body { -webkit-touch-callout: none; -webkit-user-select: none; -khtml-user-select: none; -moz-user-select: none; -ms-user-select: none; user-select: none; }

Em discurso, líder da oposição reconhece as qualidades de Marcelo Déda

“Nunca deixei de admirá-lo, respeitá-lo e reconhecer os seus méritos como pessoa e homem público”

Déda: reconhecimento de Venâncio

Por Joedson Telles

“Nunca deixei de admirá-lo, respeitá-lo e reconhecer os seus méritos como pessoa e como homem público. Um político que com certeza marcou e ficará marcado para eternidade na historia política de Sergipe, que extrapolou as barreiras de Sergipe e tornou-se uma liderança de reconhecimento nacional.” Com estas frases os líder da oposição na Assembleia Legislativa, o deputado estadual Venâncio Fonseca (PP) ecoou o sentimento não apenas da Casa, mas dos sergipanos e não sergipanos, mas que escolheram Sergipe para viver quando o assunto é a morte do governador Marcelo Déda (PT).

Ainda traçando elogios ao governador petista, que morreu vítima de um câncer, na última segunda-feira 2, em São Paulo, onde lutava contra um câncer, Venâncio lembrou de um Déda ainda jovem, estudante do curso de direito da Universidade Federal de Sergipe (UFS), mas já mostrando a sua veia política, ao liderar o movimento estudantil através do Diretório Central dos Estudantes (DCE). O líder da oposição observou que, ali,  era difícil bater de frente contra o sistema. “Um momento ainda difícil, praticamente no Brasil saindo de um regime forte para um regime democrático, ele criou o Partido dos Trabalhadores ainda com algumas dificuldades e receio de muita gente”, lembrou.

Prosseguindo no discurso, Venâncio disse ser Déda um jovem idealista e líder, que ajudou a construir o PT no estado de Sergipe e adquiriu a amizade e a confiança das lideranças do partido em nível nacional, tornando-se até compadre do presidente Lula, que era a estrela maior do PT no nosso país. “Veio participar da política como candidato a deputado estadual e com seu ideal político chegou a essa Casa como deputado estadual mais votado naquela época com mais de 33 mil votos. E aqui na tribuna dessa Casa, através da sua palavra fácil com o domínio da oratória, fez belíssimos discursos, um opositor duro na época ao governo Valadares, e com certeza  através daquela oposição que ele fez aqui começou a abrir caminho e novas perspectivas para a juventude porque era o momento que saíamos de um governo forte para uma democracia”, disse.

Venâncio: homenagem

Venâncio ainda observou que Déda foi um dos deputados mais brilhantes da história da Assembleia. “Ele fez um mandato impecável e  saiu de 33 mil votos e foi para 3 mil votos, mas não se abateu. Na outra eleição se elege deputado federal, inclusive o mais votado.  São 513 deputados. Para se destacar no primeiro mandato ele tinha que ser excelente. Lá ele exerceu a função de líder da oposição no PT naquela época e fez uma oposição ao governo Fernando Henrique. Deixa a Câmara Federal, foi candidato a prefeito de Aracaju, ganhou no primeiro turno, depois foi reeleito prefeito de Aracaju com uma votação estrondosa, depois de um ano e pouco deixa a prefeitura se candidatando a governador do estado, enfrentando o governador João Alves Filho na época”.

Venâncio lembrou que mesmo com o governo as mãos, JoãoAlves não conseguiu se reeleger , perdendo para o chamado ‘menino’. “Com essa palavra menino, que o governador João Alves chamou, ele transformou essa palavra em poesia, prosa. Com o discurso de mudança, contra a mesmice derrotou o ex-governador João Alves Filho. Sempre foi vitorioso nas campanhas majoritárias no primeiro turno. Ele já ganha a reeleição já sabendo da doença, mas não da gravidade. No seu segundo governo, além do trabalho administrativo do dia a dia começava outra luta para combater a doença que lhe afligia, que tomava conta e o preocupava bastante. Nesse momento ele já sabia da gravidade mas jamais deixou se abater. Nos momentos que tivemos contato ele falava da doença com a maior naturalidade. Ele dizia eu ia lutar até o fim e não sabia até onde ia suportar, porque a dose do remédio que tomava era para elefante e não sabia se o corpo ia suportar, mas enquanto Deus desse força ele ia suportar. Era esse homem batalhador e que teve uma fortaleza muito grande que era sua esposa Eliane Aquino. Uma pessoa que eu tenho uma admiração muito grande, principalmente pela humildade”, disse.

Ainda falando sobre Eliane Aquino, Venâncio Fonseca salientou que, desde o primeiro governo de Déda, ela sempre foi aquela pessoa fechada com Déda são ou ruim, mostrando que jamais por ser a primeira dama, queria ostentar o poder. “Simples até na maneira de se vestir, e foi um dos braços forte nesse momento mais difícil dessa doença dele. Nunca a liderança da oposição e nem a bancada veio a tribuna falar da pessoa do governador.Quando ele encontrava comigo tinha um carinho muito especial e era recíproco. Ele dizia que o que eu estava fazendo foi o que ele fez no passado. Que tinha o maior respeito porque construiu sua vida na oposição, e que a oposição era necessária para qualquer governo e regime democrático”, disse.

No seu longo pronunciamento, Venâncio ainda mencionou o dia em que Marcelo Déda reuniu todos indistintamente para sancionar o Proinveste. “Naquele encontro que houve, na solenidade da Codise, que ele fez questão de convidar a situação e a oposição para agradecer a oposição do Proinveste, que mais parecia um discurso de despedida, em alguns momentos se referindo a mim ele disse que estava em sua frente o líder da oposição, um líder duro, e que mais duro do que ele só conheceu um, que foi ele mesmo”, finalizou.