body { -webkit-touch-callout: none; -webkit-user-select: none; -khtml-user-select: none; -moz-user-select: none; -ms-user-select: none; user-select: none; }

Dependentes químicos conhecem o trabalho da Defensoria Pública

“Quero recuperar o respeito e a dignidade que perdi”. Este é o sonho manifestado pelo pedreiro Abrão Terêncio dos Santos, 35 anos, durante palestra promovida pela Defensoria Pública do Estado, através do Centro Integrado de Atendimento Psicossocial (Ciaps), ministrada no Instituto Batalhão de Restauração localizado no município de São Cristóvão.

O instituto Batalhão de Restauração abriga atualmente 74 dependentes químicos de álcool e drogas, sendo 65 homens e nove mulheres com idades entre 18 a 60 anos. É um projeto do deputado estadual, Capitão Samuel, sendo mantido através de doações e recursos da Secretaria Nacional de Cuidados e Prevenção às Drogas (Cenapred).

A assistente social da Defensoria Pública, Maria das Graças Ribeiro, falou sobre a atuação da instituição e o trabalho desenvolvido pelo Centro Integrado de Atendimento Psicossocial (Ciaps). “A Defensoria Pública vai além da assistência jurídica. Atuamos também nos aspectos sociais, uma vez que o assistido quando procura a Defensoria ele não está imbuído somente no jurídico, mas especificamente na sua vida social”, enfatizou.

Já a estagiária de psicologia do Ciaps, Aline Lisboa dos Santos, destacou a prevenção da recaída. “Discutimos sobre os aspectos psicológicos relacionados ao uso das drogas e sua recaída, bem como o desenvolvimento de mecanismos psicológicos e comportamentais para se manter distante do vício”, pontuou.

A enfermeira do Instituto Batalhão de Restauração, Amanda Barreto, enalteceu a presença da Defensoria Pública. “Palestra como essa traz motivação e conhecimento aos dependentes químicos. É importante contar com uma instituição como a Defensoria Pública que, além de atuar na defesa das pessoas carentes na parte jurídica, desempenha também um grande papel social”, destacou.

Para o pedreiro Abrão Terêncio dos Santos, a palestra foi importante para mostrar que existe uma instituição como a Defensoria Pública que defende os direitos do cidadão e motiva ao tratamento. “Foi muito esclarecedora para nós, que desconhecemos muitos direitos. Além disso, a parte psicológica nos motivou ainda mais a não desistir do nosso sonho, que é sair daqui curado do vício e poder recuperar o respeito e dignidade que perdemos”, enalteceu.

A história de Abrão Terêncio dos Santos é apenas uma entre homens e mulheres em tratamento que lutam contra o vício das drogas, jogos e álcool. “Passei a beber aos 17 anos. Fui para Salvador, onde casei e conheci a cocaína, através de amigos. Quando minha mulher descobriu, me largou. Logo descobri que ela estava grávida e tentei reatar meu casamento, pois ela queria tirar meu filho. A pastora da igreja nos ajudou, reatamos o casamento e a partir daí comecei a frequentar a igreja. Fiquei mais de nove meses sem beber ou usar drogas, mas infelizmente o caminho para as drogas é o álcool. Infelizmente voltei a beber e tive recaída, onde cheguei ao ponto de gastar minha semana de R$ 500 que ganhava como pedreiro com drogas e bebidas, o que nunca tinha feito que era tirar da boca dos meus filhos para sustentar meu vício. Minha esposa tentou tirar a vida, pois ela estava revivendo o sofrimento do pai que era alcoólatra. Perdi o emprego e passei a viver na sarjeta quando minha mãe foi me buscar em Salvador, me trouxe para Sergipe e começou a procurar juntamente com minha tia uma clínica para tratamento. No início não queria aceitar o tratamento porque achava que poderia parar quando quisesse, mas não conseguia e isso é uma ilusão. Quando meus filhos que moravam comigo me deixarem, ai sim decidi realmente mudar e tentar recuperar minha família, pois eles são minha razão de viver. Minha tia e minha mãe me ajudaram e graças a minha família estou aqui me recuperando”, desabafa o pedreiro.

Recuperado – Com quatro meses de tratamento no Instituto Batalhão de Restauração, Abrão Terêncio se sente livre do álcool e das drogas, e sonha com uma vida melhor. “Me sinto pronto para refazer minha vida, mas quero finalizar o tratamento. Me arrependo demais de ter causado tanto sofrimento para minha mãe, meus filhos e toda minha família e quero recuperar todo o tempo perdido com eles. Graças a Deus nunca roubei ou matei para sustentar meu vício, sou um homem digno, apenas entrei no mundo das drogas por fraqueza. Meu sonho é recuperar o respeito e a dignidade que perdi”, se emociona.

O Instituto – Contando apenas com doações, uma vez que a verba da Secretaria Nacional de Cuidados e Prevenção às Drogas (Cenapred) está suspensa, o Batalhão de Restauração abriga 65 homens e nove mulheres. Ao ser acolhido, o dependente químico passa por um tratamento de seis meses, sendo acompanhado por psicólogos, assistentes sociais, enfermeiros e outros profissionais. O Instituto conta também com dormitórios; atividades físicas, lazer e religiosa; alimentação completa e cursos profissionalizantes.

Quem puder doar é só entrar em contato com o Instituo de Restauração, através do telefone (79) 99826-2166. A entidade não aceita doação em dinheiro, somente alimentos não perecíveis, roupas e materiais de higiene pessoal.

Enviado pela assessoria

Modificado em 06/12/2021 18:29

Universo Político: