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Criticar o concurso para a PM é mudar o foco da ausência de um projeto real de segurança

Jackson Barreto: críticas

Por Joedson Telles  

Ao anunciar concurso para a Polícia Militar, na semana passada, o governador em exercício Jackson Barreto (PMDB) despertou críticas em adversários que há muito clamam pela medida. Os argumentos  buscam sustentação no juízo que, da teoria à prática, vai um oceano de distância. Acham que os novos policiais ainda levarão muito tempo para desembarcar nas ruas de Sergipe, e travar o combate com a criminalidade.

É certo que o ponto crítico a que Sergipe chegou neste terreno nebuloso que envolve a vida humana não permite ao governo se dar ao luxo de aguardar. Muito menos fazer a sociedade esperar. Precisamos de medidas urgentes e inteligentes. O número de homicídios, estupros e, sobretudo, de pessoas envolvidas com drogas, entre outros crimes, dizem com muita eloquência: chegamos ao fundo do reservatório. Mas creio que, uma vez o concurso para a PM foi anunciado, não dá para ficar criticando o governo como quem aposta no quanto pior melhor. A crítica útil e astuta não pode ter o cheiro de 2014. A crítica pela crítica já nasce corrompida.

Tanto Déda quanto Jackson, quando cobrados pela oposição para ampliar o número de policiais militares, nunca argumentaram que isso seria desnecessário. Ao contrário, sempre admitiram a lacuna na PM, mas explicavam que o Estado não tinha como solucionar o problema de imediato.

A crítica construtiva é sempre salutar. À segurança pública, então, essencial. Não há um sergipano em perfeita sanidade mental que não seja capaz de reconhecer que não temos segurança. Mas no caso do anunciado concurso soa desnecessária. A não ser que o governo não cumpra o prazo previsto. Do contrário, é se estressar pelo suco que trocou o copo pelo tapete não por acaso.

Já disse neste espaço: o problema está muito mais numa política falida implementada pela Secretaria de Estado da Segurança Pública que no baixo efetivo da PM. Evidente que o concurso se faz necessário, mas até se assimilar que o problema é a ausência de um real projeto de segurança pública, vamos continuar numa terra onde o bandido parece ter perdido o medo da polícia. Onde evidenciam ter a certeza que não importa o crime que venham praticar, a polícia jogará a culpa nas drogas e haverá um clima de impunidade no ar. E impunidade é um forte apelo à reincidência – com poucos ou muitos policiais nas ruas. Ou não é?

Modificado em 04/06/2013 07:13