De acordo com a coordenadora da Mulher do Município de Aracaju, Maria Teles – organizadora do evento, o ato foi importante por levar a alunos da rede pública de ensino uma abordagem especializada sobre diversos temas relacionados aos 11 anos de criação da Lei Maria da Penha. “Foram muitos desafios e conquistas em favor das mulheres. E nós, da prefeitura de Aracaju, em parceira com a Seidh, promovemos esse aulão para estabelecer uma reflexão em toda a sociedade acerca da mulher, porque infelizmente vivemos numa sociedade machista e extremamente violenta. Precisamos combater isso, mostrando à população a segurança que a Lei oferece para todas as mulheres”, pontuou.
Talia de Jesus dos Santos é estudante da Universidade Federal de Sergipe. Feliz em participar do aulão, ela revela a satisfação de ver o fortalecimento da Lei Maria da Penha e toda a proteção que está direcionada à mulher. “Na minha infância, vivenciei de perto agressões do meu pai contra a minha mãe, e penso que qualquer agressão contra a mulher deve se penalizada. A Lei é importantíssima nesse sentido, porque auxilia e fortalece a mulher, para que ela possa enfrentar sem medo o problema e veja que não está sozinha”, disse a jovem.
A coordenadora estadual de Políticas para as Mulheres da Seidh, Edivaneide Lima, alerta sobre a necessidade ainda existente de se conscientizar as mulheres, para a importância da denúncia na prevenção da violência. “Se, de fato, vier a acontecer, nós temos toda uma rede de atendimento e enfrentamento, que dá o respaldo necessário para que as mulheres realizem a denúncia. A Lei Maria da Penha está aí justamente para proteger e assegurar o direito de todas as mulheres, para que ela se sintam seguras e à vontade para falar. Nós temos Organismos de Políticas para Mulheres implantados em 30 municípios sergipanos, além das duas unidades móveis do ônibus lilás para oferecer atendimento psicológico e jurídico em todas as localidades, às mulheres que vítimas de violência”, concluiu.
Josineide Santos é auxiliar de escritório e foi uma das pessoas a procurar o atendimento do Ônibus Lilás, na manhã desta quinta-feira. “Ultimamente passei por alguns problemas e enxerguei no ônibus lilás a oportunidade de receber um atendimento psicológico. Foi muito bom, porque me senti muito bem e verdadeiramente acolhida depois do atendimento e das orientações que recebi. Gostaria de agradecer tanto à prefeitura quando ao governo por nos oferecer programas como esse”.
O secretário Zezinho Sobral ressaltou a importância do trabalho realizado pelo Ônibus Lilás em todo o estado, na conscientização das comunidades mais distantes. “As pessoas – tanto homens quanto mulheres – precisam ter consciência do que é violência e de que formas ela pode se manifestar. Essa é uma questão social tão latente que leva, muitas vezes, a uma naturalização preocupante de situações de violência. A Seidh tem executado essa política de enfrentamento com dedicação porque é uma questão muito séria que precisa ser combatida. Então levar conhecimento e acolhimento para essas vítimas é essencial nesse processo”, avaliou.
Delegacias
Em Sergipe, há cinco delegacias da Mulher, localizadas em Aracaju, Lagarto, Estância, Itabaiana e Socorro. Elas funcionam de segunda a sexta, das 08h às 18h, mas em outros horários, quem quiser denunciar pode recorrer à Delegacia Plantonista. É o que conta a delegada Mariana Diniz, coordenadora do Departamento de Atendimento a Grupos Vulneráveis – DAGV da Polícia Civil. Para ela, que esteve presente no evento, o importante é encorajar a mulher para que ela leve adiante a denúncia sobre a violência sofrida e, assim, ser amparada legalmente.
“Já houve avanços, mas ainda há muito a ser feito. Infelizmente, a violência doméstica ainda está muito presente no nosso dia a dia. Os números de boletins de ocorrência e casos que chegam na delegacia são altos. A cada dia, a gente vê que a mulher está denunciando mais e muitos casos não chegam ao nosso conhecimento, são subnotificados. O ideal seria que não houvesse violência e que esses números fossem caindo até zerar; que houvesse respeito mútuo e agente não precisasse conscientizar. Então, hoje é um dia de reflexão coletiva, para que a gente possa, de mãos dadas – poder publico, sociedade, famílias – enfrentar com eficácia a violência doméstica”, finalizou.
Agosto Lilás
A programação do Agosto Lilás nesta quinta contou, ainda, com o Projeto Cine-Cidadania, que possibilitou a exibição, no Centro Cultural de Aracaju, de curtas sobre Violência Doméstica. Já de 10 a 25 de agosto, um ciclo de diálogos sobre violência doméstica acontecerá nos Centros de Referência da Assistência Social (Cras), Centros de Referência Especializados da Assistência Social (Creas) e abrigos. O calendário será encerrado no dia 31, com o Seminário “Lei Maria da Penha – 11 anos de Conquistas e Desafios”, a partir das 9h, no auditório da Secretaria de Estado da Inclusão Social, localizada na Rua Santa Luzia, nº 680 – São José.
Enviado pela assessoria
Modificado em 09/08/2017 18:16