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Ezequiel avaliará consistência e viabilidade da proposta do Estado sobre Projeto Carnalita

Ezequiel:defendendo Capela

Por Joedson Telles

Nesta quarta-feira 29, o prefeito de Capela, Ezequiel  Leite (PR), senta à mesa com representantes do Governo de Sergipe em busca de soluções para a polêmica questão do “Projeto Carnalita” da Vale do Rio Doce. Ezequiel disse que ouvirá a proposta do governador Jackson Barreto (PMDB) e avaliará o que define com consistência e viabilidade. “Porque das outras vezes não teve nenhuma consistência jurídica para que aceitássemos suas propostas indecentes”, disse. O prefeito de Capela, contudo, adiantou que não abre mão de o município ter a planta industrial, já que está em Capela 80% do minério. Ezequiel salientou também que Jackson poderia levar isso em consideração – e também o fato de Capela estar distante apenas 10 metros do município de Japaratuba.

“Queremos o princípio da proporcionalidade. O que é de  Japaratuba fica lá, o que é de Capela fica cá. Se isso tiver consistência (a proposta do governo), a gente vai aceitar. Se não, a gente vai continuar nessa pendência. Eu estive conversando com o presidente da Vale, doutro Murilo Ferreira, dia 28 de novembro, e naquela ocasião, ele disse que ia fazer uma reunião de conselho com todos os membros e quer levar essa fato de importância  para a  Vale do Rio Doce, pelo fato de ser a única jazida explorada na América Latina no nosso município. Todos os meses têm essas reuniões. Se não for nesse mês, ou daqui a sete meses, e aí as coisas podem mudar politicamente e quem sabe o governador vai aceitar a diferença de apenas 10 metros deslocar a planta industrial, para favorecer o município onde está localizado todo esse minério?”, indagou.

Ezequiel disse ainda que já tentou convencer o governador Jackson Barreto dos prejuízos que Capela pode sofrer, mas não foi ouvido. “O prejuízo econômico é muito grande, uma vez que o município de Capela ganharia apenas mensal cerca de R$ 80 mil, porque essa conta a gente já tem uma experiência com exportação de riquezas do subsolo capelense para o município de  Rosário do Catete, onde hoje nós recebemos R$ 44 mil e Rosário do Catete recebe milhões e milhões por explorar o nosso solo. No caso de Japaratuba é mais grave ainda. Vai aumentar para R$ 80 mil mensais, enquanto Japaratuba receberá cerca de R$ 15,5 milhões, por apenas 10 metros de um município que sozinho não se sustenta e não tem viabilidade econômica para a Vale implantar”, lamentou.

Ezequiel garantiu ainda que a Vale do Rio Doce tem interesse em fazer a exploração, e teria vantagens em Capela. Apesar disso, afirma que o governador nunca intercedeu a favor de Capela, mas sempre em favor de Japaratuba. “Então, a gente fica alegre por essa decisão de abrirmos o diálogo novamente. Defendo os interesses do povo capelense, e o governador defende os interesses do povo sergipano. Então, se esse negócio não vier para Sergipe não é culpa de Capela, não. A culpa é da incoerência de certas pessoas que não enxergam 10 metros apenas. Vendo o prejuízo tamanho que isso ia dar, deixando Capela com um passivo ambiental muito grande, é uma incoerência tamanha, fico indignado em estar explicando o óbvio”, desabafou.

Sobre as provocações do governador, afirmando que Ezequiel não teria muito estudo, o prefeito minimizou, assegurando que nunca houve uma demonstração da decisão técnica. “Fica um monte de gente falando blá-blá-blá pra lá e pra cá,  depois querem recompensar Capela dando migalhas, todas as vezes que tivemos lá não teve consistência  jurídica, não há consistência jurídica nessas informações. Nós temos brigas em vários municípios vizinhos pelos royalties, pelos impostos que  é o que mais favorecem aos municípios para sair dessa quebradeira total. Capela é um município pobre”, assegurou.

Segundo o prefeito de Capela, Japaratuba é um dos municípios que mais recebem royalties em Sergipe. “Recebe o dobro de Capela, mesmo tendo a metade da população. Japaratuba já está sendo beneficiada governador. Japaratuba tem muito petróleo, e não precisa desses recursos. Capela sim. Uma cidade que tem 33 mil habitantes, 22 mil eleitores, 64% da população capelense da população capelense vive na miséria, e a gente espera que se faça justiça, que  dê a César o que é de César. A carnalita é nossa, não é de Japaratuba. Japaratuba tem um pouco dessa riqueza. A própria Vale reconhece que nos próximos 28 anos só vai tirar Carnalita do município de Capela. Será que a gente está vivo daqui para lá? O governador que já é político a várias décadas no estado de Sergipe tem a oportunidade de resolver essa questão”, acredita.