barreto acusado de desviar quase R$ 400 milhões

“O Sintese mais uma vez veicula informação inverídica”, diz o governo

A professora Ivonete Cruz, presidente do Sintese, ratificou, na manhã desta sexta-feira, dia 19, ao ser entrevistada na Mix FM, que o governo Jackson Barreto desviou quase R$ 400 milhões. Segundo ela,  foi possível chegar a este número comparando os dados oficiais publicados pela Secretaria de Estado da Fazenda com os do Banco do Brasil.

“Ficou claro que não houve a dedução dos 20% dos impostos estaduais para a conta do FUNDEB. Como consequência, a Secretaria de Estado da Educação (SEED) e os 75 municípios sergipanos deixaram de receber na conta do FUNDEB no período de 2012 a julho de 2016 (até julho) R$77.036.525, 87 (setenta e sete milhões, trinta e seis mil, quinhentos e vinte e cinco reais e oitenta e sete centavos)”, diz o Sintese em nota.

A professora lembrou que, em 2015, o Sintese denunciou que o governo Jackson Barreto através da SEFAZ investiu indevidamente R$ 87 milhões de recursos da MDE, para aportes no Sergipeprevidência. Já em 2016, a situação ficou ainda mais grave.

“Até junho deste ano mais de R$223 milhões saíram da Manutenção e Desenvolvimento do Ensino – MDE para cobrir o déficit do fundo previdenciário sergipano. Ou seja, em menos de dois anos mais de R$311 milhões foram desviados da MDE para o aporte do déficit do Sergipeprevidência”, explica a nota.

Leia a nota do Sintese

Nestes últimos cinco anos, a Secretaria de Estado da Fazenda fez a dedução dos impostos abaixo dos 20% em total desacordo com a Constituição Federal e a Lei do FUNDEB (11.494/2007), por essa ação da SEFAZ, só a SEED deixou de receber pouco mais de R$29 milhões e 600 mil.

Como se chegou a esse valor?   

Como o SINTESE vem fazendo acompanhamento das receitas e despesas do Estado com relação à Educação causou estranheza ao sindicato a afirmação do governo de que os salários de julho dos professores que estão nos órgãos foram atrasados por conta da queda no FUNDEB.

Ainda no início deste mês o sindicato apresentou ao Tribunal de Contas e protocolou no Ministério Público estudos baseados no Relatório Resumido de Execução Orçamentária – RREO (publicado pela SEFAZ no Diário Oficial). O relatório mostra que de janeiro a junho grande parte das receitas de impostos e transferências do estado de Sergipe aumentaram em 2016, quando comparadas ao mesmo período do ano de 2015.

“Se houve aumento na arrecadação de impostos, não há justificativa para a queda no FUNDEB, afinal o fundo é composto somente de impostos”, explica Roberto Silva dos Santos, vice-presidente do SINTESE.

Investigando mais a fundo, descobriu-se o “motivo” da queda dos recursos do FUNDEB. A partir da comparação dos dados do RREO publicados no Diário Oficial pela Secretaria de Estado da Fazenda e os fornecidos pelo Banco do Brasil, através dos demonstrativos mensais dos valores das contas do FUNDEB constatou-se que de 2012 até julho de 2016 a SEFAZ não deduziu 20% dos impostos estaduais para serem transferidos para a conta do FUNDEB. Isso significa que a cada ano deixavam de entrar recursos para a SEED e também para os municípios.

A não dedução dos 20% dos impostos estaduais pela SEFAZ fez com que somente em 2016 (janeiro a julho) mais de R$60 milhões não fossem transferidos para as contas do FUNDEB

Ao fazer a opção política e administrativa de não deduzir os 20% dos impostos estaduais, o secretário Jeferson Passos escolheu o caminho da improbidade administrativa ao confrontar-se com os preceitos da Emenda Constitucional nº 53/2006 e dos artigos 3º, 16 e 17 da Lei 11.494/2007 que estabelecem a dedução dos impostos estaduais para a conta o fundo devem acontecer no momento em que a arrecadação estiver sendo realizadasempre no percentual fixo de 20% do montante global dos tributos.

Como isso afeta as escolas públicas estaduais e municipais?

Como a Secretaria da Fazenda não fez a dedução dos 20% dos impostos para a conta do fundo, o valor total do FUNDEB ficou menor. Com isso, a Secretaria de Estado da Educação e os municípios também receberam menos recursos.

Se durante esses anos a SEFAZ tivesse feito as transferências corretas dos impostos para a conta do FUNDEB o município de Aracaju, por exemplo, teria recebido quase R$5 milhões a mais, já em Lagarto o acréscimo seria superior R$2 milhões e 700 mil.

“Num cenário em que na grande maioria dos municípios os professores estão sendo massacrados e tendo seus direitos desrespeitados, como receber seus salários dentro do mês trabalhado, férias, décimo terceiro e reajuste do piso Salarial, e professores da rede estadual estão sofrendo a destruição total da sua carreira sem reajuste do piso desde 2015, detectamos que um montante de mais de setenta e sete milhões de reais não tem sido transferido para as contas do FUNDEB desde 2012. Esperamos que o governo do estado faça imediatamente a devolução devida para o FUNDEB para que os professores das redes municipais e da rede estadual possam ter seus direitos garantidos”, disse a presidenta do SINTESE, Ivonete Cruz.

SEFAZ descumpre a Constituição Federal ao usar recursos do Ensino para previdência

Em 2015 o SINTESE denunciou que o governo Jackson Barreto através da SEFAZ investiu indevidamente R$ 87 milhões de recursos da MDE, para aportes no Sergipeprevidência. Já em 2016 a situação ficou ainda mais grave. Até junho deste ano mais de R$223 milhões saíram da Manutenção e Desenvolvimento do Ensino – MDE para cobrir o déficit do fundo previdenciário sergipano. Ou seja, em menos de dois anos mais de R$311 milhões foram desviados da MDE para o aporte do déficit do Sergipeprevidência.

Tal é ação é uma clara afronta aos artigos 37 e 40 da Constituição Federal, aos artigos 70 e 71 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação e também ao artigo 22 da Lei 11.494/2007 (Lei do FUNDEB), pois os recursos da MDE só podem ser utilizados à renumeração e ao aperfeiçoamento dos profissionais da educação, e que exerçam cargos, emprego ou função na atividade de ensino, ou seja, que estão na ativa, sendo proibido, portanto, utilizar-se destes recursos para pagamento de proventos.

O SINTESE já protocolou as denúncias ao Tribunal de Contas e ao Ministério Público solicitando dos órgãos fiscalizadores a abertura de inquérito civil público para apurar a responsabilidade dos gestores do Governo do Estado e particularmente da SEFAZ e SEED antes os atos de improbidade administrativa e de falsidade ideológica, além de ações judiciais que garantam a devolução dos valores à conta do FUNDEB.

Por Assessoria do Sintese

Governo nega denúncia do Sintese

Por sua vez, o Governo do Estado de Sergipe rechaçou a denúncia, assegurando que cumpre de forma rigorosa e categórica com todos os repasses para o Fundeb como manda a Constituição Federal. “O Sintese mais uma vez veicula informação inverídica, desta vez colocando sob suspeita os repasses que o Governo do Estado realiza ao Fundeb”, diz em nota.

O secretário da Fazenda, Jeferson Passos, alega não ter recebido nenhum documento oficial do Sintese sobre a denúncia. Segundo ele, três vezes o Sintese apresentou denúncias sem fundamentos aos órgãos de controle do Estado, e nas três oportunidades, o Governo do Estado demonstrou com clareza os erros nas interpretações do Sintese.

“Em relação aos aportes para a previdência do magistério, que segundo o Sintese, o governo não poderia computar nos 25% dos recursos financeiros do estado,previstos para serem repassados à Educação, Jeferson Passos explica que existe uma decisão do Tribunal de Contas do Estado de Sergipe que prevê essa possibilidade. Mais uma vez o Sintese manipula informações e mente para a sociedade com o intuito de causar desgates políticos ao Governo do Estado”, lê-se na nota da Secretaria da Fazenda.

Enviado pelo Governo do Estado 

Modificado em 19/08/2016 06:35

Universo Político: