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Creas de Aracaju ofertam serviços para fortalecer vínculos e garantir direitos

Apesar da pandemia de covid-19, todos os Centro de Referência Especializado em Assistência Social (Creas) de Aracaju estão em funcionamento, agora com horário diferenciado, das 8h às 16h, uma redução de 2h, e equipes revezando os dias de atendimento. Os Creas ofertam um serviço especializado, direcionado às famílias e indivíduos que tiveram seus direitos violados.

Esse é o papel do Creas, acolher e acompanhar pessoas com deficiência, idosos, crianças e adolescentes vítimas de abuso sexual e outras violências, mulheres vítimas de violência doméstica, adolescentes que cometeram algum ato infracional e pessoas em situação de rua.

O público-alvo é extenso e, para contemplá-lo, são necessários vários serviços, realizados por uma equipe também diversa, composta por assistentes sociais, psicólogos, orientadores jurídicos, educadores sociais e os gestores das unidades. Segundo a gerente de Média Complexidade da Proteção Social, da Secretaria da Assistência Social de Aracaju, Vanessa Barreto, são duas as formas de acesso aos Centros.

“O usuário pode chegar espontaneamente, por entender que vivencia ou vivenciou uma violação de direito, ou encaminhado por algum ente da rede de proteção, como alguma sentença judicial”, explica a gerente. Independentemente da forma como ele chega ao Creas, o trabalho de acompanhamento é realizado com o objetivo de fazê-lo superar a situação, resgatando a função protetiva das famílias e atenuando a vulnerabilidade social.

“A maior incidência são casos de encaminhamentos, quando a violação já foi caracterizada. Nesse caso, a rede de proteção entende que aquela família e indivíduo precisam desse acompanhamento”, ressalta Vanessa. O atendimento ocorre de maneira individual e também coletiva e é ofertado nos quatro Centros de Referência disponibilizados pela Prefeitura em todos os territórios da capital.

O Creas Maria Pureza atende ao 1º Distrito e fica no bairro Inácio Barbosa; o Creas Viver Legal, na avenida São João Batista, atende aos 2º e 3º Distritos; Já o Creas São João de Deus, na rua São João, atende ao 4º Distrito; e o Creas Gonçallo Rollemberg Leite, na rua Alagoas, ao 5º Distrito. Juntos, eles atendem e acompanham a cerca de 500 famílias aracajuanas.

Serviços

Uma das principais atuações do Creas é através do Serviço de Proteção a Famílias e Indivíduos (Paefi), que, segundo Vanessa, busca ofertar orientação e acompanhamento das famílias e indivíduos em situação de vulnerabilidade, a fim de fortalecer os vínculos familiares e comunitários. “Porque quando uma pessoa sofre algum tipo de violência, acaba sendo exposta em sua convivência social também”, diz a gerente.

De acordo com Vanessa, isso acontece quando essas pessoas são revitimizadas e até culpabilizadas pela violência sofrida. “Pode ser uma criança abusada por alguém da família, por exemplo, ou uma mulher vítima, assim como um idoso em situação de abandono. Então, a gente tenta criar estratégias para que o indivíduo supere aquela situação, não apenas ele, mas a família”, reitera.

Os Centros também realizam o Serviço Especializado de Abordagem Social, que é quando educadores fazem o mapeamento do território e, neles, a busca ativa das pessoas em situação de rua (aquelas que buscam a rua como fonte de renda) ou os moradores de rua. Nesse caso, eles são encaminhados para o acolhimento, retirada de documentação civil, atendimento ambulatorial, articulação com o consultório na rua, dentre outros serviços.

Tudo isso a partir da vinculação com o usuário. “Às vezes, ele não tem interesse de sair da Orla para ir ao Centro, por exemplo, porque ele já criou uma relação de identidade com aquele local. Por isso, a oferta é descentralizada”, esclarece Vanessa Barreto.

Há também o Serviço de Proteção para Adolescente em Cumprimento de Medida Socioeducativa em Meio Aberto. Nesse caso, o acesso é feito por encaminhamento, geralmente quando ele é apreendido em algum ato, podendo, inclusive, ter sido internado em alguma unidade. “O juiz decide pelo encaminhamento e o Município é responsável por elaborar a metodologia de atuação no acompanhamento dele”, diz a gerente da rede.

“Para atender a esse público, os Creas contam com projeto político pedagógico que traça os eixos norteadores dos atendimentos, para que ele supere essa situação de violação de direitos, porque entendemos que quando isso ocorre, houve falha da família e do Estado na proteção desse adolescente”, comenta Vanessa.

Esse adolescente segue um plano de acompanhamento individual e em grupo e vai ao Centro duas vezes por semana realizar atividades. “A família é acompanhada pela equipe psicossocial, bem como é dada toda a orientação jurídica. Depois, enviamos um relatório informando se o cumprimento foi satisfatório ou não”, revela.

Assistente social e coordenadora do Creas Maria Pureza, Fabrícia Carvalho reforça que o objetivo do trabalho é possibilitar que o indivíduo e a família superem determinada situação, sob a perspectiva da proteção social, “sempre articulada com outras políticas, como das da saúde, educação e dos órgãos de garantia de direitos”.

Só no Creas que ela coordena são 152 famílias em acompanhamento, segundo levantamento até julho. “Geralmente, o atendimento demanda psicólogo e assistente social, em conjunto”, destaca. A duração do acompanhamento, segundo Fabrícia, vai depender da situação.

“Às vezes, no decorrer da intervenção, a família vai demandando outras necessidades, então não tem como dar um prazo”, ressalta. Fabrícia explica que, ao fim do acompanhamento, a equipe do Creas encaminha os usuários para Cras, onde a política de fortalecimento de vínculos continua.

Da Prefeitura de Aracaju/Foto: André Moreira 

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