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Combate à Dengue: entenda a importância do trabalho dos agentes de endemias

O combate à dengue na capital sergipana vem sendo realizado com seriedade e compromisso pela Prefeitura de Aracaju. Todos os dias, a população tem acesso às diversas atividades do Programa Municipal de Combate ao Aedes aegypti, realizado por meio da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), além das ações da Campanha Aracaju Contra a Dengue, uma força-tarefa envolvendo as secretarias municipais da Saúde, da Educação (Semed), da Defesa Social e Cidadania (Semdec), além da participação das Empresas Municipais de Serviços Urbanos (Emsurb) e de Obras e Urbanização (Emurb).

Entre as ações estão as visitas domiciliares realizadas pelos agentes de endemias, para orientação e eliminação de possíveis focos do mosquito. Estes profissionais também são responsáveis pela aplicação do fumacê costal e os mutirões de combate à dengue, que acontecem aos sábados, quando os serviços são intensificados. Um trabalho importante no combate à dengue, mas, para acontecer, é preciso que a população abra as portas de suas residências e receba-os.

Diariamente, os agentes de endemias enfrentam sol e chuva para garantir o bem estar da população. Focados em salvar vidas, esses profissionais, muitas vezes, não são recebidos nas residências, sendo impedidos de exercer esta profissão tão importante e fundamental no combate à dengue. É necessário que a comunidade entenda a importância dessa função, pois é crucial para assegurar a saúde.

De acordo com o agente de endemias da Zona de Expansão, Hélio do Nascimento Santos, 46 anos, para que o trabalho possa funcionar de forma efetiva é fundamental que a população contribua. Ele atua na saúde municipal desde 2002, quando foi aprovado em um processo seletivo e depois efetivado. O agente levanta por volta das 5h30, para poder estar na Unidade de Saúde da Família (USF) às 7h e em campo por volta das 7h30. Atende o Mosqueiro, Matapoã, Areia Branca, Gameleira, São José dos Náufragos, Robalo e Aruana.

“O nosso trabalho começa logo cedo. Não só no dia a dia, mas também tudo que fazemos é com intuito de antecipar os cuidados e evitar a proliferação do mosquito. O trabalho preventivo é a chave para eliminar os focos ainda na fase embrionária, impedindo que o mosquito voe e com isso a gente reduz o número de pessoas infectadas e também o efeito da doença. Muitas vezes, nós somos impedidos de realizar nosso trabalho porque as pessoas não nos deixam entrar na residência, nos deixando de mãos atadas no combate à dengue. Sendo assim, é fundamental reforçar a importância de nos deixar entrar, porque mesmo que as pessoas consigam identificar e eliminar alguns focos, o trabalho do agente é indispensável”, completa Hélio.

A agente de endemias, Marlene Rocha Mafra Gonçalves, 58 anos, natural de Minas Gerais, que mora em Aracaju há quase 30 anos, chama atenção para uma “falta de empatia por parte da população em relação aos trabalhadores que saem de suas casas para combater doenças” Ela conta que na maioria das vezes os agentes não são recebidos nas residências e isso dificulta o trabalho preventivo da equipe.

“Nós saímos de casa logo cedo para enfrentar o dia. Temos uma meta a ser cumprida e nos esforçamos para isso, pois estamos ali para cuidar da vida das pessoas, impedir que elas sejam infectadas e fiquem doentes. Entretanto, existe uma recusa muito grande por parte da população. A gestão municipal faz um trabalho muito completo no combate à dengue, explicando o que deve ser feito, como manter a residência higienizada, reforçando a importância dos cuidados e mandando várias equipes diariamente para garantir que tudo esteja sendo feito, mas quando vamos às ruas as pessoas não nos atende, ou menosprezam nosso trabalho. O combate à dengue é dever de todos. Falta esse olhar humanizado para nós que estamos tentando ajudar”, afirma Marlene.

A agente, que atua na área há 14 anos, Jaqueline Costa, conta que seu trabalho se baseia em vistorias de imóveis, casas comerciais e terrenos baldios, onde é feita as ações preventivas para eliminar os focos do mosquito. Ela afirma que o maior desafio dos agentes é entrar em residências onde moram pessoas com maior poder aquisitivo, pois há sempre a alegação de “não ter o que procurar, visto que suas casas são limpas”.

“Estamos sempre fazendo palestras nas escolas, reforçando o discurso durante as visitas. Na zona Norte, nosso trabalho tem sido um pouco mais fácil de fazer, porque a comunidade nos atende, apesar dos pesares. Nosso maior desafio é conseguir visitar localidades de maior poder aquisitivo, onde nos deparamos com um pouco mais de resistência, em condomínios, por exemplo, que muitas vezes os porteiros não tem autorização para nos deixar entrar ou até mesmo porque os moradores não querem nos receber, alegando que sua residência está higienizada. É importante destacar que o mosquito não escolhe a casa menos cuidada para depositar os ovos, basta ter o mínimo de água”, afirma Jaqueline.

Quem compartilha os desafios do dia a dia ao lado de Jaqueline é sua colega e também agente de endemias, Jocileide Carregosa. Ela relembra como era a atuação dos agentes logo quando ela começou a exercer a profissão, há 15 anos, e celebra a evolução da população nesse sentido, mas destaca que o empenho deve continuar. “Nosso trabalho muitas vezes é desvalorizado, as pessoas tendem a achar que apenas o fumacê costal é suficiente, mas tudo é importante, principalmente essas ações preventivas. Apesar dos índices terem diminuído ao longo dos anos, ainda é necessário continuar trabalhando”, declara.

Foto: Marcelle Cristinne/PMA

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