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Crianças das famílias acolhidas pela Prefeitura de Aracaju durante as chuvas recebem cuidados especiais

As 73 famílias, cerca de 210 pessoas, prejudicadas pela cheia do Rio Poxim durante as fortes chuvas que caíram sobre Aracaju na semana passada, e que tiveram que sair de suas casas no Largo da Aparecida, no bairro Jabotiana, continuam acolhidas pela Prefeitura de Aracaju no Centro de Referência da Assistência Social (Cras) Madre Tereza de Calcutá e na Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) José Airton de Andrade. São pessoas que, em sua maioria, perderam boa parte dos bens materiais, mas, o dano emocional diante da situação é o mais latente. Mesmo sem ter a real noção do que está em volta, as crianças são as mais sensibilizadas, por isso, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) tem acolhido essas famílias e, sobretudo, os pequenos.

Toda a rede de atenção psicossocial se mobilizou e, por meio do Projeto de Redução de Danos (PRD), psicólogos, assistentes sociais, juntamente com equipes do Cras, têm realizado serviços de escuta e identificado os demais casos que precisam de um acompanhamento mais específico. Entre as ações, as crianças têm sido acolhidas de maneira especial, uma forma de retirar o peso do momento na fase em que a alegria deve dominar.

“O Projeto de Redução de Danos tem ajudado as famílias com prevenção e educação e saúde. Aproveitamos e fazemos uma atividade lúdica com as crianças. Enquanto os pais estão ocupados resolvendo as questões de suas casas, as crianças passam muito tempo ociosas e percebem a preocupação ao redor. Por isso, começamos a desenvolver atividades como pintura, brincadeiras, passamos alguns filmes para que elas recebam o menos possível da descarga de tensão”, destacou a coordenadora do PRD, Daniele Alves.

As atividades lúdicas aconteceram na sexta, sábado e domingo, dias 12, 13 3 14, e devem continuar durante esta semana, até que a situação das famílias se normalize e elas possam voltar às suas casas.

“As crianças, apesar de serem muito espertas, não entendem bem o que está acontecendo. O fato é que elas não estão em suas casas e, por mais que estejam bem acolhidas e cuidadas, ainda assim, é uma situação que demanda toda a nossa atenção e, por isso, tentamos fazer o ambiente ficar o mais leve possível, para que elas passem por esse momento sem tantos danos emocionais. Para muitas delas, é divertido estar no meio de outras tantas crianças, mas, sabemos que esta não é a situação ideal. Todos os dias estamos no Cras e na escola para dar todo o suporte possível”, afirmou Daniele.

Diante da realidade de reconstrução de suas vidas, o acolhimento tem sido um alento para as famílias, como ressaltou Angélica Ferreira, uma das pessoas abrigadas na Emef. “Estamos todos tentando seguir nossas vidas, aqui na escola, estamos sendo muito bem tratados, mas, as crianças precisam de uma atenção especial e é isso que têm recebido com as equipes da Prefeitura. Elas brincam, se distraem, e os adultos também estão sendo cuidados. Sempre temos um psicólogo para conversar e estamos bem acompanhados”, frisou.

Dona Valdenice Montalvão acredita que, com o acolhimento recebido, o sentimento de perda estará sarado em breve. “Aqui, estamos todos no mesmo barco, precisando de ajuda e estamos tendo. Já passei por situações semelhantes e, realmente, é difícil, mas, acredito que vamos ficar bem. Nossa alegria é ver nossas crianças bem e elas estão sendo muito cuidadas, assim como os adultos. Isso nos fortalece de alguma forma”, pontuou.

Mãe de sete filhos, Paloma Evangelista mora na mesma casa desde que nasceu, há 32 anos. Para ela, existe o sentimento da perda de muitos dos seus bens, mas, a preocupação é com os filhos, com idades dentre um e 17 anos. “Como mãe, minha preocupação está neles. Quando vejo que, apesar de tudo, elas conseguem brincar, me sinto muito mais aliviada. Estamos sendo bem cuidados e não posso reclamar de nada. É claro que gostaríamos de estar em nossas casas, mas, não nos falta nada”, considerou.

Enviado pela assessoria 

Foto: Marcelle Cristinne

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