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Deputado diz que Bolsonaro se comporta como galo de briga diante da pandemia

Por Gilson Sousa

Os desmandos e desacertos do governo federal em relação a tudo que envolve a pandemia de covid-19 no Brasil são motivos de grande preocupação para o deputado estadual Francisco Gualberto (PT), vice-presidente da Assembleia Legislativa de Sergipe. “Em relação ao governo federal, faço uma analogia que espero não ser deselegante. Mas o presidente se comporta como um galo de briga”, aponta Gualberto.

“Enquanto vivemos uma pandemia, exigindo que uma liderança governamental possa estar junto com os governos, formando opinião para a população, para slvar mais vidas, sair mais rápio dessa crise para mais tarde retomar a economia com outra intensidade, enquanto temos desemprego, pessoas que não tem como se alimentar, o governo federal está construindo confusões”, disse.

“Bolsonaro está defendendo a volta da ditadura militar, vendendo a ideia de ódio, querendo desmoralizar o Congresso Nacional, o STF, anunciando que precisa armar as pessoas para enfrentar as medidas sanitárias. Pelo amor de Deus, é como se a gente passasse em frente a uma rinha de galo e visse um animal totalmente transtornado querendo brigar com todo mundo, ao invés de compreender o que está acontecendo. Vejo que o país passa por um momento muito difícil, inclusive com consequências imprevisíveis. Quem está dizendo não sou eu, é o próprio presidente e seus filhos. Um deles anunciou na semana passada que a ruptura nacional não era mais discutida se aconteceria, a discussão agora é quando acontecerá. Vejam que ameaça à democracia”, disse Francisco Gualberto, indignado com a situação do país.

Para o deputado, o presidente da República vem cometendo, de forma escancarada, vários crimes de responsabilidade, e tantos outros crimes de injúria. Um exemplo é a sua participação constante em atos que atentam contra a democracia no Brasil. “Até montado em cavalo, com faixa pedindo o retorno da ditadura militar e fechamento do Congresso Nacional num momento como esse”, lembra Gualberto, lamentando os desmandos no Ministério da Saúde, inclusive com a queda de dois ministros que não concordavam com o pensamento de Bolsonaro no que diz respeito ao combate ao coronavírus no país.

O deputado também lembra que hoje o Brasil é o epicentro da pandemia na América Latina. “Os números sempre subindo, as mortes subindo, e naturalmente, a capacidade de atendimento nos leitos diminuindo. E não existe um governo central capaz de formular um plano para o país junto com os governadores, prefeitos, ministros, parlamentares e outros setores”, alerta Gualberto. “Estamos em guerra contra um inimigo invisível. Esse vírus precisa de tratamento especial, mas comandado pela ciência. O presidente da República é um anômalo. Representa uma anomalia. Algo fora do centro, sem regra, desrespeitoso, um homem completamente despreparado para dirigir uma Nação”, afirma o deputado sergipano.

Outra advertência de Gualberto é que Bolsonaro “usa os filhos como mensageiros do ódio, da raiva, da apologia a tudo o que de ruim aconteceu no mundo, e que hoje o mundo repudia, não aceita mais coisas como as ditaduras, o nazismo, a violência, a discriminação racial”. Para ele, o Brasil hoje é um barco à deriva, sem comando, pois o país não tem um projeto. “Mas os fanáticos defensores do bolsonarismo estão diminuindo,deixando o barco, e com razão. A sociedade está percebendo isso e reagindo”, citando protestos ocorridos em várias cidades brasileiras nos últimos finais de semana em defesa da democracia e, inclusive, alguns organizados por torcidadas de grandes clubes de futebol de São Paulo.

De acordo com os cientistas brasileiros, sem conseguir frear a disseminação que explode invisivelmente pelo interior, o país caminha para ser líder mundial do triste ranking da pandemia. Considerando apenas os números oficiais, o Brasil passou a Itália no ranking absoluto de mortes pelo novo coronavírus. Antes já havia tomado a frente de Espanha e França. Com isso, tornou-se o terceiro país onde mais se morre por covid-19. Segundo levantamento da Universidade Johns Hopkins, somente o Reino Unido (com mais de 40 mil mortes) e os Estados Unidos (cerca de 109 mil óbitos) superam as perdas brasileiras. Hoje o Brasil tem cerca de 37,5 mil óbitos.

 

Modificado em 08/06/2020 16:05

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