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Dudu cobra um PT com coragem de fazer a crítica e denunciar “consórcio golpista”

Por Joedson Telles

Após disputar as eleições para presidente do PT de Sergipe, no último domingo, dia 8, pela Articulação de Esquerda, e não vencer o deputado federal João Daniel (636 x 63), o sindicalista Rubens Marques, o professor Dudu, presidente da Central Única dos Trabalhadores em Sergipe (CUT/SE), afirmou que o Campo Majoritário do PT, representado pela candidatura de João Daniel, não quis fazer a disputa e nem debater teses, mas promover uma festa em torno de uma falsa unidade, já que há entre as correntes diferenças gigantescas quanto à tática eleitoral do partido e também quanto à estratégia.

“Perdemos a disputa matemática, mas tivemos a oportunidade de denunciar que o revisionismo avança no interior do PT.Tivemos a oportunidade de falar que o partido precisa combinar luta institucional com luta de massas, para alterar a correlação de forças contra o governo Bolsonaro, e, por isso, precisa se reconectar com as nossas bases, principalmente com os movimentos sindical e social, porque mandatos do PT com raríssimas exceções só tem aparecido nas manifestações pra falar em espaços que não ajudou a mobilizar”, disse Dudu.

Definindo suas palavras como um recado, Dudu disse que denuncia aqueles que, ao invés de apostarem as fichas na luta de classes, insistem em manter a conciliação, inclusive com partidos e quadros políticos de direita que apoiaram o golpe contra Dilma e fizeram parte da engenharia para prender Lula.

“Nós da Articulação de Esquerda queremos um partido a altura dos desafios postos pela conjuntura dificílima, e que tenha coragem de fazer a crítica e denunciar de forma clara o consórcio golpista formado pelo Judiciário, sistema financeiro, empresários, grande mídia, setores importantes das igrejas, congresso nacional (majoritariamente), EUA etc”, disse.

De acordo com o sindicalista, a resistência brotará das ruas, portanto não será no parlamento que será possível virar o jogo, apesar da sua importância. “Então, o PT precisa acreditar e ajudar a impulsionar as lutas de massas, porque até agora isso não aconteceu. As novas direções precisam construir coletivamente um programa de formação permanente para qualificar as intervenções dos nossos filiados, porque somos um partido de massa, mas não massa de manobra”.

Dudu enfatiza que, no caso específico de Sergipe, reconhece que o adversário, o deputado federal João Daniel, travou um duelo centrado na política, e foi o único da coalizão de correntes que ele representa que mobilizou os filiados para os debates regionais que foram feitos. “As demais correntes atuaram para esvaziar, chegando ao ponto de em duas regiões (Lagarto e Estância) a Articulação de Esquerda ter colocado mais gente do que as demais correntes”, diz.

De acordo com Dudu, se não fosse a Articulação de Esquerda, que teve a disposição de ter colocado chapa para concorrer, o dia da eleição nos espaços do PT seria igual a paz de cemitério. “Por isso acho que poderíamos ter mais uma chapa concorrendo, aí seriam três e o debate ganharia em qualidade. Um recado aqueles que ontem desdenharam da Articulação de Esquerda pela derrota sofrida: desdenhar de uma corrente que fez o que fez para fortalecer o PT e tirá-lo da domesticação, e mostrar, principalmente a juventude, que o nosso partido não é um grupo de amigos nem uma irmandade de igreja, mas um instrumento de luta que tem no seu horizonte estratégico o socialismo (pelo menos, parte das correntes internas acredita), só podem estar acometidos por forte diarreia cerebral” alfinetou.

Dudu observa que a Articulação de Esquerda disputou sozinha contra várias lideranças, a exemplo de João Daniel, Rogério Carvalho, Ana Lúcia, Iran, Márcio Macedo, Gualberto, Eliane Aquino, Silvio Santos, Conceição Viera, e contra os prefeitos petistas do interior. “Quando me perguntam por que não saio do PT respondo que quem deve sair não sou eu, mas os revisionistas, e que o PT não tem dono, pois é um patrimônio da classe trabalhadora. Sabíamos que não venceríamos as eleições, mas sairíamos fortalecidos do PED, e com a certeza de que ajudaríamos a construir um diagnóstico para que a direção eleita possa corrigir os erros e potencializar os acertos”, diz.

Modificado em 09/09/2019 18:50

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