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Augusto defende somação de forças para salvar o Rio São Francisco

O deputado estadual Augusto Bezerra (PHS) usou a tribuna da Assembleia Legislativa, na manhã desta terça-feira, dia 10, para ratificar sua preocupação com o Rio São Francisco. Lembrando que o ‘Velho Chico’ tem sido uma bandeira dos seus mandatos, Augusto observou que o rio está praticamente morto, e que não cabem mais discussões e nem discursos: é preciso os Poderes Legislativo e Executivo se somarem a outras forças para que ações sejam postas em prática para salvar o Rio São Francisco.

“Para mim, o brasileiro que mais lutou pela recuperação do Rio São Francisco, e hoje eu não vejo como deveria acontecer, ser citado em todos os discursos, é o doutor João Alves Filho, ex-governador, que apresentou todas as perspectivas de salvação do rio, mas ninguém quis ouvi-lo. O Rio está morto. Aleluia {O deputado federal José Carlos Aleluia (DEM-BA)} sobrevoou o rio, ao lado do presidente Michel Temer, e disse: ‘o rio não está correndo: está chorando’. Fazer revitalização não é conversa de microfone: são 10, 15 anos de trabalho. É replantio das matas ciliares, tratamento dos esgotos… Há mais de 15 anos, João tem livros editados sobre isso. Mostrando as soluções”, disse Augusto.

Fazendo um apanhado histórico do Rio São Francisco, Augusto lembrou aos seus pares que quem estudou primeiro o assunto foi o então imperador Dom Pedro. “Ele estabeleceu de Pirapora até Piranhas, em Alagoas, uma rota hidroviária. O rio era totalmente navegável. O rio tinha peixes. Hoje, é feito o fechamento do rio porque não tem mais peixe. Não é navegável. Para se atravessar de Neópolis (SE) para Penedo (AL), quem vai de balsa, faz um arrodeio – porque têm bancos de areia. O oceano invadiu. Hoje se pega peixe de água salgada no rio. Fazer reuniões? Comitês de bacia? Não. É preciso conhecer a história”, disse Augusto.

Citando passagens de um dos livros do ex-governador João Alves sobre o Rio São Francisco, Augusto explicou que o nome Rio da Integração Nacional vem da época de Dom Pedro, já que ligava Pirapora a Piranhas. “Esse modelo foi copiado, e tudo no Brasil se copia errado. Em 1933, o Vale do Tennessee nos Estados Unidos era uma região pobre e todo mundo sabe que onde tem água não deveria ter pobreza. Água significa progresso. Lá foi criada uma empresa exclusiva para gerar o desenvolvimento do Tennessee. Hoje, quem puder visitar, e doutor João, na época governador, levou vários deputados para fazer uma visita, e todos viram como se trata o Rio, em termos de energia e desenvolvimento”, disse.

O deputado lamentou que, no Brasil, a Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf) foi criada objetivamente para explorar a bacia hidrográfica do rio São Francisco. “Só para tomar conta da energia das hidrelétricas. E fizeram outra empresa para desenvolver. Claro que não deu certo. O resultado nós sabemos. Quando o país, depois do Rio quase morto, resolve fazer a transposição das águas levando água para o Ceará e Rio Grande do Norte, significa que se estava matando o São Francisco”, disse o parlamentar.

A pior decisão, na ótica de Augusto, no entanto, partiu do governo Dilma Rousseff (PT), que promoveu a privatização das hidrelétricas ligadas à Cemig e à Chesf. “Na verdade, toda hidrelétrica não podia ser privatizada porque é patrimônio da União… O Rio São Francisco não foi cuidado e hoje eu não vejo um deputado federal ou um senador de Sergipe assumir essa causa. Eu vi um discurso de Aleluia, mostrando claramente o que pode ser feito, porque cada dia que passa diminui a vazão”, disse.

Augusto lembrou, por fim, que já fez discurso na tribuna da Assembleia Legislativa reclamando quando a vazão do Rio São Francisco era 1200 metros cúbicos (litros) por segundo. “Agora, é 580 e vão diminuir. O rio não existe mais. Como se comemora todo ano se levar milhões de peixes para colocar no São Francisco, se era o rio que tinha peixe? O rio era navegável, produzia alimentação, energia, irrigação e hoje está praticamente morto porque escolheram o modelo errado”, lamentou.

Durante o pronunciamento, o deputado Augusto Bezerra foi apartado pelos também deputados Maria Mendonça (PP), Venâncio Fonseca (PP), Jairo de Glória (PRB) e Georgeo Passos (PTC). Todos respaldaram suas palavras, demonstrando também uma grande preocupação com as condições precárias do Rio São Francisco.

Enviado pela assessoria 

Modificado em 10/10/2017 23:32

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