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Ensino médio em tempo integral tem apoio de alunos e professores

Implantado em 2009 nos colégios estaduais Atheneu Sergipense, Vitória de Santa Maria e Ministro Marco Maciel, o ensino médio em tempo integral será ampliado pelo Governo de Sergipe para mais 37 unidades de ensino da rede, possibilitando que os estudantes destas escolas tenham a oportunidade de escolher entre o ensino regular ou cursar a última etapa da educação básica em regime integral, permanecendo por até 8h na escola.

Essa medida será implementada gradativamente, a partir do ano letivo 2017, em 17 das 37 unidades de ensino que foram previamente selecionadas, e visa a atender a dispositivos previstos no Plano Nacional de Educação (Lei nº 13.005, de 25 de junho 2014) e no Plano Estadual de Educação (Lei Estadual nº 8.025/2015), os quais estabelecem que a Educação em Tempo Integral deve ser ofertada em, no mínimo, 50% das escolas públicas até 2024.

Esse modelo de ensino médio, em regime de tempo integral, tem recebido apoio da comunidade escolar, por meio dos representantes das diversas categorias que compõem os conselhos escolares das unidades de ensino que já aderiram ao programa de fomento do governo federal.

Professora do Colégio Vitória de Santa Maria, Lourdes Almeida ressalta os benefícios trazidos pelo modelo de ensino médio em tempo integral. Segundo ela, os alunos permanecem por mais tempo na escola, têm mais interação com os professores fora das salas de aula e ainda desenvolvem atividades que não poderiam ser desenvolvidas na modalidade regular.

“Para o professor, lecionar somente em uma escola cria laços de pertencimento. Perceber a crescente maturidade dos alunos não tem preço. Há uma relação de pertencimento, e ganha o professor, os alunos e os pais”, ressalta a professora Lourdes.

De acordo com o diretor do Colégio Atheneu Sergipense, Daniel Lemos, o ensino médio em tempo integral ofertado pela unidade de ensino contribui significativamente para o bom desempenho apresentado por seus estudantes. “Por ser integral, temos uma taxa de permanência elevada, próxima dos 100%. Isso cria em nossos estudantes um vínculo de pertencimento com a escola e se reflete nos resultados conquistados por eles”, afirma.

Pedagoga do Colégio Atheneu, Eliane Rocha Gama acrescenta que o sistema de ensino em tempo integral favorece bastante o resultado apresentado pelos estudantes dessa unidade escolar, que aprovou em 2015, em cursos superiores, 70% dos alunos que concluíram o ensino médio.

“Além das disciplinas obrigatórias, a formação complementar que nossos estudantes recebem, por meio dos projetos e das oficinas que ofertamos, estimula o protagonismo estudantil”, explica, ao citar como exemplo as oficinas de leitura e produção de texto, a de ciências e matemática, e o clube de inglês da escola.

Edilson Almeida, vigilante e representante dos servidores administrativos no Conselho Escolar do Colégio Estadual Santos Dumont, escola que aderiu ao Programa de Fomento à Implementação do Ensino Médio em Tempo Integral em 2017, ressalta que esse modelo de ensino só tem a contribuir com uma formação de qualidade para os estudantes.

Ele afirma que “os servidores estão a favor” da mudança de regime no ensino médio, “pois acreditam que esse modelo virá a favorecer a todos que fazem a escola”.

A opinião dele é compartilhada pela representante dos pais e mães de alunos no Conselho Escolar do Estadual Santos Dumont, a dona de casa Marlene da Ressurreição. Para ela, o fator que ainda causa resistência em alguns pais que não concordam com o projeto é a falta de informação.

“Pude conversar com vários pais e mães de alunos que se mostraram inicialmente contrários ao programa, e que após conhecerem como se dará a implantação, passaram a concordar com a iniciativa”, relata a representante dos pais no Conselho Escolar.

De acordo com a diretora do Colégio Estadual Ministro Marco Maciel, Adriana Hora, toda a equipe de professores do ensino médio tem dedicação exclusiva com a escola, e por esta razão tem muito mais aproximação com os estudantes, e isso resulta em melhor aproveitamento no processo ensino-aprendizagem.

