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Combate à Dengue: ação parceira e de alerta de todos

O Levantamento Rápido do Índice de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa) é uma das ferramentas mais importantes para que os municípios possam intensificar as ações nas áreas críticas, com um número maior de criadouros do mosquito. Esta semana, o Ministério da Saúde divulgou o último LIRAa do ano que revelou seis municípios sergipanos em situação de risco de epidemia da Dengue.

Os municípios sergipanos em situação de risco para ocorrência de surto são aqueles com índice de infestação acima de 3,9% nos imóveis pesquisados: Itabaianinha, Siriri, São Domingos, Nossa Senhora da Glória, Japoatã e Simão Dias.

Em outros 34 municípios, a luz amarela da Dengue acendeu, o que torna essas cidades merecedoras de atenção total porque qualquer sinal de descontinuidade nas ações de controle da doença, pode alterar o quadro de situação de risco. As cidades em alerta são: Nossa Senhora do Socorro, Ribeirópolis, Cristinápolis, Canindé do São Francisco, Aracaju, Areia Branca, Japaratuba, Riachuelo, Santo Amaro das Brotas, Frei Paulo, Boquim, Lagarto, Nossa Senhora Aparecida, Tomar do Geru, Capela, Monte Alegre de Sergipe, Barra dos Coqueiros, Itabaiana, Laranjeiras, Propriá, Cedro de São João, Nossa Senhora das Dores, Pinhão, Carira, Salgado, Santana do São Francisco, Pedrinhas, Tobias Barreto, Campo do Brito, Maruim, Porto da Folha, Aquidabã, São Cristóvão e Umbaúba.

Do total de municípios que fazem parte do LIRAa, 10 têm índices satisfatórios, ou seja, não apresentam risco de desenvolver epidemia da Dengue por estar com índices de infestação abaixo de 1% nos imóveis pesquisados. São eles: Pirambu, Poço Redondo, Malhador, Rosário do Catete, Neópolis, Estância, Itaporanga d’Ajuda, Poço Verde, Arauá e Carmópolis.

Critérios para o LIRAa

Além de identificar as áreas de maior risco de proliferação do mosquito transmissor da dengue, o LIRAa permite localizar populações do Aedes Aegypti rapidamente, para que sejam adotadas medidas para reduzir a infestação. “É uma ferramenta muito importante porque divide o município em extratos, permitindo ao gestor municipal visualizar de forma muito rápida onde está a maior concentração da infestação do mosquito”, destacou Sidney Sá, gerente do Núcleo de Endemias da Secretaria de Estado da Saúde (SES).

O Ministério da Saúde divulga quatro LIRAas ao ano. Esse último traz os dados até último dia 3. Em Sergipe, 52 municípios fazem parte do LIRAa. Os demais não estão incluídos por não atenderem aos critérios de investigação, o principal deles, ter acima de 2 mil imóveis.

O LIRAa foi criado pelo Ministério da Saúde. Inicialmente, o levantamento foi realizado apenas em algumas capitais brasileiras. Em seguida, no Estado de Sergipe, expandiu para Nossa Senhora do Socorro e outros 10 municípios. “A partir de então, conseguimos implantar essa ferramenta em mais 40 cidades, totalizando o que temos hoje, que são 52 cidades”, explicou Sidney Sá.

De janeiro a outubro deste ano, a Secretaria de Estado da Saúde registrou 1.740 casos confirmados de um total de 3.648 notificações. Nesse mesmo período, três pessoas vieram a óbito em decorrência das complicações da Dengue.

Ações preventivas e de combate

A gerente do Núcleo de Endemias da SES destaca que o Estado tem intensificado ações educativas e de combate ao vetor, mas lembrou que isso não exime a responsabilidade da população em colaborar para manter o mosquito longe de casa.

Segundo ela, apesar de Sergipe possuir seis municípios em situação de risco e outros em estado de alerta, o Estado não está em surto da Dengue. Por outro lado, a gerente reforçou a necessidade da colaboração de todos para evitar criadouros do vetor.

“É importante que a população colabore observando os reservatórios de água, as plantas, mantendo o quintal limpo para descartar pequenos criadouros de água limpa e parada, enfim, se tornando mais um agente de combate à dengue dentro de sua casa, no seu bairro e na sua comunidade”, acrescentou.

Ela lembrou que o Governo Federal e o Governo Estadual vêm fazendo bem a sua parte.

“Para fortalecer o desenvolvimento das iniciativas de Vigilância em Saúde, o Ministério da Saúde repassa recursos financeiros direto para os municípios e materiais como larvicidas (produto para matar a larva do mosquito), adulticida (inseticida para matar o mosquito) e kits para diagnóstico que vêm do Ministério da Saúde para o Estado que repassa aos municípios. Em Sergipe, a SES realiza ações em parceria com as gestões municipais, disponibilizando material educativo (folders, cartazes, filipetas, adesivos para os consultórios dos médicos, etc) e recursos humanos como a ação da Brigada Itinerante, além dos Carros Fumacê. É uma soma de esforços que tem evitado um surto de Dengue”, disse Sidney Sá.

Ações educativas são realizadas permanentemente. Além disso, a gerente destaca a participação da Brigada Itinerante (a tropa de elite para o combate à Dengue) e do Carro Fumacê aos locais com maiores índices de infestação.

O Carro Fumacê é uma caminhonete com uma máquina de Ultra Baixo Volume acoplada na parte externa e que possui um sistema de comando interligado com a cabine do veículo, de onde os motoristas disparam para aplicação do inseticida. Atualmente, o Fumacê trabalha no município de São Cristóvão.

“Quando o gestor sanitário identifica alguma ameaça, é preciso que fique bem atento para garantir a assistência à população. É fundamental estar sempre preparado, traçando e fortalecendo estratégias preventivas para evitar o aparecimento do mosquito. É responsabilidade do município notificar o caso no sistema de informação e automaticamente informar à Vigilância Estadual. É o gestor municipal que solicita a presença do Carro Fumacê para ser usado somente no bloqueio de transmissão de casos de Dengue e para controle da doença. A Secretaria de Estado da Saúde orienta a todos os gestores municipais que façam as investigações de casos, o levantamento e sempre reforcem o trabalho de controle nas áreas de moradias”, reforça Sidney Sá.

A gerente aponta ainda que, antes da Brigada Itinerante entrar em ação no município e o Carro Fumacê entrar em atividade, o gestor local precisa identificar quais são as áreas prioritárias que precisam ser trabalhadas. Paralelo a isso, eles divulgam aos seus munícipes a presença da Brigada para que abram suas casas e não escondam se houver possíveis criadouros.

Este ano, a equipe da Brigada Itinerante esteve em 87.637 imóveis de 35 municípios sergipanos. De acordo com a gerência de Endemias, no período foram tratados 26.228 criadouros com uso de larvicida e 116.545 por meio de tratamento mecânico. Esse último consiste na destruição propriamente dita do recipiente onde foi encontrada a larva. Já o tratamento com uso de larvicida é a utilização do produto no depósito que contém água que pode, ou não, estar com larva e que não pode ser destruído mecanicamente.

A partir deste mês de novembro, um novo larvicida para combater o Aedes aegypti será utilizado em Sergipe. O produto é repassado pelo Ministério da Saúde ao Estado para ser distribuído aos municípios de acordo com a necessidade dos mesmos. “Essa necessidade é calculada baseada no numero de imóveis que o município tem, bem como com o quantitativo de larvicida a ser utilizado por imóvel”, explicou Sidney Sá.

Por Célia Silva

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