Por Joedson Telles
A crise interna no governo Marcelo Déda ou Jackson Barreto, o internauta escolhe, parece crescer a cada dia. O vereador aliado Robson Viana (PMDB), que, ao que tudo indica, espelha a angustia do amigo JB, por exemplo, volta a lavar a roupa suja do governo nas lavanderias dos meios de comunicação. Acusa o sub secretário da Articulação com os Movimentos Sociais e Sindicais, João Francisco dos Santos, o petista Chico Buchinho, de utilizar a máquina do Estado na campanha eleitoral de 2012, quando disputou o cargo de vereador de Aracaju. Grave.
Segundo Robson, o radialista Flávio Vieira foi nomeado num cargo comissionado de R$ 2,5 mil indicado pelo então candidato Chico Buchinho. Em troca, Flávio teria que não apenas trabalhar na campanha, mas também, obviamente, votar em Buchinho, que o exonerou por telefone, depois das eleições. “Eu tenho o contra-cheque em minhas mãos”, afirmou Robson, assegurando ainda que, até hoje, Chico Buchinho ganha muito dinheiro do governo sem trabalhar.
Evidente que o Ministério Público Federal já deve ter sentido o aroma do proibido e adotará as devidas providências. As declarações de Robson Viana são a propósito de Chico ter reagido a outras declarações do mesmo Robson contra petistas e o seu governo. Buchinho criticou Robson não apenas através do jornal Correio de Sergipe, mas também da Ilha FM.
O curioso, note-se, é que Chico Buchinho, e não o presidente da legenda, o deputado Rogério Carvalho, foi para a linha de frente defender o partido contra a grave acusação. Na segunda-feira 26, por exemplo, as linhas da Ilha FM estiveram abertas, segundo o âncora Gilmar, o tempo todo, mas o presidente do PT, se é que sequer escutou o debate inflamado Buchinho x Robson, não se deu ao luxo de ligar e entrar em cena.
Aí os botões não se contêm e indagam de pronto: então, na ótica do presidente do PT, não é necessário velar a defesa do partido frente à grave acusação de crime eleitoral? O que silenciaria Rogério Carvalho neste momento? A ausência de motivação ou perfil mesmo para defender o Partido dos Trabalhadores ou a análise estrábica de que um presidente não precisa se expor pelo fato de o partido já ter Chico Buchinho? E se optar por uma das duas respostas não estaria Rogério a admitir que Buchinho seria um presidente melhor que ele – ao menos quando o assunto for defender a honra de petistas, do governo e, por tabela, do próprio PT?
A menos que tenha um motivo irrefutável para silenciar, Rogério não teria que explicar à militância petista o que o motiva, então, a disputar as eleições do PT? Com a palavra a velha serventia que tenta ludibriar eleitores petistas, elegendo líderes onde não existem nem sombras.
Modificado em 27/08/2013 07:53