“Posso afirmar, como professor, que temos mais tempo para trabalhar com nossos estudantes, e isso é, com certeza, extremamente positivo para os eles”, ressalta Samuel Dalvo, professor de Filosofia do Estadual Marco Maciel.

Aprovação

O futuro engenheiro e concluinte do ensino médio no Atheneu Sergipense, João Alexandre, é mais um entre as centenas de alunos da rede estadual que cursaram o ensino médio em tempo integral a comemorar o resultado da aprovação no ensino superior. Após conquistar o 1º lugar no curso de Engenharia Mecânica da Universidade Federal de Sergipe, Alexandre elenca como fator primordial para esse resultado a qualidade do ensino ofertado no Atheneu.

“Se tivesse que cursar novamente o ensino médio, com certeza me matricularia no Atheneu.

Com o sistema de ensino médio em tempo integral ofertado na escola, pudemos ter, ao longo da nossa formação, muito mais tempo e contato com os professores, e isso, seguramente, faz toda a diferença”, destaca.

“Devo a minha aprovação à escola onde estudo. O fato de ter cursado todo o ensino médio em tempo integral contribuiu diretamente para o meu bom resultado”, resume o estudante do Estadual Marco Maciel, Leonardo Barreto, aprovado em 2º lugar para o curso de Geografia, na Universidade Federal de Sergipe.

Morador da comunidade circunvizinha à escola na qual estuda, Colégio Ministro Marco Maciel, ele é aluno dessa unidade escolar desde o ensino fundamental e afirma que o contato com os professores acaba criando vínculos fraternais. “Como os professores ficam na escola durante as oito horas em que também permanecemos aqui, isso nos dá muito mais tempo para tirar nossas dúvidas e ampliar o nosso aprendizado”, enfatiza.

Além de Leonardo Barreto, o Centro Experimental Min. Marco Maciel aprovou também, em primeiro lugar, no curso de Engenharia de Petróleo e Gás (UFS), o estudante José Mateus, aluno do ensino médio de tempo integral. Assim como eles, outros nove alunos concluintes do ensino médio já conquistaram vagas na universidade pública. Número que ainda pode aumentar, com as próximas chamadas do sistema.

Fomento

“O governo federal publicou em outubro de 2016 o Programa de Fomento à implementação de Escolas de Ensino Médio em Tempo Integral, a partir do qual irá financiar as escolas que adotarão esse modelo de ensino. Sergipe, por apresentar um projeto consistente e elaborado criteriosamente, foi o estado que conseguiu aprovar o maior número de escolas, e, consequentemente, cada uma dessas unidades educacionais será beneficiada com recursos para serem investidos em melhoria da infraestrutura”, afirma o secretário de Estado da Educação, Jorge Carvalho.

Em todo o país, serão 266 mil novas matrículas em tempo integral no primeiro edital do programa, implementado de 2017 a 2020, e os recursos serão transferidos por meio do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).

O secretário explica que os repasses de recursos do governo federal para as escolas que adotarão o ensino médio integral serão feitos ao longo de dez anos e serão aplicados em melhoria das instalações físicas das escolas, como construção de quadras poliesportivas e refeitórios, nas escolas onde ainda não houver esses espaços, e na construção e modernização de laboratórios de ciências e bibliotecas, por exemplo.

“Cada uma dessas escolas receberá, este ano, apenas para investimentos em infraestrutura, entre R$ 500 mil e R$ 1 milhão. Para 2018, será repassado R$ 1,6 milhão; e em 2019, os valores chegarão a R$ 2,5 milhões por escola”, enfatiza Carvalho.

Uma das iniciativas do Novo Ensino Médio, o Programa de Fomento à Implementação da Escola em Tempo Integral repassará a primeira parcela de R$ 230 milhões a todas as 27 unidades federativas, já no início de 2017.

O cálculo do valor repassado pelo MEC é de R$ 2 mil por aluno, anualmente, valor equivalente a 52% do repasse do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb).

Seleção das unidades

Para participar do Programa, secretarias estaduais de educação enviaram ao MEC Termo de Adesão e Formulário do Plano de Implementação, com informações sobre o Plano de Gestão Escolar, Planejamento Pedagógico, Proposta de Plano de Diagnóstico e Nivelamento e Plano de Participação da Comunidade nas Escolas.

Enviado pela assessoria 

Modificado em 16/02/2017 22:09

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