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Deputado afirma que presidente da CBF é ladrão. “Marin e Del Nero tinham que estar era na cadeia. Bando de vagabundos”, afirma

Romário diz que há quatro anos denuncia corrupção na CBF, mas não tem apoio de Dilma Rousseff

Por Joedson Telles

O deputado federal e ex-jogador Romário afirmou com todas as letras que o presidente da entidade Confederação Brasileira de Futebol (CBF), o senhor José Maria Marin, é um ladrão. “De medalha, de energia, de terreno público e apoiador da ditadura. Marco Polo Del Nero, seu atual vice, recentemente foi detido, investigado e indiciado pela Polícia Federal por possíveis crimes contra o sistema financeiro, corrupção e formação de quadrilha. São esses que comandam o nosso futebol. Querem vergonha maior que essa? Marin e Del Nero tinham que estar era na cadeia. Bando de vagabundos”, sentenciou o parlamentar, revoltado com o desempenho da Seleção Brasileira de Futebol na Copa do Mundo do Brasil. “Quem tem boa memória, vai lembrar da minha frase: Fora de campo, já perdemos a Copa de goleada.”

Segundo Romário, o futebol brasileiro vem se deteriorando há anos, sendo sugado por cartolas que não têm talento para fazer sequer uma embaixadinha, que ficam dos seus camarotes de luxo nos estádios brindando os milhões que entram em suas contas. Um bando de ladrões, corruptos e quadrilheiros!

“O meu sentimento é de revolta. Estou há quatro anos pregando no deserto sobre os problemas da Confederação Brasileira de Futebol, uma instituição corrupta gerindo um patrimônio de altíssimo valor de mercado, usando nosso hino, nossa bandeira, nossas cores e, o mais importante, nosso material humano, nossos jogadores. Porque não se iludam, futebol é negócio, business, entretenimento e move rios de dinheiro. Nunca tive o apoio da presidenta do País, Dilma Rousseff, ou do ministro do Esporte, Aldo Rebelo. Que todos saibam: já pedi várias vezes uma intervenção política do Governo Federal no nosso futebol”, disse.

O ex-jogador lembrou que, no ano de 2012, apresentou um pedido para a instauração de uma Comissão Parlamentar de |Inquérito (CPI) para investigar a CBF baseado em um série de escândalos envolvendo a entidade – como o enriquecimento ilícito de dirigentes, corrupção, evasão de divisas, lavagem de dinheiro e desvio de verba do patrocínio da empresa área TAM. O pedido, porém, dorme em alguma gaveta em Brasília há dois anos. “Em questionamento ao presidente da Câmara dos Deputados, sr. Henrique Eduardo Alves, ouvi como resposta que este não era o melhor momento para se instalar esta CPI. Não concordei, mas respeitei a decisão. E agora, presidente, está na hora?”, indagou.

Segundo Romário, exceto por um vexame como a goleada pelo placar de 7 x 1 que o Brasil sofreu para a Alemanha, não o brasileiro não precisa se envergonhar de uma derrota em campo, afinal, já que o resultado faz e do esporte. “Mas vergonha mesmo devemos sentir de ter uma das gestões de futebol mais corruptas do mundo. A arrogância dessa entidade é tão grande que até o chefe da assessoria de imprensa chega ao absurdo de bater em um atleta de outra seleção, como fez o Rodrigo Paiva contra um jogador do Chile Pinilla. Paiva pegou quatro jogos de suspensão e foi proibido de acessar o vestiário dos jogadores. Este ato foi muito simbólico e diz muito sobre eles”, disse.

Com a mesma pontaria que fuzilava a dede adversária, o baixinho sustenta que a corrupção da CBF tem raízes em todos os clubes brasileiros. “Vale lembrar que são as federações e clubes que elegem há anos o mesmo grupo de cartolas, com os mesmos métodos de gestão arcaicos e corruptos implementados por João Havelange e Ricardo Teixeira e mantidos por Marin e Del Nero. Vale lembrar, que estes dois últimos mudaram o estatuto da entidade e anteciparam a eleição da CBF para antes da Copa. Já prevendo uma possível derrota e a dificuldade que eles teriam de se manter no poder com um quadro desfavorável”, disparou.

Romário atribuiu a culpa pelo caos também os clubes de futebol do Brasil. Segundo ele, há gestões fraudulentas, falta de investimento na base, na formação de atletas. O deputado observa que grandes clubes brasileiros estão falindo afogados em dívidas bilionárias com bancos e não pagamentos de impostos como INSS, FGTS e Receita Federal.

“E toda essa má gestão que tem destruído o nosso futebol, infelizmente, tem sido respaldada há anos pelo Congresso Nacional com anistias e mais anistia destes débitos. Este ano tivemos mais um projeto desses vexatórios para salvar os clubes. Um projeto que previa que clubes pagassem apenas 10% de suas dívidas e investissem 90% restante em formação de atletas. Parece até deboche. Uma soma de aproximadamente R$ 4 bilhões ou muito mais, não se sabe ao certo. Corajosamente, o deputado Otávio Leite, reconstruiu o texto e apresentou uma proposta honesta estruturada em responsabilidade fiscal, parcelamento de dívidas e a criação de um fundo de iniciação esportiva, com obrigações claras para clubes e CBF”, disse.

Para Romário, a nova proposta, além de constituir a Seleção Brasileira de Futebol e o Futebol Brasileiro como Patrimônio Cultural Imaterial, obrigaria a CBF a contribuir com alíquota de 5% sobre as receitas de comercialização de produtos e serviços proveniente da atividade de Representação do Futebol Brasileiro nos âmbitos nacional e internacional. “O tributo também incidiria sobre patrocínio, venda de direitos de transmissão de imagens dos jogos da seleção brasileira, vendas de apresentação em amistosos ou torneios para terceiros, bilheterias das partidas amistosas e royalties sobre produtos licenciados. O valor seria destinado a um fundo de iniciação esportiva para crianças e jovens de todo o Brasil. Esses e outros artigos dariam responsabilidade à CBF, punição a entidades e outros gestores do futebol, a CBF estaria sujeita a fiscalização do TCU e obrigada a ter participação de um conselho de atletas nas decisões”, diz, lamentando que na prática nada aconteceu.

Romário encerrou seu desabafo ajuizando que a presidente Dilma deve, sim, entregar a taça de Campeão da Copa do Mundo do Brasil pessoalmente à seleção campeã. “Dilma tem, sim, que entregar a taça para outra seleção. Este gesto será o retrato do valor que ela deu ao nosso futebol nos últimos anos. Eles levarão a taça e nós ficaremos com nossos estádios superfaturados e nenhum legado material, porque imaterial, mostramos para o mundo que com toda nossa dificuldade, somos um povo feliz”, diz.

Com informações do facebook do deputado Romário

Modificado em 10/07/2014 15:56

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