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Ex-deputado acionará o MPF para obter transparência nos gastos com publicidades em emissoras de rádio

João Fontes acusa radialista de prejudicar João Alves para beneficiar Edvaldo

Por Joedson Telles

O ex-deputado federal João Fontes afirmou ao Universo, na noite desta quarta-feira 11, que, após o carnaval, acionará o Ministério Público Federal (MPF) – e outros órgãos, se for preciso – para obter transparência no tocante ao dinheiro público utilizado pelos Poderes Executivo e Legislativo em publicidades – sobretudo nas emissoras de rádio. “A gente precisa ter todos os valores repassados para os programas de rádio para poder acabar com esse direcionamento de todo governo financiar e pautar o que deve falar ou não. A partir de agora é um trabalho que eu vou fazer”, disse João Fontes, motivado, segundo ele, pelo fato de o radialista George Magalhães, da 103 FM, ter vetado a sua participação no programa ‘A Hora da Verdade’ pelo fato dele, João Fontes, não aceitar um acordo pelo qual criticaria apenas a Prefeitura de Aracaju.

João Fones revelou que, na última segunda-feira, dia 9, recebeu um convite para conceder uma entrevista na 103 FM, ao radialista George Magalhães sobre o aumento do IPTU. E explicou que falaria, mas abordaria também o aumento da carga tributária, que engloba aumento de combustível e de energia. “George Magalhães confirmou. Depois eu mandei uma mensagem para ele marcar um horário para poder colocar nas redes sociais, porque eu tenho um grupo grande que me acompanha toda vez que eu vou dar alguma entrevista. Deu 7h40 e nada. Quando deu 8 horas, eu mandei uma mensagem para George”, disse João Fontes.

Segundo o ex-parlamentar, foi possível perceber que o programa ‘A Hora da Verdade’ estava direcionado para desgastar a Prefeitura de Aracaju – leia-se o prefeito João Alves Filho (DEM). “Na realidade, ele não me entrevistou porque eu condicionei a falar do aumento da carga tributária como um todo. Não ia falar só do IPTU, mas do aumento da energia, do combustível, da crise econômica no país. É lamentável. A gente precisa dar um basta nessa cultura de os governos como um todo financiarem as verbas. Assim como agora o judiciário suspendeu as subvenções, a sociedade precisa saber quanto o governo repassa de publicidade para cada emissora de televisão, de rádio, jornal… Eu liguei até pra dar uma satisfação às pessoas que estavam ligando e mandando mensagem”, disse.

Assegurando que George Magalhães o convidou para ser entrevistado, João Fontes disse que quando postou nas redes sociais que falaria não apenas sobre o IPTU, o radialista encerrou o assunto de uma forma até deseducada, deselegante. “Porque ele combinou comigo o horário, eu soltei nas redes sociais. Foi ele que ligou pra mim. Eu postei no facebook uma satisfação as pessoas que estavam me esperando falar e expliquei o que tinha acontecido, e o promotor de Justiça, doutor Antônio Vila-Nova de Carvalho, de Lagarto, postou revoltado que isso fere o princípio da moralidade. Eu não pedi pra falar no programa dele. Foi ele quem me convidou”, insistiu.

João Fontes salientou que o episódio seria uma antecipação da eleição de 2016 para Prefeitura de Aracaju. “Porque o beneficiado de todo esse processo é o ex-prefeito Edvaldo Nogueira (PC do B), que é dono da rádio. Eu estou constatando que o maior beneficiário é o dono da rádio, que é pré-candidato a prefeito de Aracaju em 2016, e como eu não tenho ligação política com nenhum dos grupos, minha ligação é com a sociedade, com a transparência, digo que não pode uma emissora de rádio ter verba do governo e beneficiar o candidato que é dono da rádio. A linha clara dele (George), hoje, é do governo. Eu não sei se Edvaldo é o candidato do governo. Acho que o candidato de Jackson será o candidato que tiver melhores condições de derrubar João Alves”, avalia.

Insistindo que o ex-prefeito Edvaldo Nogueira planeja tentar voltar à PMA, João Fontes avalia que o jornalismo da 103 FM prejudica outros possíveis candidatos – sobretudo o atual prefeito se for à reeleição. “Eu estou sendo direto. Mostra que há uma desigualdade nas eleições porque o cara que tem as verbas públicas é beneficiado direto. Eu não tenho nada contra ninguém. À medida que Edvaldo é candidato a prefeito, George tem um programa na rádio da Cosil e a gente percebe claramente que querem prejudicar a Prefeitura de Aracaju, a gente percebe que o maior beneficiário é Edvaldo Nogueira. O Governo do Estado joga dinheiro num programa de rádio que beneficia diretamente o candidato que é dono da emissora”, acusou.

“Não tive tempo”, diz George Magalhães

Procurado pelo Universo, o radialista George Magalhães negou ter condicionado a entrevista à exclusividade da pauta IPTU. O radialista também indagou se tem a obrigação de colocar o ex-deputado federal João Fontes no ar para ser entrevistado. “O que ele representa? Eu tive uma conversa com ele informal. Disse: rapaz dá para você participar? Ele disse ‘dá’. Chegou na hora não tive tempo. Ele disse que tinha uma série de questões para falar, ele quando começa a falar passa meia hora falando e aí todo mundo tem que esperar a boa vontade dele. E por que essa polêmica toda? Eu tenho obrigação com ele ou com as coisas importantes da cidade? Que vaidade louca é essa?”, indagou George Magalhães. “Quem disse que Edvaldo Nogueira é dono da rádio? Essa resposta nem eu e nem ele podemos dar. Quem pode dar são as donas da rádio. Nunca ouvi dizer que ele tivesse nenhum tipo de interferência. Até agora. Só se mudar.”

Modificado em 12/02/2015 00:28

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