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CR7, Bolsonaro e os exemplos opostos

Por Luiz Sérgio Teles

Na última segunda-feira, dia 14, o mundo do futebol presenciou uma das cenas mais inusitadas dos últimos tempos. Após uma partida entre Portugal x Hungria, válida pela Eurocopa, um dos melhores jogadores do mundo, o português Cristiano Ronaldo, roubou a cena, como é de costume.

Desta vez, não foi com um dos seus gols antológicos, mas durante a coletiva de imprensa, quando escondeu duas garrafas de coca-cola que estavam em cima da mesa e, segurando uma garrafa com água, passou a mensagem para que todos a bebessem ao invés do refrigerante.

O resultado desse breve gesto foi uma queda de aproximadamente R$ 20 bilhões em ações da coca-cola em poucos minutos. A fala do português repercutiu negativamente na Europa, uma vez que a empresa é uma das patrocinadoras do evento.

Todavia, é válido ressaltar que CR7 é conhecido por ter hábitos saudáveis e se opor a refrigerantes e bebidas gasificadas, além de defender alimentações sem muito açúcar e gordura. Um estilo de vida que despreza, para muitos, os prazeres culinários da vida.

No mundo da bola, é inegável a influência de Cristiano em relação aos seus fãs. Podemos constatar isso nos cortes de cabelo, nas comemorações dos gols, até no estilo de bater uma falta ou um pênalti em qualquer “pelada”. Por ser esse ídolo do futebol e, neste episódio, emitir sua opinião sobre a coca-cola, quantos admiradores do português também excluirão o refrigerante dos seus cardápios?

Pois bem, caro internauta. Paralelo a isso, em meio a uma pandemia que já devastou, só no Brasil, quase 500 mil vidas, o presidente da República, em quase todos os seus pronunciamentos, incentiva a população a não usar máscara e crítica as medidas de isolamento contra a Covid-19. Longe de ser um craque – nem dentro e nem fora dos gramados -, Bolsonaro dá mais uma bola fora.

Mesmo sendo comprovado que a máscara de tecido não é 100% eficaz contra o vírus, a chance de ser contaminado reduz com o uso. Ao incitar que todo brasileiro que já foi vacinado contra a Covid-19 não seja obrigado a usar máscara, Bolsonaro, mais uma vez, vai na contramão do que prega a ciência e influencia aqueles que o seguem fielmente sem questionar se as suas ações irão ser prejudiciais ou não.

Cristiano é um ídolo do futebol. Futebol é paixão. Bolsonaro é um ídolo para os que o seguem. Mas política não foi feita para ser paixão. Pelo menos, o principal objetivo é ser a ferramenta para transformar a vida das pessoas.

Ao descartar a coca-cola e dar preferência a uma água, Cristiano provocou uma queda nas ações da empresa, como dito anteriormente. Porém, ao desfazer da ciência e pregar o não uso da máscara, Bolsonaro pode provocar, devido a sua ação, um maior número de mortes. Ou o presidente não sabe que mesmo quem já foi infectado ou já tomou as duas doses da vacina pode contrair novamente a doença, de forma moderada, mas contaminar outras pessoas?

Queira Deus que isso não aconteça.

Modificado em 16/06/2021 13:01

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