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Fábio Henrique afirma que a retirada do exame toxicológico é populismo

Na audiência pública da Comissão Especial que analisa as mudanças no Código Brasileiro de Trânsito, o deputado federal Fábio Henrique (PDT/SE) declarou que a retirada do exame toxicológico para motoristas profissionais é uma medida populista, que não tem justificativa. Para ele, as mudanças no Código Brasileiro de Trânsito não podem flexibilizar regras que aumentem os números de acidentes, por se tratar de um assunto que mata uma pessoa a cada 20 minutos no Brasil.

“Quando se fala de trânsito, a palavra fundamental é a prevenção. Parece-me que o que o DENATRAN prega, nesse momento, vai de encontro ao que se pretende quando se fala em prevenção. O que parece que essa mudança no Código de Trânsito serve para dizer: use droga, provoque acidente, mate, mas reze para não ser flagrado”, disse o deputado Fábio Henrique, sob aplauso dos demais participantes da Comissão.

O Projeto de Lei 3267/19, apresentado pelo Poder Executivo, propõe mudanças em alguns pontos do código, podendo torná-lo menos rigoroso. O exame toxicológico é obrigatório desde 2017 para todo motorista profissional. De acordo com números da “SOS Estradas”, com o teste válido, os acidentes caíram 34% entre caminhoneiros e 52% para ônibus. “Eu sou filho de um caminhoneiro, cresci vendo meu pai trabalhando. Então vamos sair da prevenção, de como evitar que o mau caminhoneiro vá dirigir sob o efeito de drogas e permitir que ele vá dirigir desde que não seja flagrado”, detalhou o deputado.

Categoria

De acordo com estatísticas apresentadas pelo presidente da Associação Brasileira de Toxicologia, Renato Dias, a frota de veículos pesados representa 4% da frota de veículos, mas está envolvida em 38% dos acidentes automobilísticos. Já o representante dos caminhoneiros, José Fonseca Lopes, na audiência reconheceu que o problema atinge especialmente transportadores de soja, que precisam realizar jornadas excessivas de até 24 horas para não cair em listas negras dos contratantes.

“A categoria deixou claro que não quer o fim do exame, porque os bons caminhoneiros querem ter a tranquilidade de circular pelas rodovias. Eu não entendi o porquê de retirar o exame toxicológico. Ele atende a que interesse? Não atende ao interesse dos trabalhadores, não atende ao interesse da sociedade, me parece que o que está se querendo é fazer uma ideia populista”, argumentou Fábio Henrique.

O deputado ressaltou que a justificativa existente no Projeto de Lei possui apenas duas linhas e que resume em o exame é caríssimo. “É um argumento populista, quando se quer esconder os problemas que afetam os caminhoneiros, como o preço dos combustíveis, as péssimas condições das rodovias brasileiras, a crise do emprego que afeta no preço e na quantidade de fretes; e para se esconder toda esta realidade, então vamos adotar medidas populistas”, finalizou o deputado sergipano.

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